Análise traça paralelos entre o protecionismo histórico, marcado por substituição de importações e tarifas alfandegárias, e as recentes políticas de Trump. Quando estudamos a história econômica e empresarial brasileira, aprendemos que nossa industrialização foi bastante tardia. Enquanto a Europa já avançava na produção em massa de bens de consumo, através de indústrias, ainda estávamos imersos na economia agrícola, éramos grandes produtores de café. Nossa tímida era industrial só se iniciou no final do século XIX, com a produção têxtil e de outros itens de consumo menos sofisticados e com menor uso de tecnologia. Essa nascente indústria era voltada sobretudo para a produção que atendia aos setores com menor renda. Os mais abastados podiam consumir produtos elaborados em outros países, mais caros e sofisticados. Quando a Primeira Guerra Mundial impôs barreiras reais nos mares para a importação, nossas indústrias tiveram que se adaptar para atender a um mercado de classes com maior poder de consumo, ou para substituir peças de equipamentos que não poderiam ser comprados dos fornecedores estrangeiros habituais. Afinal, tínhamos que resolver as coisas por aqui mesmo. Assim, tivemos que começar um processo de substituição de importações de produtos que nunca havíamos fabricado. Os bens mais simples que se usam nas cozinhas das casas, como louças e talheres, por exemplo, eram produzidos aqui para as classes populares e comprados fora pelos mais ricos. Na impossibilidade de serem importados durante o conflito, produtores nacionais passaram a atender a demandas de outros setores sociais. Uma vez constituído esse processo como interesse econômico, começaram as pressões sobre o governo para que, com o fim do conflito mundial, houvesse condições para a continuidade da produção brasileira. Medidas governamentais foram tomadas, iniciaram-se as políticas públicas do processo da chamada substituição de importações. Grosso modo, eram formas de proteger os interesses da indústria nacional com tarifas que elevavam os preços da importação e assim viabilizavam a produção local. Em alguns casos era mesmo proibida a importação, como por longos anos ocorreu com algumas bebidas alcoólicas, entre elas o whisky e os vinhos, além de muitos outros produtos. Essas medidas restritivas ao consumo de produtos de outras nacionalidades permitiram que nossas empresas tivessem acesso a um mercado que não teriam em condições concorrenciais. De fato, elas cresceram e, protegendo a produção nacional, o Brasil construiu um parque industrial de grande porte. Entretanto, nem tudo foram vantagens. Escondidas pelo protecionismo e pelo nacionalismo dos governos, muitas empresas não desenvolveram inovações tecnológicas de importância. Acabamos tendo produtos mais caros do que os importados, e frequentemente com qualidade inferior. Esse estado de coisas só começou a ser superado no início os anos 1990, no governo Collor, quando Luiz Paulo Vellozo foi Secretário Nacional de Indústria e Comércio, órgão que corresponde hoje ao Ministério com as mesmas funções. Na ocasião, foi a secretaria sob o comando de Luiz Paulo que supervisionou esse processo. Nessa época teve início o salto para o processo de inovação e ganhos de produtividade que hoje se tornaram comuns no Brasil. Lembro aos leitores de tudo isso porque o governo Trump trouxe para a pauta política a questão do protecionismo, do nacionalismo produtivo, para justamente oferecer barreiras ao ingresso naquela economia de produtos com condições mais competitivas do que as produzidas localmente. Isso me parece um processo anacrônico, já muito usado no passado, mas que hoje é muito problemático. A brutal globalização da economia mundial criou cadeias produtivas integradas, e muito do que o consumidor hoje compra, na verdade, não tem mais uma nacionalidade específica. Um bom exemplo são os automóveis, cujas peças e partes integrantes são produzidas em muitos países diferentes. Não creio mais ser possível haver uma política de restrição à aquisição de bens feitos em outras economias – como já foi feito no passado – sem penalizar brutalmente os consumidores. Os preços sobem, a inflação aumenta, uma guerra comercial se instala com severas consequências internacionais e o jogo diplomático tem que ser substituído por medidas de força. O resultado é um jogo difícil de ser controlado globalmente, ou seja, são medidas tomadas fora do contexto político em que possa ser controlado. João Gualberto Vasconcellos é mestre e professor emérito da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Doutor em Sociologia pela Escola de Altos Estudos em Ciência Política de Paris, na França, Pós-doutorado em Gestão e Cultura. Foi secretário de Cultura no Espírito Santo entre 2015 e 2018. *A opinião do colunista é de total responsabilidade dos autor e não reflete a posição do portal News Espírito Santo
Festa da Penha 2025 chega repleta de fé e tradição. Confira a programação
A tradicional Festa da Penha, maior evento religioso do Espírito Santo e uma das maiores manifestações marianas do Brasil, começa no proximo final de semana com uma programação intensa de fé, devoção e cultura. Em 2025, a festa chega à sua edição de 455 anos com a expectativa de reunir milhares de fiéis de diversas regiões do Estado e do país em homenagem à padroeira dos capixabas, Nossa Senhora da Penha. As atividades terão início no sábado, dia 19 de abril, com a instalação do tradicional terço gigante no Campinho do Convento da Penha, um dos símbolos da festa. No domingo (20), Domingo de Páscoa, acontece a Corrida da Penha, que parte da Praça do Ciclista em direção ao Parque da Prainha, e a aguardada Missa de Abertura, às 16h, no Campinho, celebrada pela área pastoral de Vila Velha. À noite, os fiéis poderão acompanhar o acendimento simultâneo da imagem iluminada de Nossa Senhora da Penha em três pontos do estado: Praia da Costa (Vila Velha), nova orla de Cariacica e Parque da Cidade, na Serra. Ao longo da semana, a programação do Oitavário traz missas, devocionais, momentos musicais e encontros temáticos. Na quarta-feira (23), por exemplo, a cantora Adriana Arydes será a atração da Noite Mariana. Já na quinta-feira (24), Davidson Silva se apresenta na “Oração em Canção”, ao lado do padre Hadeleon Santana. Outro destaque da festa será o tradicional desfile das romarias, como a Romaria dos Militares, na sexta-feira (25), a Romaria dos Homens, no sábado (26), com uma programação extensa que se estende até a madrugada, e a Romaria das Mulheres, que encerra o Oitavário no domingo (27), partindo do Santuário de Vila Velha. Com o tema central “Com Maria, peregrinos da esperança”, a Festa da Penha 2025 reforça a espiritualidade franciscana e convida os fiéis a viverem a devoção de forma renovada, integrando fé, solidariedade e comunidade. Toda a programação será transmitida ao vivo pela TVE Espírito Santo (canal 2.2), emissoras de rádio e pelas plataformas digitais do Convento da Penha. Confira a programação completa 19 DE ABRIL (SÁBADO) 9h – Instalação do terço gigante no Campinho do Convento da Penha 20 DE ABRIL (DOMINGO DE PÁSCOA) – 1º DIA DO OITAVÁRIO TEMA DO DIA: Com Maria, peregrinos do amor 5h e 7h – Missas na Capela do Convento 7h30 – Corrida da Penha – Início na Praça do Ciclista x Parque da Prainha 9h e 11h – Missas no Campinho do Convento 14h – Acolhida com os frades franciscanos e oração da Coroa Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 15h – Devocional – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 16h – Missa de abertura da Festa da Penha no Campinho do Convento – transmissão ao vivo (TVE Canal 2.2, tvs, rádios, internet). Área pastoral: Vila Velha 17h – Romaria dos Cavaleiros – concentração na Avenida Carlos Lindemberg (viaduto Alfredo Capolilo) e às 18h – saída em direção ao Parque da Prainha – Realização: Comitiva Pai & Filho 19h – Acendimento da imagem iluminada em Vila Velha – Areia da Praia da Costa em Vila Velha – Direção da Avenida Champagnat 19h – Acendimento da imagem iluminada em Cariacica – Nova Orla de Cariacica 19h – Acendimento da imagem iluminada em Serra – Parque da Cidade 21 DE ABRIL (SEGUNDA-FEIRA) – 2º DIA DO OITAVÁRIO TEMA DO DIA: Com Maria, peregrinos da caridade 7h, 9h e 11h – Missas na Capela do Convento 14h – Acolhida com os frades franciscanos e oração da Coroa Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 15h – Devocional – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 16h – Missa 2º dia do Oitavário no Campinho do Convento – transmissão ao vivo (TVE Canal 2.2, tvs, rádios, internet). Área pastoral: Serrana 19h – Devocional – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 19h30 – Bênção para os Casais no Campinho do Convento, com Eliana e Ricardo Sá e Padre Éder Hoffman – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 22 DE ABRIL (TERÇA-FEIRA) – 3º DIA DO OITAVÁRIO TEMA DO DIA: Com Maria, peregrinos da fé 7h, 9h e 11h – Missas na Capela do Convento 14h – Acolhida com os frades franciscanos e oração da Coroa Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 15h – Devocional – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 16h – Missa 3º dia do Oitavário no Campinho do Convento – transmissão ao vivo (TVE Canal 2.2, tvs, rádios, internet). Área pastoral: Cariacica/Viana 19h – Devocional – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 19h30 – Toda Terça Tem Terço com Frei Paulo César, Frei Jorge Lázaro e a Fraternidade Franciscana – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 23 DE ABRIL (QUARTA-FEIRA) – 4º DIA DO OITAVÁRIO TEMA DO DIA: Com Maria, peregrinos do cuidado 7h, 9h e 11h – Missas na Capela do Convento 14h – Acolhida com os frades franciscanos e oração da Coroa Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 15h – Devocional – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 16h – Missa 4º dia do Oitavário no Campinho do Convento – transmissão ao vivo (TVE Canal 2.2, tvs, rádios, internet). Área pastoral: Benevente 19h – Devocional – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 19h30 – Noite Mariana com Adriana Arydes – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (tvs, rádios, internet) 24 DE ABRIL (QUINTA-FEIRA) – 5º DIA DO OITAVÁRIO TEMA DO DIA: Com Maria, peregrinos da comunicação do Evangelho 7h, 9h e 11h – Missas na Capela do Convento 14h – Acolhida com os frades franciscanos e oração da Coroa Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora – Campinho do