Foi aprovado na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (22), o projeto de lei de autoria do Dr. Bruno Resende que cria a carteira de identificação do paciente hemofílico no Espírito Santo. O PL 224/2023 prevê que, nessa carteira de identificação, constarão detalhes da patologia, medicações utilizadas e as recomendações para o tratamento de urgência e emergência. Presidente da Comissão, Dr. Bruno Resende comemorou a aprovação do projeto: “A pessoa com hemofilia tem uma predisposição maior ao sangramento. Às vezes a gente chega com esse paciente no pronto-socorro e ele não recebe a atenção devida, porque às vezes está com uma queixa menor. A carteirinha do hemofílico vai conferir velocidade a esse atendimento. Vai levar informação a quem está ali na ponta. Isso tanto dentro da unidade de saúde quanto fora”, disse Dr. Bruno. O deputado ressaltou que, se acontece um acidente na rua, por exemplo, a pessoa com hemofilia poderá apresentar para quem está do lado: “Olha, eu tenho hemofilia, esses são os cuidados prioritários em relação a mim, e isso vai potencializar o atendimento mais adequado e mais ágil para essa pessoa, principalmente na hora da urgência e emergência. Então esse é o objetivo. É estar mais próximo da pessoa com hemofilia e, claro, resguardar essas vidas”, explica o deputado. A hemofilia é uma doença hemorrágica hereditária causada por uma deficiência ou ausência de um dos fatores de coagulação do sangue, o chamado fator VIII (hemofilia A) ou o fator IX (hemofilia B). Essa deficiência impede que o sangue coagule corretamente, levando a sangramentos prolongados e, em alguns casos, espontâneos. Após a aprovação na Comissão de Saúde, o projeto de lei segue em tramitação em outras comissões até chegar ao plenário. Foto: Lucas S. Costa
Governo do ES planeja investir R$ 150 milhões em compra de ônibus elétricos
O Governo do Espírito Santo encaminhou à Assembleia Legislativa o Projeto de Lei (PL) 108/2025, que solicita autorização para contratar operação de crédito no valor de R$ 150 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com garantia da União. O recurso será destinado à aquisição de ônibus elétricos para o Transcol-E, o Programa de Descarbonização do Transporte Público Urbano. A proposta será lida na sessão ordinária desta terça-feira (22), às 15 horas, no Plenário Dirceu Cardoso. Na mensagem enviada ao Legislativo, o governador Renato Casagrande (PSB) explica que o Espírito Santo foi selecionado pelo governo federal no eixo “Cidades Sustentáveis e Resilientes”, subeixo “Mobilidade Urbana Sustentável”, dentro da modalidade Renovação de Frota (Refrota) do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com Casagrande, o Transcol-E visa modernizar e tornar mais sustentável o transporte coletivo na Região Metropolitana da Grande Vitória, substituindo parte dos ônibus a diesel por veículos elétricos. A primeira etapa prevê a aquisição de 50 ônibus elétricos e a instalação de 20 estações de recarga rápida nos terminais de integração, com subvenção aos consórcios que operam o Sistema Transcol. Entre os principais objetivos do programa estão a redução da poluição do ar, das emissões de gases de efeito estufa, do ruído e dos custos operacionais, além de melhorar a qualidade, o conforto e a segurança do transporte público para a população. A proposta também autoriza o Estado a oferecer como contragarantia à União receitas previstas na Constituição Federal, além de outras garantias permitidas por lei. Os recursos da operação de crédito deverão constar no orçamento estadual, com previsão de dotações para amortizações e encargos anuais do financiamento. O projeto ainda autoriza o chefe do Executivo a abrir créditos adicionais para cobrir eventuais despesas relacionadas à operação de crédito. Segundo estimativa do governo, o custo total da dívida será de R$ 8,8 milhões em 2025 e aproximadamente R$ 20,3 milhões em 2026. Se aprovado, o projeto entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial. Informações e foto: ALES
Romaria dos Homens em Vitória: saiba sobre interdições, banheiros e pontos de apoio
A Romaria dos Homens é um dos momentos mais aguardados pelos devotos de Nossa Senhora da Penha e, neste ano, será realizada no próximo sábado (26), a partir das 19 horas. A Prefeitura de Vitória trabalha em várias frentes para deixar tudo organizado para os romeiros, de forma a proporcionar um ambiente agradável, seguro e tranquilo para momentos de fé e reflexão. Hidratação Haverá dois pontos para hidratação dos romeiros: Parque Moscoso e rodoviária de Vitória. Central de Serviços A Central de Serviços vai instalar 150 banheiros e 50 contentores de lixo ao longo do trajeto. A pasta também fará a limpeza total do percurso na capital. Roteiro Tradicionalmente, o evento começa na Catedral Metropolitana, no Centro de Vitória, e termina em Vila Velha. A saída será às 19 horas e seguirá pelas seguintes vias: • Rua José Marcelino • Rua São Francisco • Viaduto Caramuru • Av. Cleto Nunes • Av. Marcos Azevedo • Av. Duarte Lemos • Av. Nair de Azevedo A melhor opção para os motoristas que pretendem ir para Cariacica ou Vila Velha é passar pela Terceira Ponte ou pela Rodovia do Contorno. Para os condutores que precisam ir para Santo Antônio, a orientação é ir pela Rodovia Serafim Derenzi, entrando por Maruípe (próximo ao Quartel da Polícia Militar). Escolta Pelo terceiro ano consecutivo, as equipes do Grupo Tático Operacional (GTO) da Guarda de Vitória serão responsáveis por escoltar a imagem da santa festejada. “É um trabalho que nossas equipes realizam com muito carinho por toda a importância do momento para os devotos e também pelas demonstrações de fé ao redor, mas sempre focadas no mais importante que é a garantia de uma procissão organizada. As demais equipes da Guarda de Vitória também estarão dando toda a assistência necessária em pontos estratégicos das vias para proporcionar fluidez e segurança”, destaca o gerente de Trânsito da Guarda de Vitória, Marcelo Paraguassu. A expectativa é que o trânsito volte a fluir normalmente na região a partir das 22 horas. Interdições A primeira intervenção será um dia antes, às 18 horas da sexta-feira (25). Haverá interdição total da rua José Marcelino, que fica ao redor da Catedral Metropolitana, ponto turístico da Capital e ponto de partida da romaria após a missa. Já no sábado (26), às 14 horas, serão fechados os acessos às ruas Professor Baltazar e Doutor José Benjamim Costa. Assim, não será permitido o acesso de veículos nas vias ao redor da Catedral. O fluxo será direcionado à Rua Dionísio Rosendo (Rua da Associação dos Funcionários Públicos). Também a partir das 18h, haverá interdição da Avenida Jerônimo Monteiro, que tem mão única no sentido Centro-Cariacica, na altura da Praça Costa Pereira. Será proibido, inclusive, estacionar a partir deste ponto, pois uma faixa será disponibilizada somente para a parada de ônibus para desembarque de romeiros. Os veículos terão que retornar na lateral do Teatro Glória, na Rua Marcelino Duarte. A interdição será temporária e, a medida que a romaria for iniciada, as ruas serão liberadas para o trânsito de veículos. Texto e foto: PMV
Editorial | A despedida de Francisco e o chamado à esperança na Festa da Penha
O mundo amanheceu mais silencioso nesta segunda-feira. Faleceu o Papa Francisco, um dos líderes mais carismáticos e transformadores da história recente da Igreja Católica. Um homem que, com gestos simples e palavras fortes, conquistou corações muito além das fronteiras do Vaticano. Sua partida deixa um vazio imenso — mas também um legado poderoso. Francisco foi o Papa da humildade, do diálogo e da ação. Preferiu os injustiçados aos palácios, os excluídos aos poderosos, a esperança à retórica vazia. Rejeitou pompas, denunciou injustiças e mostrou que a fé precisa ter cheiro de povo, de rua, de humanidade. Foi a voz dos pobres, dos marginalizados, o consolo dos que sofrem e a consciência que não temia desafiar os confortos do mundo. E é com esse sentimento de perda, mas também de gratidão, que milhares de capixabas entram agora em um tempo especial: a semana da Festa da Penha. Um dos maiores símbolos de fé do Espírito Santo, a Festa nos convida a refletir, à espiritualidade e à renovação da esperança. Neste ano, a celebração carrega um peso ainda mais profundo. O mesmo Francisco que tantas vezes pediu que todos olhassem com mais amor ao próximo, que fizessem da fé um instrumento de justiça, parte no momento em que milhares de capixabas voltam os olhos para Nossa Senhora da Penha. É como se a mensagem dele ecoasse com ainda mais força: amai-vos uns aos outros; cuidai dos mais fracos. Que a memória de Francisco inspire a todos a serem mais solidários, mais empáticos, mais humanos. E que a Festa da Penha deste ano seja também um tributo à vida e à obra de um Papa que escolheu caminhar com o povo. Francisco se foi, mas sua luz continua a iluminar os caminhos de quem acredita num mundo mais justo, mais fraterno e mais cheio de amor.
Apesar de evitáveis, mortes maternas por hipertensão persistem no país
As mortes maternas por hipertensão persistem no Brasil, apesar de serem totalmente preveníveis. É o que mostra estudo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que analisou dados de 2012 a 2023 e reforçou que o problema tem grande relação com a desigualdade. No período investigado, a taxa média de óbitos entre mulheres indígenas superou em mais de duas vezes a de mulheres brancas. Já a das mulheres pretas foi quase três vezes maior que a das brancas. “Não há predisposição biológica para uma maior mortalidade por distúrbios hipertensivos da gestação nesses grupos. Essas mulheres têm maior probabilidade de viver em situação de pobreza, ter menos acesso à educação e enfrentar barreiras no acesso a cuidados de saúde de qualidade”. O estudo acrescenta que “o viés racial sistêmico no sistema de saúde pode levar a um tratamento preconceituoso e a cuidados desiguais. Além disso, mulheres negras, pardas e indígenas podem vivenciar interações negativas com profissionais de saúde, o que contribui para a desconfiança nos serviços de saúde e resulta em piores desfechos maternos e perinatais” . Durante o período de 11 anos, quase 21 mil mulheres morreram durante a gravidez, parto ou puerpério. Em cerca de 18% dos casos ─ 3.721 mortes ─ as causas foram complicações da hipertensão. Isso significa que a taxa de mortes maternas geral do Brasil foi de 61,8 a cada 100 mil nascimentos, abaixo do limite de 70 preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas bastante acima dos índices de países desenvolvidos, que costumam variar de 2 a 5 mortes para cada 100 mil nascimentos. Efeito pandemia Considerando apenas as mortes comprovadamente decorrentes de hipertensão, a taxa média foi 11,01 a cada 100 mil nascimentos, e manteve um padrão de estabilidade ao longo dos anos, à exceção de 2023, quando baixou para 8.73. Apesar da redução, por enquanto, o dado é tratado com cautela e considerado um ponto estatisticamente fora da curva. Além disso, em 2022, foi registrado o maior número de casos proporcionais: 11,94 mortes a cada 100 mil nascimentos. Os pesquisadores acreditam que esse pico tenha sido uma consequência indireta da pandemia, que desorganizou os serviços de saúde em 2020 e 2021, impactando a assistência obstétrica neste período e nos meses seguintes. De acordo com o professor do Departamento de Tocoginecologia da Universidade Estadual de Campinas, José Paulo Guida, um dos autores do estudo, isso já demonstra a importância do pré-natal de qualidade: “Uma mulher não morre de uma hora para outra. Houve diversos momentos em que ela poderia ter sido tratada para não morrer. Então, logo que a mulher descobre que está gestante, ela deve iniciar o pré-natal. Talvez isso não seja a realidade para mulheres que moram em regiões mais distantes dos centros urbanos, o que já é uma barreira de acesso. Aqui no Brasil, a média de início do pré-natal é na 16ª semana, ou seja, por volta do quarto mês”, ele complementa. Prevenção Esse é um marco crucial no manejo da hipertensão já que dois medicamentos bastante acessíveis e baratos podem reduzir em 40% a possibilidade de complicações, desde que comecem a ser administrados antes que a gestação complete 16 semanas: o carbonato de cálcio e o ácido acetilsalicílico (AAS). Em fevereiro, o Ministério da Saúde determinou a prescrição do cálcio para todas as gestantes e o AAS deve ser utilizado como medida complementar por aquelas que tem maior risco. Mas José Paulo Guida reforça que os medicamentos não podem faltar nas unidades de saúde, e os profissionais de todo o Brasil devem ser capacitados para identificar corretamente os fatores de risco e prescrever adequadamente as medicações. “É fundamental que na primeira consulta, o profissional obtenha as informações sobre os antecedentes dela: como foi a gravidez anterior? Ela é muito nova? Já tem uma idade avançada? Tem obesidade ou alguma doença? Tudo isso são fatores de risco para ela desenvolver a hipertensão durante a gravidez”. As gestantes também devem ser orientadas a buscar um serviço de emergência imediatamente caso apresentam sintomas como: Dor de cabeça constante; Inchaço significativo, principalmente no rosto e nos braços; Dor de estômago e náuseas, com a gestação mais avançada; Surgimento de pontinhos brilhantes na vista. “Aí, entra uma outra intervenção, que é a principal para evitar a morte: o sulfato de magnésio. Ele reduz muito a chance de uma convulsão por causa pressão alta. E quando a mulher tem a convulsão, ela tem quase 50% risco de morrer”, alerta o professor da Unicamp. O estudo também identificou que a proporção de mortes aumenta significativamente após os 40 anos, e a taxa média se aproximou de 31 mortes a cada cem mil nascimentos. De acordo com Guida, mulheres nessa faixa etária têm mais chance de engravidarem já com problemas de saúde, como a própria hipertensão, ou o diabetes, o que aumenta o risco de apresentar alguma gravidade. Além disso, há a possibilidade de que as mortes por hipertensão sejam ainda mais numerosas, já que 2,4 mil mulheres morreram no período analisado por hemorragia e, conforme o professor da Unicamp explica, a hipertensão provoca a destruição das plaquetas, dificultando a coagulação sanguínea, o que também pode levar a esse desfecho. Texto e foto: ABr
João Gualberto: “Nosso braços não são fracos”
A reconstrução identitária revela a força de um passado que molda o orgulho capixaba e inspira o futuro. A sociedade capixaba tem uma espécie de dívida histórica com ela mesma: não estuda o seu passado, não consegue elucidar bem a sua trajetória e nem a sua própria construção social. As lutas e conquistas dos nossos antepassados, os sacrifícios de muitas gerações são desprezados por simples falta de conhecimento. Pior que tudo isso é repetirmos velhos mitos como consequência do desinteresse coletivo por nossa trajetória. Gaúchos, pernambucanos, mineiros e que os nasceram ou habitam outras regiões brasileiras constroem mitos positivos sobre si mesmos, enaltecem os feitos do passado e dão origem a um sentimento de pertencimento, de regionalismo que impulsiona a sociedade, ajuda na construção de um bom patamar de turismo, por exemplo. Nós, ao contrário, alimentamos mitos negativos para explicar uma falsa falta de identidade. Entre esses mitos está, por exemplo, que nossas matas serviram como uma espécie de barreira verde para o ouro das Minas Gerais, impedindo a entrada de visitantes indesejados e a saída clandestina do rico mineral. Isso é meia verdade, já que o período do ouro não durou toda a fase colonial, que teve seu auge circunscrito ao século XVIII. Outro desses mitos é que teria havido uma espécie de marasmo colonial, que transformou a Capitania do Espírito Santo em retardatária em relação às demais. Trata-se de ideias pouco estudadas, pouco esclarecidas e que precisam ser revistas com mais seriedade e aprofundamento. Para nos contrapormos a essas teorias basta lembrar que, já a partir do século XVI, fomos sede de potentes empreendimentos agrícolas jesuíticos que deixaram como saldo arquitetônico as igrejas de Nossa Senhora das Neves, em Presidente Kennedy, a Basílica de São José de Anchieta, a dos Reis Magos, em Nova Almeida e a que agora se encontra em obras de restauração, em Araçatiba, além da sede do Colégio São Tiago, onde hoje está o Palácio Anchieta. Só atividades econômicas muito intensas poderiam ter proporcionado recursos para essas obras. De fato, tínhamos as maiores fazendas do litoral brasileiro, como a Muribeca, na fronteira com o Rio de Janeiro ou a de Araçatiba, em Viana. Isso sem falar em outro ciclo histórico, nas riquezas que o café trouxe, cultura que se consolidou na metade do século XIX e foi muito potente na primeira metade do século XX. Esse ciclo nos transformou no terceiro estado maior produtor do Brasil, enriqueceu os fazendeiros escravocratas no Sul do estado e deixou um rico patrimônio histórico na região Sul, onde se destacam os importantes sítios históricos de São Pedro de Itabapoana e Muqui. Esse patrimônio histórico também é subaproveitado no nosso turismo. Por falta de conhecimento elementar sobre a história do rico empreendedorismo que tivemos, pouco valorizamos esses e outros patrimônios materiais que temos como ativos turísticos importantes. Chamo a atenção desses elementos para afirmar que os nossos braços não são fracos, como costumamos cantar no hino do Espírito Santo. Não estou propondo modificações em sua letra, pois ela faz parte da história, tem as suas razões no tempo. Nossa missão é outra, é explicar para todos os capixabas que temos um passado do qual devemos nos orgulhar. Fincados nesse passado construiremos um futuro de muito desenvolvimento, distribuído com mais igualdade. Esses mitos, construídos em grande parte no alvorecer da república – no fim do século XIX e início do século XX – tiveram sua razão de ser. Os republicanos tinham afã de progresso. A extraordinária gestão de Muniz Freire à frente de nosso estado entre 1892-1896 e 1900-1904 mostra bem isso. Eles pretendiam crescer nos moldes positivistas, tinham pressa e ainda possuíam restos de uma luta ideológica com o passado imperial, portanto precisavam mostrar-se mais fortes politicamente. Mas isso acabou, são elementos que estão em nosso passado, são questões vencidas. A narrativa agora tem que ser outra. Precisamos virar esse jogo, esquecer esses mitos negativos que foram construídos no passado e usados por muitos dos que pretendiam fazer inflexões para o futuro. Isso é uma guerra que já foi vencida. Agora, para irmos mais longe, precisamos da narrativa do estado empreendedor e da construção de um imaginário social que transmita esse orgulho do passado, o orgulho de ser capixaba. Não se faz economia criativa, turismo e enraizamento da cultura no cotidiano da sociedade repetindo-se que não temos identidade, até porque esse é um falso sentimento. Afinal nossos braços são fortes, e é isso que importa. João Gualberto Vasconcellos é mestre e professor emérito da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Doutor em Sociologia pela Escola de Altos Estudos em Ciência Política de Paris, na França, Pós-doutorado em Gestão e Cultura. Foi secretário de Cultura no Espírito Santo entre 2015 e 2018. *A opinião do articulista é de total responsabilidade dos autor e não reflete a posição do portal News Espírito Santo
MPES lança websérie com histórias reais para celebrar o Dia Estadual do Ministério Público
Neste 21 de abril, data em que se comemorou o Dia Estadual do Ministério Público, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) lançou a websérie “Sempre Mais Perto”, uma produção especial que apresenta relatos reais de pessoas que contaram com o apoio da instituição em momentos marcantes de suas vidas. Dividida em três episódios, a série convida o público a conhecer histórias emocionantes que evidenciam o impacto da atuação do MPES na promoção da justiça, da cidadania e da dignidade. Os protagonistas são cidadãos capixabas que vivenciaram de perto a presença transformadora do Ministério Público. O episódio de estreia traz o depoimento de Matheus de Morais, que, ainda na adolescência, cumpriu medida socioeducativa e, com apoio e acolhimento, encontrou novos caminhos. Hoje universitário, ele relata como a escuta ativa e a atuação humanizada do MPES foram fundamentais para sua mudança de trajetória. Nos próximos dias, novos episódios darão voz a outras experiências inspiradoras, como a da liderança comunitária Josilene Lima e a de Teófilo Roberto, pessoa com deficiência que atua em defesa da população em situação de rua. Com a websérie “Sempre Mais Perto”, o MPES reforça seu compromisso com a sociedade capixaba e reafirma o papel do Ministério Público como agente de transformação social por meio da Justiça. Informações e Foto: MPES
Paratletas do ES disputam torneio internacional de tênis em cadeira de rodas
Sete paratletas capixabas do Clube Aest, da Serra, embarcam nesta semana para disputar o Uberlândia Wheelchair Tennis Open 2025, um dos principais torneios internacionais da modalidade no país. A competição acontece de quinta-feira (17) a domingo (20), na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais. Os atletas Adalberto Rodrigues, Anderson Gonçalves, Felipe Ramos, Geisiane Maia, Gustavo Gonçalves, Lais Lima e Roberio Vicente representarão o Espírito Santo na disputa, sob o comando do técnico Carlos Wiederspahn. Eles vão competir em três categorias: open feminino, open masculino e quad (misto). Entre os representantes, Adalberto Rodrigues, Felipe Ramos e Geisiane Maia são contemplados pelo programa Bolsa Atleta, da Secretaria de Esportes e Lazer (Sesport), que oferece apoio financeiro a atletas de alto rendimento. Felipe Ramos destacou a preparação da equipe para o torneio: “Essa será a nossa primeira competição do ano, mas treinamos bastante e estamos indo bem preparados, com a equipe focada. Como é a estreia da temporada, só lá vamos saber o nível dos adversários. Mas, independentemente disso, nossa meta é voltar com bons resultados”, afirmou. Apoio ao paradesporto O programa Bolsa Atleta tem como objetivo apoiar financeiramente atletas e paratletas de alto rendimento, contribuindo para a manutenção dos resultados e do desenvolvimento da carreira esportiva. Com investimento total de R$ 3,9 milhões, o edital de 2024 bateu recorde de selecionados: 234 esportistas, sendo 43 a mais que no ano anterior. Os valores pagos variam conforme a categoria: R$ 500 (estudantil), R$ 1.500 (nacional), R$ 2.000 (internacional) e R$ 4.000 (olímpico), divididos em 12 parcelas mensais informações e foto: Sesport ES
MEC abre inscrições para apoio e financiamento de cursinhos populares
A partir desta terça-feira (22), o Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), abre as inscrições para a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). A iniciativa selecionará 130 propostas de cursinhos populares gratuitos voltados a preparar estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares que dão acesso às instituições de ensino superior. O edital foi publicado no site da Fiocruz. As inscrições poderão ser feitas no portal Prosas até o dia 6 de maio. Terão prioridade os cursinhos populares que não recebem apoio financeiro direto ou indireto. A relação com todos os inscritos deverá ser divulgada em 7 de maio, no portal do MEC. O objetivo da CPOP é garantir suporte técnico e financeiro para a preparação dos estudantes da rede pública socialmente desfavorecidos, em especial negros, indígenas e pessoas com deficiência, que buscam ingressar no ensino superior. As propostas dos cursinhos deverão estar alinhadas às Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio e ao conteúdo programático do Enem, com carga horária mínima de 20 horas semanais. Também é necessário contemplar atividades complementares de promoção da saúde e de formação antirracista, anticapacitista e de promoção da cidadania. Segundo o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Hugo Silva, os cursinhos populares são trincheiras de resistência e de luta pela democratização do acesso ao ensino superior. “Em um país marcado pela desigualdade, são nesses espaços, em conjunto com a política de cotas, que se constroem estratégias e ferramentas para avançar na educação superior para juventude periférica”, afirma. “Por isso, é urgente que esses cursinhos sigam existindo e se inscrevam no edital da Rede Nacional de Cursinhos Populares, para obter apoio didático, financeiro e de capacitação para professores”, acrescenta Hugo. Com um investimento inicial de R$ 24,8 milhões para o ciclo 2024-2025, a rede apoiará 130 cursinhos já no primeiro ano, beneficiando até 5.200 estudantes do Brasil. Até 2027, o valor global chega a R$ 99 milhões, com cerca de 324 cursinhos populares apoiados. CPOP Os principais objetivos da Rede Nacional de Cursinhos Populares são: fortalecer cursinhos pré-vestibulares populares e comunitários; elaborar orientações focadas no Enem para a estruturação e a implementação de ações de formação nos cursinhos da Rede; preparar os estudantes, ampliando a possibilidade de acesso ao ensino superior, principalmente de pessoas negras e indígenas; contribuir para retomada do interesse do jovem brasileiro pelo Enem, que voltou a crescer em 2023; e contribuir para a ocupação de vagas em cursos de graduação de instituições federais. * Colaborou a repórter Daniella Almeida Informações e foto: ABr
Arcebispo de SP diz que papa asiático ou africano não surpreenderia
O cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, disse nesta segunda-feira (21), que “ninguém deverá se surpreender” se o novo papa, a ser escolhido durante o Conclave, seja um asiático ou africano. “Ninguém deveria se surpreender se fosse escolhido um cardeal africano para ser papa ou um cardeal asiático para ser papa ou novamente um cardeal italiano para ser papa. Está nas possibilidades. Se isso acontecer, não significará que a igreja voltou-se só para África ou voltou-se apenas para Ásia, voltou às costas para América ou voltou a se centrar na Europa. Qualquer um que for escolhido papa deve recuperar o cuidado da Igreja como um todo. Portanto, é o tempo do pontificado que vai depois nos dizer para onde irão as escolhas pessoais que o papa fará”, disse. Dom Odilo destacou que essa variedade de nacionalidades entre as possibilidades para um novo papado decorre do fato de que, durante o pontificado de Francisco, o colégio de cardeais ficou ainda mais diversificado. “O que mudou é que, desde o papa Francisco para cá, o colégio dos cardeais hoje está muito mais internacionalizado do que antes. A grande maioria dos cardeais não são mais os europeus. As américas Latina e do Norte têm um grande peso. A África tem um peso significativo e a Ásia também tem um peso no Colégio Cardinalício”, explicou. Para o cardeal, embora ainda não seja possível revelar a nacionalidade ou posicionamento político do novo papa, o que se sabe até o momento “é que ele não será um novo Francisco”. “Ninguém espere que o próximo papa seja o Francisco II. Pode até ter o nome de Francisco II, mas não será a imagem semelhante à de Francisco II. Será um outro papa”. “Ninguém espera um papa a favor da guerra. Ninguém espera um papa que não cuide dos pobres. Ninguém espera um papa que não diga aos padres para que sejam bem formados. Isso é a norma geral. Portanto, o próximo papa será alguém que vai cuidar bem da vida da Igreja e da missão da Igreja. Porém, o próximo papa será uma pessoa humana, não será um robô”, reforçou. Cardeal Dom Odilo foi nomeado cardeal em 2007, pelo papa Bento XVI. Um cardeal é a autoridade da Igreja Católica que está mais próxima do papa e que pode participar e votar no Conclave para a escolha de um novo papa. Todos os cardeais com menos de 80 anos de idade, como é o caso de dom Odilo, podem votar no Conclave. E qualquer cardeal pode ser eleito papa. Em entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira, na Catedral da Sé, no centro da capital paulista, antes de celebrar uma missa em homenagem ao papa Francisco, dom Odilo revelou que deve participar do funeral do pontífice e também do Conclave, do qual já participou em 2013 e que elegeu Jorge Mario Bergoglio como papa. Nesse mesmo ano, o nome de dom Odilo chegou a ser especulado entre as possibilidades de ser um novo líder católico. O cardeal destacou que após a morte do papa Francisco, nesta madrugada de segunda-feira, essas “especulações e torcida” sobre o novo pontificado terão início. Apesar disso ser natural, disse, a escolha do novo papa será “resultado de um discernimento coletivo” dos cardeais. “A escolha do papa não é um conchavo feito anteriormente, já pronto. Isso é fantasia. A escolha do papa vem de um discernimento que se faz em um clima de oração e de um auto-senso de responsabilidade em relação à Igreja. A responsabilidade é pela igreja, não de salvar uma ideologia ou um partido ou um gosto. Não é uma campanha eleitoral”, explicou. Dom Odilo também disse que as especulações sobre se o novo papa será mais conservador ou progressista são preocupações externas e não se refletem na Igreja. “A preocupação na escolha do papa, com toda certeza, não é a questão se ele é progressista ou conservador. Esta é uma preocupação externa. O evangelho é tanto progressista quanto conservador. Claramente a opção pelos pobres, a atenção à justiça social, o cuidado dos migrantes e a preocupação com a paz do mundo não são posturas progressistas ou conservadoras, são posturas do evangelho”. Último encontro Durante a entrevista, dom Odilo revelou que a última vez em que esteve com o papa Francisco foi em fevereiro deste ano, pouco antes dele ser internado por problemas de saúde. “Guardo com muito carinho esse último encontro e essa última participação numa audiência com ele, no dia 13 de fevereiro deste ano”, revelou. Mas essa não foi a única vez em que estiveram juntos. “Tive algumas conversas mais prolongadas e pessoais com o papa Francisco e foram muito boas. Como sempre, ele escutava muito, depois falava com muita sabedoria”. Em um desses encontros, logo após a visita do papa Francisco ao Brasil, em 2013, dom Odilo entregou ao papa um livro. Esse livro reunia diversas caricaturas do papa Francisco feitas por artistas brasileiros na ocasião de sua visita ao Rio de Janeiro para participar da Jornada Mundial da Juventude. “Alguns artistas e cartunistas produziram um livro com charges do papa Francisco e me entregaram para que eu desse para ele. Eu levei e entreguei para ele após uma missa. Ele olhou, olhou, e caiu numa gargalhada muito bonita”, contou. Informações e foto: ABr