A Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) vai receber nesta quarta-feira (18), às 14h, um relatório detalhado da Polícia Rodoviária Federal (PRF-ES) sobre acidentes fatais registrados na BR-101. A apresentação ocorrerá durante reunião da Comissão Especial de Fiscalização da BR-101, BR-262 e Rodosol, no Plenário Rui Barbosa, e contará com a presença de autoridades federais e estaduais. A semana mais curta por conta do feriado de Corpus Christi, na quinta-feira (19), concentra a principal pauta da Casa Legislativa nos primeiros dias. Entre os convidados para a reunião estão o superintendente da PRF-ES, Wemerson Mario Pestana; o superintendente regional do DNIT no Espírito Santo, Romeu Scheibe Neto; o diretor-presidente da concessionária Eco101, Roberto Amorim Junior; e o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Theo Rodrigues da Rocha Sampaio. A PRF-ES deve apresentar séries históricas sobre acidentes, feridos e óbitos no trecho capixaba da BR-101, além de estatísticas sobre as principais infrações de trânsito, como excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas, desatenção e direção sob efeito de álcool. O encontro ocorre a apenas oito dias do leilão que vai definir o novo concessionário da BR-101, marcado para 26 de junho. Segundo o presidente da comissão, deputado Gandini (PSD), os dados apresentados serão fundamentais para embasar as cobranças do Parlamento capixaba por metas mais rígidas de segurança viária. “Os dados oficiais subsidiarão a comissão na cobrança de metas de segurança viária, especialmente, a duplicação da BR-101”, destacou Gandini. A apresentação também incluirá informações sobre autuações por radares, uso de cinto de segurança, licenciamento veicular e ações educativas desenvolvidas pela PRF em escolas e postos rodoviários. Para Gandini, o conjunto de dados permitirá à Assembleia exigir cronogramas “realistas e abrangentes” em toda a extensão da rodovia. Criada em fevereiro de 2023, a Comissão Especial tem como missão fiscalizar o planejamento, a contratação e a execução de obras de manutenção, melhorias e duplicações nas rodovias federais BR-101 e BR-262, além da Rodosol, sob concessão estadual. Foto: Ales
Vitória recebe lançamento de antologia que mostra a resistência poética à ditadura militar
O Espírito Santo será palco, no dia 19 de junho, do lançamento da antologia Memorial Poético dos Anos de Chumbo, uma obra que reúne 200 poemas escritos entre 1964 e 1985, durante o período da ditadura militar no Brasil. O evento será realizado às 19h, no Shopping Jardins, em Vitória, com apresentação musical de Jonias Feli, interpretando clássicos da MPB que marcaram a resistência cultural ao regime. Com 412 páginas e organização dos professores Nelson Martinelli Filho, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), e Wilberth Salgueiro, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), ao lado de Marcelo Ferraz (UFG), o livro reúne 90 poetas – entre nomes consagrados da literatura brasileira e vozes regionais. Entre os capixabas presentes na coletânea estão Paulo Roberto Sodré, Maciel de Aguiar e Waldo Motta. A obra já passou por lançamentos em cidades como Paris, Roma, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e agora chega ao Espírito Santo, estado que também contribuiu para o financiamento da pesquisa, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), junto ao CNPq. Poesia como memória e enfrentamento O projeto, iniciado em 2023, tem como objetivo resgatar e refletir sobre o papel da poesia na construção da memória cultural brasileira diante do autoritarismo. Segundo os organizadores, muitos poemas selecionados foram publicados de forma clandestina, mimeografados ou circularam apenas entre amigos, devido à repressão e à censura. A seleção dos textos foi organizada em três eixos temáticos: Repressão (prisão, tortura, censura), Resistência (atos públicos, militância, força mobilizadora da poesia) e Cotidiano, que trata da sensação de sufocamento, medo, ironia ao discurso oficial e a chamada “banalidade do mal”. O professor Wilberth Salgueiro destaca que o trabalho de pesquisa incluiu o exame de livros da época, mas também o mergulho em acervos pessoais, cartas e diários: “Boa parte da poesia de resistência não chegou a ser publicada oficialmente. Estava em manuscritos guardados, escondidos ou esquecidos”, afirma. Repositório online com mais de 1.500 poemas Além do livro, o projeto mantém o site www.mpac.ufes.br, com mais de 1.500 poemas catalogados sobre o período, disponíveis gratuitamente para leitura e pesquisa. A plataforma inclui filtros por tema, autoria e estilo, além de comentários críticos e contexto histórico dos textos. O acervo seguirá sendo ampliado até, pelo menos, o fim de 2025. 📚 Lançamento Livro: Memorial Poético dos Anos de Chumbo: uma antologia Coordenação: Marcelo Ferraz, Nelson Martinelli Filho e Wilberth Salgueiro Editora: Zouk, 2024 – 412 páginas Data: 19 de junho (quarta-feira) Horário: 19h Local: Shopping Jardins – R. Carlos Eduardo Monteiro de Lemos, 262, Jardim da Penha, Vitória Apresentação musical: Jonias Feli Preço do livro no lançamento: R$ 80,00
Cresce o número de empregos formais gerados no setor de saúde capixaba
Saldo de contratações foi de 216 em abril, totalizando 60.340 vagas, representando um aumento de 6,3% em relação ao mesmo mês de 2024. Esse percentual superou a média do segmento de serviços, que chegou a 3,8%_ Novo crescimento no número de contratações no setor de saúde capixaba: foram registradas 2.323 admissões e 2.107 desligamentos, o que gerou um saldo positivo de 216 novas vagas em abril, totalizando 60.340 postos formais de trabalho. Esse resultado apontou para um aumento de 6,3% em relação ao mesmo mês de 2024. Além disso, esse percentual também superou a média do segmento de serviços, no qual a saúde está inserida, que foi de 3,8%. A alta foi impulsionada, principalmente, pelas áreas de atendimento hospitalar (117 vagas) e atenção ambulatorial realizada por médicos e dentistas (75 vagas). Com esse cenário, a saúde ganha destaque no setor de serviços, que criou 1.968 postos em abril, o que reforça sua importância estratégica como um dos principais motores do mercado de trabalho do Espírito Santo. As análises são do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). De acordo com André Spalenza, coordenador de pesquisa do Observatório do Comércio, o Connect Fecomércio-ES, os dados evidenciam a saúde como um segmento dinâmico e resiliente, com influência direta na geração de renda, na formalização do emprego e no fortalecimento da economia estadual. “Além de sua função social, o segmento se destaca também pela sua relevância econômica, já que sua base produtiva representa parcela expressiva do Produto Interno Bruto (PIB) e da geração de empregos diretos e indiretos, além de concentrar uma parte significativa dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento”. O setor de saúde no Espírito Santo manteve a trajetória de crescimento na geração de empregos formais, impulsionado especialmente pelos municípios de Vitória, Colatina e Vila Velha, que juntos somaram um saldo positivo de 138 vagas. Vitória liderou com a criação de 71 postos de trabalho, seguida por Colatina (34) e Vila Velha (33). “Esse desempenho está diretamente relacionado à estrutura consolidada dos sistemas de saúde dessas cidades e aos investimentos contínuos na ampliação e modernização de suas redes assistenciais. A maior parte das novas contratações ocorreu na área de atenção hospitalar, evidenciando a demanda crescente por serviços especializados e a expansão da capacidade instalada dos estabelecimentos de saúde nesses municípios”, ressaltou o coordenador do Connect Fecomércio-ES. Características dos profissionais O setor de saúde manteve sua predominância feminina na geração de empregos formais, com as mulheres respondendo pela maior parte das novas contratações. Das 216 vagas criadas em abril, 178 foram ocupadas por mulheres e 38 por homens. Além disso, o maior saldo de empregos no setor foi registrado entre trabalhadores que têm ensino médio completo, com 181 novas vagas. Esse resultado evidencia a forte demanda por profissionais com esse nível de escolaridade, especialmente em funções operacionais e técnicas, como auxiliares administrativos, recepcionistas, técnicos em enfermagem e serviços gerais. Quanto à faixa etária, o levantamento mostrou que as contratações foram maiores entre os mais jovens, especialmente na faixa etária de 18 a 24 anos, que concentrou 166 novas vagas – o maior saldo do mês. Também apresentaram desempenho positivo os grupos de até 17 anos (27) e de 25 a 29 anos (40). “Ou seja, o cenário confirma uma dinâmica marcada pela valorização de jovens com ensino médio e pela presença feminina nas novas contratações”, frisou Spalenza. A pesquisa completa, com os dados detalhados, pode ser acessada aqui. Sobre o Sistema Fecomércio-ES A Fecomércio-ES integra a Confederação Nacional do Comércio (CNC) e representa 405.455 empresas, responsáveis por 58% do ICMS arrecadado no estado e pelo emprego de 652 mil pessoas. Com mais de 30 unidades, tendo ações itinerantes e presente em todos os municípios capixaba – seja de forma física ou on-line –, o Sistema Fecomércio-ES atua em todo o Espírito Santo. A entidade representa 24 sindicatos empresariais e tem como missão contribuir para o desenvolvimento social e econômico do estado. O projeto Connect é uma parceria entre Fecomércio-ES e Faesa, com apoio do Senac-ES, Secti-ES, Fapes e Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI).
Nova versão do Balcão Virtual do TJES começa a funcionar com atendimento mais rápido
Já está em funcionamento no Espírito Santo a nova versão do Balcão Virtual, ferramenta do Tribunal de Justiça (TJES) que permite o atendimento online da população às unidades do Judiciário estadual. A novidade traz melhorias significativas para tornar o serviço mais rápido, acessível e eficiente. Com tecnologia mais moderna e interface intuitiva, o novo sistema permite atendimentos simultâneos e ilimitados, garantindo que cada cidadão seja atendido de forma individual, por servidores dedicados, sem precisar aguardar por uma sala virtual única. A entrada na fila é automática, com organização conforme as prioridades legais — e os advogados agora têm uma fila exclusiva para agilizar o contato com as varas e juizados. A integração dos servidores ao Balcão das unidades também passou a ser imediata. O TJES informou ainda que os atendimentos poderão ser avaliados pelos usuários logo após o encerramento, o que permitirá acompanhar a qualidade do serviço prestado. Como usar o novo Balcão Virtual O Balcão Virtual pode ser acessado durante o horário de expediente do Judiciário, pelo site do TJES (tjes.jus.br/balcao-virtual). Basta selecionar a unidade judiciária desejada, informar se tem direito a atendimento prioritário ou se é advogado, preencher os dados e solicitar o atendimento. A chamada é feita por videoconferência, com o uso do Google Meet, sendo necessário liberar o uso de câmera e microfone. O sistema exibe a posição na fila e, quando for a vez do usuário, o botão para entrar na sala virtual será habilitado. Apesar da modernização, o TJES alerta que o serviço não deve ser usado para protocolar petições ou solicitar atendimento diretamente com juízes e juízas, funções que seguem restritas aos sistemas de processo eletrônico. Com a nova versão, o Judiciário capixaba busca ampliar o acesso da população à Justiça e garantir um atendimento mais ágil, prático e humanizado. Informações: TJES
Espírito Santo tem queda em casos de síndrome respiratória, mas nível continua alto
Apesar de sinais de desaceleração no Espírito Santo, o número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Estado continua em patamar elevado, acompanhando uma tendência nacional de aumento expressivo da doença. É o que mostra o boletim InfoGripe, divulgado nesta quarta-feira (12) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com o levantamento, o total de notificações de SRAG em 2025 no país já supera o registrado nos últimos dois anos. Apenas nas últimas quatro semanas, o número de casos quase dobrou em relação ao mesmo período do ano passado, com um crescimento de 91%. A alta tem sido puxada por infecções por Influenza A e pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principais causadores de hospitalizações. Além do Espírito Santo, apenas Acre, Tocantins, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal demonstram os primeiros sinais de estabilidade ou início de queda nos casos. No entanto, os níveis permanecem elevados, exigindo atenção das autoridades de saúde e da população. Crianças e idosos são os mais impactados A pesquisadora do InfoGripe, Tatiana Portella, alerta que os casos graves atingem todas as faixas etárias, mas têm maior impacto entre crianças pequenas — por conta do VSR — e idosos, principalmente por Influenza A. “Reforçamos a importância da vacinação contra a gripe. É a principal forma de prevenir casos graves e óbitos. Com uma boa cobertura vacinal, conseguimos reduzir o número de hospitalizações”, destacou Tatiana. Ela também recomenda o uso de máscaras por pessoas com sintomas gripais em ambientes fechados e com aglomeração. Vírus mais presentes Entre os casos de SRAG registrados nas últimas quatro semanas, os principais vírus detectados foram: Influenza A: 40% Vírus Sincicial Respiratório (VSR): 45,5% Rinovírus: 16,6% Influenza B: 0,8% Sars-CoV-2 (Covid-19): 1,6% Já entre os óbitos associados a SRAG, a presença dos vírus foi: Influenza A: 75,4% VSR: 12,5% Rinovírus: 8,7% Sars-CoV-2: 4,4% Influenza B: 1% Cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília continuam apresentando tendência de crescimento, especialmente entre idosos e adultos jovens. No Espírito Santo, os dados apontam que, apesar de uma possível inflexão na curva, o momento ainda exige cautela, principalmente diante das internações pediátricas. Informações e foto: ABr
Estudo publicado em revista internacional acende alerta sobre futuro do Rio Doce
As iniciativas desenvolvidas atualmente para restaurar o curso de água que banha os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, na Bacia do Rio Doce, podem não ser eficazes a longo prazo, caso os cenários climáticos futuros não sejam considerados. O alerta foi feito na pesquisa Adaptative Restoration Planning to Enhance Water Security in a Changing Climate, do Laboratório de Ecologia e Conservação de Ecossistemas (LECE) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), publicada em abril na revista internacional Ambio. A pesquisa indica que, dependendo do impacto das mudanças climáticas sobre a erosão nas margens da bacia, devem ser alteradas as prioridades no trabalho de restauração ecológica, para minimizar a quantidade de sedimentos que serão levados rio abaixo e preservar a qualidade da água. O trabalho foi desenvolvido no mestrado do biólogo Luiz Conrado Silva, no Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Uerj, e usou a Bacia do Rio Doce como estudo de caso para realizar uma análise de como a recuperação da vegetação nativa nas margens dos rios, prevista pela Lei de Proteção a Vegetação Nativa (LPVN) de 2012, poderia influenciar a qualidade da água diante de diferentes cenários climáticos projetados para 2070. A metodologia utilizada foi a de Avaliação Integrada de Serviços Ecossistêmicos (InVEST), desenvolvida pela Universidade de Stanford, com a orientação da professora do Departamento de Ecologia da Uerj, a bióloga Aliny Pires. Rompimento de barragens O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que liberou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro e provocou devastação ambiental e social na região, completa dez anos em 2025. O desastre, no dia 5 de novembro de 2015, resultou nas mortes de 19 pessoas e impactos em diversas comunidades ao longo da bacia. Em 25 de janeiro de 2019, outro rompimento de barragem, desta vez, em Brumadinho (MG), agravou os danos ambientais e sociais na região da bacia do Rio Doce. Pelos cálculos dos especialistas, cerca de 2,2 milhões de pessoas dependem das águas da bacia. A intenção da pesquisa foi identificar benefícios da restauração ecológica para a qualidade da água, considerado o principal componente atingido pelo rompimento da barragem de Fundão. Para recuperar os danos e a destruição de ecossistemas, além de restabelecer a estrutura, a função e a biodiversidade do ambiente, segundo os autores, a restauração ecológica é uma resposta ativa à degradação ambiental. Eles indicaram que o plantio de espécies nativas, a recuperação de áreas impactadas com eventos de queimada e a criação de corredores ecológicos, estão entre exemplos de procedimentos recomendados. Apesar disso, na visão dos pesquisadores, a ausência de uma abordagem climática no processo de restauração pode comprometer iniciativas dos projetos. Conforme a avaliação, sem levar em conta os impactos futuros do clima, o que se espera hoje da restauração pode não se confirmar ao longo dos anos. A professora acrescentou que, em termos de estratégias, é preciso olhar para as áreas que estão mais conservadas e que, eventualmente, são negligenciadas no processo de restauração, como áreas fundamentais para serem incluídas nessa perspectiva. “Duas coisas a gente acha fundamentais: a primeira delas é restaurar as áreas degradadas da porção alta da Bacia do Rio Doce e a segunda é conservar as áreas que estão presentes dentro ela”, indicou a bióloga em entrevista à Agência Brasil. Aliny Pires vê com satisfação a discussão de algumas iniciativas voltadas para o estabelecimento de unidades de conservação nessa porção do Rio. “Isso pode ter um benefício enorme, porque, além da restauração, a gente tem que garantir que a vegetação nativa presente nesses territórios não seja desmatada. Essa é uma informação em que a gente espera que a nossa pesquisa subsidie a tomada de decisão, para que a gente consiga proteger o alto Rio Doce e garantir que os benefícios que essa região pode trazer para a qualidade da água em toda a bacia sejam mantidos, sem deixar de considerar os processos de restauração e as possibilidades e outros benefícios associados na porção média e baixa do Rio”, comentou. Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), atingido pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco Antonio Cruz/ Agência Brasil Avaliação De acordo com o estudo, as mudanças climáticas podem intensificar a erosão e aumentar a exportação de sedimentos em até 500 mil toneladas por ano na sub-bacia de Santo Antônio; 345 mil toneladas na de Piracicaba; e 140 mil toneladas na de Piranga. Isso “pode afetar a segurança hídrica das comunidades locais dessas regiões e daquelas localizadas no curso da bacia”. Outra conclusão da pesquisa indicou que a restauração das margens dos rios pode reduzir em até 90% a exportação de sedimentos para os cursos d’água, melhorando a qualidade da água e contribuindo para a resiliência do ecossistema. No entanto, em áreas como a sub-bacia de Santo Antônio, somente a recuperação das margens previstas pela LPVN não será suficiente. Ali, vai ser preciso “ampliar significativamente” as áreas restauradas para além da região de transição entre ambientes terrestres e aquáticos, a fim de garantir os benefícios ambientais futuramente. “Nossos resultados mostraram que, com a mudança do clima, a gente prevê um aumento grande na precipitação na porção alta da Bacia do Rio Doce. Com o aumento, mesmo ela tendo áreas menos degradadas, as áreas degradadas existentes vão causar o escoamento de uma quantidade muito grande de sedimentos para dentro do Rio. Isso, ao entrar na Bacia hidrográfica e percorrer todo o Rio Doce, vai comprometer a qualidade da água em toda a sua extensão”, observou a professora. O estudo apontou ainda que a definição de áreas prioritárias para restauração depende diretamente do cenário climático projetado, que se altera em cinco das oito sub-bacias analisadas, “reforçando a necessidade de incluir essas projeções no planejamento da restauração ecológica a fim de garantir os melhores benefícios no longo prazo”. A pesquisa de Luiz Conrado foi desenvolvida entre março de 2024 e fevereiro de 2025. O pesquisador atualmente faz doutorado, também na área de Ecologia e Evolução da Uerj. A restauração ecológica sempre foi uma paixão para o biólogo, que gosta de trabalhar com a lógica de ambientes impactados e viu na Bacia do
Sustentabilidade Brasil 2025 reúne 18 mil pessoas e entrega compromisso para COP 30
Com público recorde de mais de 18 mil pessoas, a quinta edição do Sustentabilidade Brasil 2025 foi encerrada neste sábado (14), na Praça do Papa, em Vitória. Durante quatro dias de intensa programação gratuita, o evento promoveu mais de 40 painéis, com a participação de 120 painelistas, além de grupos de trabalho e atividades voltadas à educação ambiental, cultura, inovação e economia verde. Na solenidade de encerramento, o governador Renato Casagrande recebeu o termo de compromisso do relatório final do evento, que será entregue em setembro ao Ministério das Relações Exteriores, à Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS) e à organização da COP 30. “O Espírito Santo se tornou o centro de um importante debate sobre a construção de um Brasil e de um estado mais sustentável. Agradeço e parabenizo o Instituto e o Elias pela condução desse evento”, declarou Casagrande. O diretor-presidente do Instituto Sustentabilidade Brasil (ISB), Elias Carvalho, destacou que o documento reúne as propostas dos painéis e grupos de trabalho formados por 300 especialistas. “Superamos as expectativas de público e relevância das discussões. Em 2026, vamos trabalhar os temas que serão abordados na COP 30”, afirmou. Os dados do relatório incluem indicadores de diversidade, com destaque para a maioria feminina entre os painelistas (52,5%) e significativa participação de pessoas negras, indígenas e amarelas. O Espírito Santo concentrou 54,5% da representação geográfica, seguido por São Paulo (32,7%). Entre os painéis, destacou-se o debate sobre políticas públicas regenerativas para os litorais, com participação de Sérgio Xavier, do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima. “Precisamos redesenhar os modelos econômicos que estão por trás da destruição ambiental”, defendeu. Também chamou atenção o painel sobre arte e território, com participação da cantora indígena Siba Puri, que leu manifestos do povo Puri que serão anexados ao relatório para a COP. A Jornada Científica premiou os melhores trabalhos acadêmicos voltados à sustentabilidade. Em primeiro lugar, o projeto “Toque sustentável”, que propõe educação inclusiva com materiais recicláveis. O segundo lugar foi para o estudo “Entre práticas instituídas e percepções vividas”, sobre gestão sustentável de recursos humanos. Realizado pelo ISB, o evento se consolidou como um dos principais fóruns nacionais sobre sustentabilidade. “A edição de 2025 reforçou o papel do Espírito Santo como referência no debate climático. Transformar é preciso”, afirmou Elias Carvalho. A programação foi organizada em 13 trilhas temáticas, com curadoria de Dani e Mariana Klein, abordando desde economia azul e infraestrutura verde até justiça climática e mercado ESG. Outra novidade foi o espaço EcoCriativo, que reuniu exposições, atividades educativas e empreendedoras. O encerramento musical ficou por conta do cantor capixaba Amaro Lima, com o show “Noite Manimal”, reunindo artistas locais e o tradicional Congo de São Benedito. Foto: Thiago Guimarães