Evento promovido pelo IBEF-ES vai reunir lideranças empresariais para discutir o ambiente de negócios e encaminhar propostas ao poder público A quinta edição do CEO Meeting, promovida pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo (IBEF-ES), acontece no dia 26 de junho, das 11h30 às 14h, no espaço Casa Vilani, em Vitória. O evento vai reunir lideranças empresariais para debater os investimentos anunciados no Espírito Santo e os desafios relacionados à qualificação da mão de obra no estado. A proposta é estimular um debate técnico, baseado em dados, sobre os caminhos para o desenvolvimento econômico capixaba. Este ano, o IBEF-ES conta com a parceria da Futura Inteligência, responsável pela produção e análise das informações que serão apresentadas durante o encontro. Entre os nomes confirmados estão Pablo Lira, diretor do Instituto Jones dos Santos Neves; Munir Abudi, presidente da Cesan; Sergio Mileipe, diretor da Samarco; e Orlando Caliman, da Futura Inteligência. A abertura será conduzida pelo presidente do IBEF-ES, Alecsandro Casassi, ao lado do vice-presidente e diretor de Estratégia Institucional, Pedro Chieppe, e do diretor de Conteúdo Técnico, Everson Fraga. Segundo Casassi, o CEO Meeting é um espaço estratégico de construção coletiva. “Queremos, mais uma vez, oferecer um ambiente qualificado de reflexão sobre o futuro do Espírito Santo. O CEO Meeting é um fórum estratégico que conecta quem investe, quem gere e quem pensa o estado”, afirmou. Além das apresentações técnicas, o evento também será uma oportunidade de networking, com um almoço reservado a empresários, executivos e tomadores de decisão. Carta aberta Como resultado das discussões, será elaborada uma carta aberta à sociedade, com propostas concretas voltadas à qualificação da mão de obra no Espírito Santo. O documento será encaminhado ao governador Renato Casagrande e aos representantes capixabas no Congresso Nacional, com o objetivo de contribuir com políticas públicas e estratégias que favoreçam a melhoria do ambiente de negócios no estado. A iniciativa reforça o movimento do setor empresarial capixaba em atuar de forma propositiva diante dos desafios e oportunidades gerados pelos novos investimentos que vêm sendo anunciados no Espírito Santo.
Feira dos Municípios terá 18 restaurantes e 14 cervejarias. Confira a lista
Evento será realizado entre os dias 3 e 6 de julho no Pavilhão de Carapina, com entrada gratuita A edição 2025 da Feira dos Municípios já tem sabor e aroma definidos. A organização do evento divulgou nesta segunda-feira (24) a lista com os 18 restaurantes e 14 cervejarias artesanais capixabas que vão integrar a área gastronômica da feira, marcada para acontecer entre os dias 3 e 6 de julho, no Pavilhão de Carapina, na Serra. Consolidada como a maior vitrine da cultura, turismo e tradição dos 78 municípios do Espírito Santo, a Feira dos Municípios chega à sua terceira edição após o retorno em 2023, com ainda mais estrutura e diversidade. Além das degustações nos estandes das cidades, os visitantes vão contar com dois grandes espaços gastronômicos, que prometem mais conforto e variedade. Todos os restaurantes participantes criaram cardápios exclusivos para o evento. Cada um vai oferecer ao menos um prato a até R$ 30, com opções que vão desde frutos do mar — como pastéis, risotos e moquecas — até hambúrgueres, bolinhos, caldos, carnes e massas. Na parte das cervejas, os sabores também não vão faltar: as 14 cervejarias confirmadas prometem agradar aos mais diversos paladares, com rótulos que vão das tradicionais pilsen às mais ousadas sour, IPA e chopp de frutas. O grande diferencial está na origem: todos os estabelecimentos são genuinamente capixabas, com representantes do litoral às montanhas, traduzindo na culinária as influências indígenas, africanas, europeias e regionais que fazem do Espírito Santo um estado plural e saboroso. Confira os restaurantes confirmados 📍 Espaço interno: Chef Bergson Rodrigues, Delícias de Pedra Azul, Cantinho Capixaba, Petisco das Meninas, Regina Maris, Rufino’s, Cozinha Artesanal Vale do Emboque, Crepe Francês & Cia, Don Duda Pizzas, Casa do Torresmo, Empório Fiorotti e Cantina da Nonna. 📍 Área externa: Q’Batata, Dinomania Burgues, Paxtelão Mini Rango, Estação do Churrasco, Rock Massa e Só da Franguitos. Cervejarias participantes Alquimistas, Barba Ruiva, Big Step, Dus Grillo, Else, Mestra, Moro, Panzert, Pedra Beer, Tim Beer, Ronchi Beer, Vikings, Resenha Beer. A diversidade de estilos e sabores vai do chopp de vinho e morango aos estilos mais encorpados como stout, IPA e red ale — um verdadeiro passeio pela produção cervejeira artesanal capixaba. Serviço Feira dos Municípios 2025 📍 Local: Pavilhão de Carapina – Serra/ES 🗓 Data: 3 a 6 de julho 🎟 Entrada gratuita 🚗 Estacionamento pago Horários: • Quinta-feira (3): 14h às 22h | Praça de alimentação: até 00h • Sexta-feira (4): 14h às 22h | Praça de alimentação: até 00h • Sábado (5): 10h às 22h | Praça de alimentação: até 00h • Domingo (6): 10h às 18h | Praça de alimentação: até 20h
Site da Prefeitura de Vitória estreia novo visual com mais acessibilidade e serviços
A Prefeitura de Vitória lançou nesta segunda-feira (23) a nova versão de seu portal oficial. Reformulado por completo, o site chega com layout moderno, navegação simplificada e foco em acessibilidade, funcionalidade e transparência. A proposta é tornar o acesso aos serviços públicos mais eficiente e próximo da população. Além da identidade visual renovada, o portal passou por uma reorganização estratégica das informações. A nova estrutura facilita a busca por serviços, legislação, notícias e canais de atendimento, com uma navegação adaptada a diferentes dispositivos — incluindo celulares e tablets. “O portal da PMV é uma porta de entrada para que os munícipes acessem nossos serviços e tenham mais proximidade com a administração, mesmo que em telas de celulares e computadores. Essa reformulação vai trazer mais facilidade e acessibilidade para cada um dos moradores da capital”, afirmou o prefeito Lorenzo Pazolini. Entre as melhorias, destacam-se o design responsivo, a interface limpa e fluida, e a priorização da experiência do usuário. O site também oferece atalhos diretos para as áreas mais acessadas pelos cidadãos, otimizando o tempo de quem busca informações ou precisa resolver demandas on-line. 🕸️ Um dos portais públicos mais antigos do país Criado em 1998, quando a internet brasileira ainda funcionava por meio de conexão discada, o site da Prefeitura de Vitória foi pioneiro na oferta de serviços públicos digitais. Desde então, passou por três grandes reformulações e consolidou-se como um dos portais mais antigos entre as capitais do país. Com essa nova atualização, a administração municipal reafirma seu compromisso com a inovação digital no setor público e com a ampliação do acesso da população aos serviços da cidade por meio de plataformas intuitivas e modernas.
Semana será de pouca chuva e mínimas de 18 °C na Grande Vitória
Os termômetros vão marcar temperaturas mínimas de até 18 °C nesta semana na Grande Vitória, segundo a previsão do tempo divulgada pelo Climatempo e pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). O tempo deve se manter firme e com predomínio de sol nos próximos dias, com exceção da terça-feira (25), quando há possibilidade de pancadas isoladas de chuva. A segunda-feira (23) começou com o céu limpo e clima ameno. A mínima foi de 20 °C, com máxima prevista de 29 °C. O tempo deve seguir estável até o final do dia, sem previsão de chuva e com vento fraco, variando de norte a nordeste. Na terça-feira (24), o calor aumenta: a temperatura pode chegar aos 30 °C, e o sol aparece entre nuvens. Apesar do dia começar firme, o Climatempo alerta para pancadas de chuva rápida no período da tarde. Ainda assim, a tendência é de que o volume de precipitação seja baixo e localizado. A partir de quarta-feira (25), o tempo volta a ficar seco e ensolarado. As temperaturas mínimas caem um pouco, chegando aos 18 °C, e as máximas variam entre 25 °C e 27 °C até o domingo (29). Segundo o INMET, a atuação de uma massa de ar seco sobre o Sudeste brasileiro deve manter o clima estável, com umidade relativa do ar em declínio no meio da tarde. O fim de semana promete ser ideal para atividades ao ar livre, com céu limpo, temperaturas agradáveis e baixa possibilidade de chuva. A mínima deve permanecer na casa dos 18 °C, e a máxima deve oscilar entre 27 °C e 28 °C no sábado (28) e no domingo (29). 🔎 Resumo da previsão: Mínima da semana: 18 °C (quarta a domingo) Máxima da semana: 30 °C (terça-feira) Chuva: possibilidade apenas na terça-feira, de forma isolada Tendência geral: tempo firme, com sol e temperaturas amenas A combinação de madrugadas frescas com tardes ensolaradas deve marcar o clima desta semana na Grande Vitória. Moradores e turistas podem aproveitar o período com tranquilidade, mas devem manter-se hidratados e atentos à variação térmica entre o início e o fim do dia.
Piloto capixaba Henrique Krüger conquista novo pódio na Fórmula Delta
O capixaba Henrique Krüger voltou a brilhar nas pistas e conquistou mais um pódio na temporada 2025 da Fórmula Delta. O piloto terminou em quarto lugar na corrida dois da segunda etapa da categoria, disputada neste fim de semana no autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu (SP). Com apoio de MedSênior, Timenow, TBS Saúde, FUCAPE, Veronord e F-Delta, além da preparação do coach Maurizio Sala, Henrique vem se destacando em sua temporada de estreia na categoria de formação do automobilismo brasileiro. Na etapa anterior, em Interlagos, ele já havia garantido o quarto lugar entre os Rookies, subindo ao pódio logo em sua estreia. Agora, no Velocitta, o capixaba mostrou evolução: cravou 1:47.146 no treino classificatório e largou da sexta fila na corrida de sábado (21), marcada por bandeiras vermelhas que atrapalharam a sessão. Apesar da boa performance na pista e de ter completado as 12 voltas entre os dez primeiros, uma penalização por queima de largada jogou Henrique para a 12ª colocação final. Já no domingo (22), Krüger deu a volta por cima: largou novamente da sexta fila e fez uma grande corrida de recuperação, ganhando seis posições e cruzando a linha de chegada em sexto na geral e em quarto entre os estreantes. Resultado: mais um troféu na bagagem. “Fiquei muito chateado com a queima de largada no sábado. Isso me motivou a entrar bem mais concentrado para esta segunda prova. Consegui mais um troféu na F-Delta, vamos para a próxima sempre evoluindo”, disse o piloto após o pódio. A próxima etapa da Fórmula Delta acontece entre os dias 25 e 27 de julho, em Interlagos. Agora mais familiarizado com o carro e o circuito, Henrique chega confiante para buscar novos resultados expressivos. 📌 Sobre a Fórmula Delta A F-Delta é uma categoria escola homologada pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), criada para lapidar jovens talentos com foco em competições nacionais e internacionais. Os carros são desenvolvidos pela Minelli Racing Car, com estrutura pensada para oferecer segurança e aprendizado técnico aos pilotos em formação.
LUIZ PAULO VELLOZO LUCAS – “Valorização imobiliária. Quem tem medo?”
De acordo com pesquisa da FipeZap de abril/maio de 2025, Vitória está entre as três cidades brasileiras com o metro quadrado residencial mais caro. Cerca de R$ 13 mil, atrás apenas das catarinenses Balneário Camboriú e Itapema onde o preço do imóvel passa de R$ 14 mil por metro quadrado. Alguns comemoram eufóricos como sendo um indicador do sucesso da capital capixaba e outros reclamam do impacto na alta do custo de vida e consequente expulsão de famílias jovens e mais pobres para outras cidades. O mercado imobiliário, onde a demanda e a oferta por aquisição e aluguel de moradias, forma o preço corrente e determina a valorização, e a desvalorização, dos imóveis, é um mercado fortemente influenciado por intervenções e políticas públicas. A incorporação de novas terras ao tecido urbano através de obras de infraestrutura, vias, serviços de saneamento, fornecimento de energia, comunicação e transporte público viabilizam e orientam a oferta de imóveis. As leis urbanas locais que regulam o uso e ocupação do solo inclusive a verticalização, os impostos sobre a propriedade e sobre as transações de compra e venda, os programas federais e locais de financiamento e subsídios a moradia de interesse social também interferem no mercado e no preço dos imóveis. O mercado imobiliário está fortemente articulado ao sistema financeiro onde os imóveis são usados como garantia a empréstimos hipotecários e os fundos de investimento do mercado de capitais buscam identificar as oportunidades de investimento com maior potencial de valorização. A população de baixa renda, migrantes em sua maioria, ocuparam de forma desordenada regiões de morros e mangues, regiões de forte interesse ambiental e sem infraestrutura urbana a partir dos anos 60 e 70 em que a industrialização e a oferta de empregos formou a Região Metropolitana da Grande Vitória. Segundo o Censo de 2022 do IBGE em Vitória 22,5% da população mora em favelas, sendo a sexta capital com maior índice de favelização, bastante superior a media nacional de 8,1%. O mercado imobiliário nestas áreas é informal e o direito de propriedade é precário. As favelas de Vitória são bem mais urbanizadas do que nas cidades do norte e nordeste que lideram o ranking do IBGE tais como Belém, Manaus, Salvador e Recifemas o desafio de integrar a cidade e completar a urbanização inconclusa e desigual permanece sendo a maior prioridade da cidade. O Projeto Terra desenvolvido entre 1997 e 2004 delimitou as áreas favelizadas de Vitória em quinze poligonais e organizou um esforço conjunto, público e privado, de urbanização e desenvolvimento sustentável que permitiu um avanço extraordinário nestas áreas mas o desafio permanece. O dinamismo do mercado imobiliário capixaba é um importante ativo que pode impulsionar o desenvolvimento sustentável da capital. O centro histórico, a região da Grande São Pedro e os territórios favelizados em geral podem ser transformados e valorizados por empreendimentos imobiliários, inclusive utilizando CEPAC`s (Certificados de Potencial Construtivo) emitidos pela Prefeitura para financiar obras estruturantes como um novo sistema viário em São Pedro em lugar da saturada Avenida Serafim Derenzi e um Shopping Center com estacionamento publico no Centro. Rever o PDU, Plano Diretor Urbano, de Vitória e integrar os PDU`s dos municípios da Grande Vitória é uma tarefa urgente afim de articular um mercado imobiliário dinâmico à politicas publicas urbanas de maneira inteligente fazendo de nossas necessidades também negócios atrativos para o setor privado. *Luiz Paulo Velloso Lucas é engenheiro de Produção, professor universitário, mestrado em Desenvolvimento Sustentável e ex-Prefeito de Vitória. *A opinião do articulista é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a posição do portal News Espírito Santo
JOÃO GUALBERTO – “A capitania austral”
Pesquisas recentes revelam que a capitania austral, hoje Espírito Santo, já ocupava papel estratégico nos planos da monarquia portuguesa no fim do período colonial. A primeira vez que ouvi a expressão Capitania Austral foi assistindo a uma palestra da professora Adriana Campos, no Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, não faz muito tempo. Ela explicou do interesse das autoridades portuguesas em transformar a nossa capitania no centro nervoso do processo econômico brasileiro, no fim do período colonial. Isso mostra que a Capitania já era observada como elemento do projeto de futuro do império lusitano. Essa afirmativa causou surpresa, porque aprendemos que fomos o espaço do atraso e do marasmo, usados apenas para atenuar o risco de contrabandos e invasões em direção às Minas Gerais. Existe de fato uma convicção de que, durante todo o período colonial e imperial, fomos um território de pouca expressão e que disso resultou um enorme atraso em relação ao resto do Brasil. Evidentemente trata-se de constatações que não colaboram para a existência de uma autoestima acentuada por parte dos capixabas, já que aprendemos a olhar para o passado de forma desconfiada, mediante nossa suposta pouca relevância histórica. Ocorre que as evidências das pesquisas históricas mais recentes apontam em outra direção. Prova disso é que, em capítulo de um livro ainda inédito a que tive acesso, há uma excelente reflexão da mesma pesquisadora e professora da Ufes, Adriana Campos – sempre na vanguarda – com o título Circuitos de poder e ocupação territorial: concessões e confirmações de cartas de sesmarias no Espírito Santo (1814-1831), em que ela toca no assunto de maneira muito profunda. O texto analisa o processo de concessão e confirmação de sesmarias (cartas de doação de terras) na capitania do Espírito Santo o início do século XIX, entre o fim do período colonial e o início da nossa independência, com foco nos registros de demarcação e posse relacionados à titulação fundiária no Brasil. Com base em manuscritos do Arquivo Nacional e do Arquivo Público do Espírito Santo, o estudo combina análise diplomática de documentos, usando metodologia histórica bastante atual e sofisticada. Dentre as inúmeras revelações históricas da maior importância para nós, capixabas, está uma que me chamou a atenção, quando a autora afirma que: a política de ocupação do Espírito Santo não começou abruptamente no período joanino, mas foi um processo gradual. Antes marginalizada pelas restrições administrativas para evitar o contrabando de ouro, a capitania tornou-se estratégica nos planos territoriais da monarquia. A partir de meados do século XVIII, a preocupação com a evasão fiscal deu lugar a uma visão integradora, aproveitando o papel logístico da capitania nas rotas de circulação entre o interior minerador e a costa atlântica. Explica a autora que desde 1768 documentos em Portugal sugeriam uma reconfiguração da capitania do Espírito Santo. Propunha-se, por exemplo, mudar seu nome para “Província Austral do Rio Doce”, considerando-se que o nome atual “cheirava a direito feudal”. O que então se visava era conectar o litoral às Minas Gerais, facilitando a navegação pelo Rio Doce e beneficiando tanto essa região quanto Vila Rica. Essas ideias antecipavam o esforço da Coroa em usar a distribuição de sesmarias para criar corredores econômicos e valorizar a região centro-sul do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. A partir de 1814 iniciaram-se na Capitania do Espírito Santo dois movimentos simultâneos de concessão de sesmarias para promover povoamento e conquista territorial, como muito bem sinaliza o estudo a que me refiro. O primeiro focou na fixação de colonos açorianos em Viana, fortalecendo a ocupação agrícola e criando núcleos populacionais, fato que é mais conhecido dos capixabas em geral. O segundo ocorreu ao longo do rio Doce, visando criar uma via de escoamento para produtos de Minas Gerais, conectando o interior à costa atlântica. Ambos os movimentos, apesar de possuírem finalidades distintas — adensamento populacional e dinamização comercial — aconteceram simultaneamente, refletindo a intensificação das políticas régias no início do século XIX. Ressalte-se que essas políticas colocavam o nosso território no cento da vida do país que estava surgindo. As informações e achados históricos nos quais se apoiam as afirmativas dessa pesquisadora de alto nível nos mostram que ainda temos muito o que aprender e desaprender sobre o nosso estado, cuja força e potência são percebidas há muito tempo. *João Gualberto Vasconcellos é mestre e professor emérito da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Doutor em Sociologia pela Escola de Altos Estudos em Ciência Política de Paris, na França, Pós-doutorado em Gestão e Cultura. Foi secretário de Cultura no Espírito Santo entre 2015 e 2018. *A opinião do articulista é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a posição do portal News Espírito Santo