utorização da Receita Federal para ampliar em 20% sua área alfandegada em Cariacica, na Grande Vitória. Com isso, a empresa passa a operar com 200 mil metros quadrados alfandegados às margens da Rodovia do Contorno, consolidando-se como um dos maiores Centros Logísticos Industriais Aduaneiros (Clias) do país. A nova área permitirá à empresa intensificar as operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias ligadas ao comércio exterior, funcionando como uma extensão da zona portuária, sob controle da Alfândega. Segundo a GDL, o reforço atende à crescente demanda logística internacional e fortalece a posição estratégica do Espírito Santo nesse segmento. O diretor-presidente da GDL Logística, Philippe Masse, informou que foram investidos cerca de R$ 8 milhões na estrutura. O novo espaço já está sendo utilizado para armazenar veículos e está preparado para receber equipamentos pesados da chamada “linha amarela”, como tratores, escavadeiras e outras máquinas voltadas à construção civil. “O local também já está apto a receber contêineres futuramente”, destacou Masse. O Espírito Santo é, atualmente, a principal porta de entrada de carros importados que chegam ao Brasil. Para o executivo, a tendência deve continuar nos próximos anos. “É importante estarmos preparados para receber essa demanda e o que ainda está por vir. Temos uma infraestrutura completa de armazenagem, despacho aduaneiro e trânsito de mercadorias para atender a diversos segmentos, além do automotivo”, afirmou, citando ainda os setores de saúde, tecnologia e alimentos como áreas atendidas pela empresa.
Dia Mundial da Saúde Ocular alerta para prevenção da cegueira no Brasil
Cerca de 1,5 milhão de brasileiros vivem com cegueira e outros 6,6 milhões apresentam algum grau de deficiência visual, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maioria desses casos, no entanto, poderia ser evitada com diagnóstico precoce e cuidados contínuos, alerta o oftalmologista Cesar Ronaldo Filho, do Hospital de Olhos Vitória. Em razão do Dia Mundial da Saúde Ocular, celebrado nesta quinta-feira (10), especialistas chamam atenção para a importância da prevenção. Estimativas do CBO indicam que até 90% dos casos de perda parcial ou total da visão são tratáveis ou evitáveis. “Assim como cuidamos do coração, precisamos cuidar da visão. Muitas doenças oculares são silenciosas e só se manifestam em estágios avançados, como o glaucoma, uma das principais causas de cegueira no mundo”, explica o médico. Apesar da recomendação por consultas regulares, muitos brasileiros ainda negligenciam a saúde dos olhos. Uma pesquisa publicada na Revista Brasileira de Oftalmologia revelou que 11,4% dos entrevistados nunca foram ao oftalmologista e 35% só procuram atendimento quando percebem algum sintoma. Outros 29,5% afirmaram não visitar um especialista há mais de dois anos. Entre os problemas visuais mais relatados estão catarata (9,9%) e glaucoma (4,6%), ambas causas comuns de cegueira. “O diagnóstico precoce é essencial para que o tratamento seja mais eficaz. Por isso, a ida ao oftalmologista deve acontecer mesmo na ausência de sintomas”, reforça Cesar Ronaldo Filho. Sinais de alerta Alguns sinais podem indicar problemas oculares e não devem ser ignorados: vista embaçada, olhos vermelhos, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz, dor de cabeça constante, visão dupla e dificuldade para enxergar à noite. A recomendação dos especialistas é realizar, pelo menos, uma consulta oftalmológica por ano. Segundo o médico, a saúde dos olhos também está diretamente ligada à saúde geral do corpo. “Doenças como diabetes e hipertensão afetam diretamente a visão e podem causar complicações graves, como a retinopatia diabética e a hipertensão ocular. Bons hábitos, como alimentação equilibrada e prática de atividades físicas, ajudam a preservar a saúde ocular”, afirma. Visão e saúde mental A perda da visão não impacta apenas a capacidade física, mas também o bem-estar emocional. Os olhos são responsáveis por mais de 80% das informações processadas pelo cérebro, e a deficiência visual pode comprometer a autonomia e a autoestima do indivíduo. Estudos internacionais reforçam essa relação. Uma pesquisa publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA) mostra que adultos com deficiência visual têm o dobro do risco de desenvolver depressão. Outro estudo, da BMC Ophthalmology, associa a baixa visão a maior ansiedade em interações sociais. Entre idosos, o impacto é ainda mais acentuado. Pesquisa do American Journal of Epidemiology sugere que a limitação visual pode acelerar o declínio cognitivo e estar relacionada ao surgimento de demências, como o Alzheimer. “A perda da visão reduz a participação em atividades diárias e o convívio social, aumentando o isolamento e a vulnerabilidade”, explica o oftalmologista.
Eurípedes Pedrinha – “A inovação se instalou na nossa rotina sem pedir licença. E agora?”
Quando se fala em inovação, é conveniente pensar no assunto como um conceito distante, como se o tema fosse interessante apenas para uma reduzida comunidade de aficionados por tecnologia. Mas, de repente, o fácil acesso à inteligência artificial de forma rápida e gratuita transformou o dia a dia das pessoas. A discussão chegou às nossas casas, parando de se restringir ao pesquisador ou ao empreendedor. O “burburinho” da chegada da IA já passou. Agora, não tem outro jeito: a solução é discutir como utilizá-la para melhor nos servir. No Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e no ecossistema de inovação enxergamos a inteligência artificial como uma aliada que não chega para substituir o trabalho humano, mas vem justamente para otimizar os processos e dar mais espaço para fazermos o que só um humano pode fazer: sentir, acolher, personalizar. Enquanto isso, a IA atua como uma importante aliada da competitividade entre negócios, da excelência dos serviços e da experiência do cliente. A inovação só é uma ameaça para aqueles que não estão interessados em buscar conhecimento, para quem só busca mais do mesmo ou não tem interesse nos processos que dão origem aos resultados desejados. Afinal, “inovar” nada mais é do que encontrar uma forma mais eficiente para resolver um problema por meio de uma solução mais rápida, mais barata ou que gere mais valor. Como diz Steven Johnson no livro “De onde vêm as boas ideias”, para chegar a essas soluções inovadoras é necessário haver encontro, conexão, um confronto de perspectivas. Por isso, pelo quinto ano consecutivo, realizamos o Innovation Experience Espírito Santo – ESX, o maior evento de inovação do estado. A edição de 2025 começa nesta quinta (10) e vai até sábado (12), na Praça do Papa, em Vitória, e todos estão convidados. O evento é gratuito mediante inscrição pelo site esx.com.es. A iniciativa é do Sebrae/ES com importantes parceiros, como a Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI) e a Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional do estado (Secti/ES), além da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). O evento foi crescendo e ampliando sua atuação. Este ano, adotamos o lema “Inovação sem fronteiras” porque não se limita à ciência e tecnologia, braço fundamental do processo de inovação, mas traz também o que apelidei de “inovação aplicada”, ou seja, as soluções inovadoras que podem ser aplicadas no dia a dia do mercado e na rotina das pessoas. O grande propósito do ESX é ser um festival, um ponto de encontro, de diversão, onde o público pode conhecer as novidades que os negócios estão oferecendo ao mercado. E falando nesses empreendimentos inovadores, que chamamos de startups, teremos mais de 300 deles expondo no evento. São cerca de 170 negócios capixabas e outros 130 de outros 23 estados brasileiros, o que demonstra que realmente não temos fronteiras para a inovação. Quem participar do ESX poderá ter acesso a essas soluções e ao conhecimento dos cerca de 160 palestrantes distribuídos em cinco palcos. Nosso bate-papo será sobre tecnologia, empreendedorismo, sustentabilidade, sociedade, diversidade e muito mais. Venha vivenciar a inovação conosco! Eurípedes Pedrinha é diretor técnico do Sebrae/ES *A opinião dos articulistas é de total responsabilidade dos autores e não reflete necessariamente a posição do portal News Espírito Santo
Estado garante R$ 407 milhões para municípios investirem em prevenção de desastres naturais
O Governo do Espírito Santo já garantiu cerca de R$ 407 milhões a municípios capixabas para a execução de obras voltadas à prevenção de desastres naturais e adaptação às mudanças climáticas. Os repasses são realizados por meio do Fundo Cidades – Adaptação às Mudanças Climáticas, criado em 2023 com foco na proteção à vida, segurança hídrica e desenvolvimento sustentável. O prazo para que as prefeituras enviassem pedidos de recursos para 2025 à Secretaria de Estado do Governo (SEG) terminou nesta terça-feira (8). Para formalizar a solicitação, foi necessário aderir ao Programa Cidades Resilientes (Procire), por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama). Desde março de 2023, já foram autorizadas transferências para mais de 160 projetos e mais de 80 obras em todo o estado. A secretária de Estado do Governo, Emanuela Pedroso, destaca que os repasses são feitos diretamente aos municípios, sem burocracia, com análise técnica de uma comissão composta por SEG, Seama, DER-ES, Corpo de Bombeiros, Agerh, Seag e Setades. Recuperação de acesso e estabilização de encosta na Ladeira do Besouro, São Mateus: em execução “Foi o próprio governador Renato Casagrande quem sugeriu a criação do Fundo. As mudanças climáticas têm se intensificado em todo o mundo, e a prevenção se tornou fundamental para preservar vidas e reduzir impactos econômicos e sociais”, afirmou Emanuela. Entre os critérios analisados para liberação de recursos estão o grau de risco da área, número de pessoas beneficiadas, impacto ambiental e garantia de segurança hídrica. As intervenções incluem obras como drenagem e pavimentação de vias, macrodrenagem, contenção de encostas, construção de diques e reservatórios, entre outras. A secretária cita exemplos de obras já concluídas ou em andamento, como a contenção de encosta na Rua Lino Ribeiro Soares, em Muniz Freire, a bacia de contenção no Córrego da Areia, em São José do Calçado, e intervenções em Viana e Cariacica. “Essas obras já demonstraram eficácia diante de fortes chuvas e protegem residências, comércios e demais atividades econômicas”, disse. Além das obras, o Estado também está destinando recursos para que os municípios elaborem projetos estruturantes de adaptação às mudanças climáticas, com limite de até R$ 500 mil por cidade. As solicitações devem ser enviadas à SEG até setembro. O Fundo Cidades – Adaptação às Mudanças Climáticas integra o Programa Capixaba de Mudanças Climáticas. Ele é uma evolução de políticas públicas iniciadas ainda na primeira gestão de Renato Casagrande, em 2013, após episódios de fortes chuvas que atingiram o estado. Desde então, o fundo passou por reformulações e retomadas, até ser inserido, na gestão atual, em um eixo estruturante de enfrentamento aos eventos climáticos extremos. Fotos: governo ES
Findes critica aumento de tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros e alerta para impactos no Espírito Santo
A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) manifestou preocupação com a decisão anunciada nesta quarta-feira (9) pelo governo dos Estados Unidos de aumentar em 50% a tarifa sobre todos os produtos importados do Brasil. A entidade classificou a medida como “extremamente severa” e baseada em “interesses político-partidários internos”, em desacordo com os princípios que regem o comércio internacional. Segundo a Findes, o Espírito Santo possui uma das economias mais abertas do país, com forte integração ao mercado externo, o que torna o estado mais vulnerável a decisões unilaterais como essa. “Medidas desse tipo comprometem a previsibilidade das relações comerciais, criam instabilidade nos mercados e colocam em risco cadeias produtivas inteiras, com reflexos diretos no emprego, na arrecadação e no crescimento econômico regional”, diz a nota divulgada pela entidade. Dados do Observatório Findes indicam que os Estados Unidos foram, em 2024, o principal parceiro comercial do Espírito Santo, respondendo por 28,6% das exportações capixabas. No ano passado, o estado exportou US$ 3,06 bilhões e importou US$ 2,05 bilhões dos EUA, com saldo positivo para a balança comercial capixaba. A nova política tarifária ameaça esse equilíbrio, segundo a Federação. Setores como aço, rochas ornamentais, papel e celulose, minério e café estão entre os mais expostos à nova taxação. “Ao encarecer artificialmente os produtos brasileiros no mercado norte-americano, essa medida reduz nossa competitividade e pode resultar em queda nas vendas, prejuízo às empresas e perda de postos de trabalho”, alerta a Findes. A entidade também criticou o uso de decisões comerciais para fins políticos. “Consideramos inaceitável que decisões comerciais sejam tomadas com base em disputas políticas internas, desconsiderando os impactos concretos sobre economias inteiras.” A Federação defendeu o diálogo diplomático e a atuação do governo brasileiro para reverter a medida. “É papel do governo brasileiro atuar de forma firme na defesa dos interesses nacionais, buscando reverter essa medida e preservar o ambiente de negócios internacional.” A Findes informou ainda que continuará monitorando os desdobramentos do caso, em articulação com o setor produtivo, e colocou sua estrutura técnica à disposição para avaliar os impactos e propor alternativas para mitigar prejuízos à indústria capixaba.