A Prefeitura de Vitória segue promovendo a restauração e modernização da identificação de monumentos históricos da capital por meio do projeto “RenovAção”, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Cultura (Semc). A iniciativa, que teve início no começo de 2025, contempla 62 peças do patrimônio público da cidade. Após a entrega do monumento à Yemanjá, totalmente restaurado em janeiro deste ano na orla de Camburi, os trabalhos agora se concentram no monumento em homenagem a Getúlio Vargas, localizado na praça que leva o nome do ex-presidente, no Centro da capital. A intervenção, iniciada neste mês de julho, é ampla e técnica, e respeita as características originais da escultura, feita em bronze e assentada sobre pedestal de granito cinza andorinha apicoado. Entre as ações previstas estão o reparo de fissuras e deformações, a substituição de elementos faltantes – como a carta e o escudo com as armas da República – e a restauração de detalhes desgastados pelo tempo. Também será feita a instalação e substituição de placas de identificação e letreiros, além de intervenções na base para garantir a integridade da peça restaurada. A previsão é que os serviços, executados pelo escultor capixaba José Nilson de Araújo Almeida, o Nilson Camizão, sejam concluídos em 60 dias. Mudança de local Outro destaque dessa etapa do projeto é a realocação do Monumento à Lei de Deus, também situado na Praça Getúlio Vargas. A peça ganhará nova base e será deslocada dentro da própria praça, que passará por obras de revitalização. O monumento permanecerá acessível ao público, com sua função simbólica e religiosa preservada. Investimentos e cronograma O projeto “RenovAção” já concluiu a recuperação do monumento à Yemanjá, com investimento de R$ 25 mil, e atualmente trabalha no restauro de outras importantes obras, como o Monumento Homenagem ao Ofício das Paneleiras de Goiabeiras, o Monumento à Grécia, o Monumento ao Ano Internacional da Paz e cinco bustos históricos localizados na Praça Costa Pereira. Esses cinco bustos, que homenageiam Dr. Costa Pereira, Muniz Freire, Florentino Avidos, Jerônimo Monteiro e Afonso Cláudio, já têm orçamento aprovado para restauração. Até o momento, os investimentos no programa somam cerca de R$ 250 mil, e a expectativa é de que todas as 62 peças previstas sejam restauradas até o final de 2026, fortalecendo o compromisso da capital com a preservação de sua memória. Patrimônio valorizado De acordo com o secretário municipal de Cultura, Edu Henning, o “RenovAção” representa uma nova fase na valorização do patrimônio cultural da cidade. “Estamos tratando nossos monumentos com o respeito e a atenção que eles merecem. O projeto ‘RenovAção’ é um compromisso firme com a memória da cidade. Já restauramos, estamos restaurando e continuaremos a restaurar. É um plano que já abraçou Vitória como um todo”, destacou o secretário. Além do trabalho de restauração, a Semc também estuda a implantação de QR codes junto às peças, com informações históricas e culturais acessíveis à população, como forma de ampliar o conhecimento e o envolvimento dos moradores com o patrimônio público da capital. Foto: PMV
Vila Velha abre inscrições para reunião que vai definir prioridades da saúde até 2029
Moradores de todas as regiões administrativas de Vila Velha já podem se inscrever para participar da construção do Plano Municipal de Saúde 2026-2029. A participação será feita por meio da 1ª Reunião Ampliada Municipal de Saúde com Participação Popular, que acontece nos dias 29 e 30 de julho, a partir das 13 horas, na Faculdade Estácio de Sá, no Centro. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas de forma online, pelo site 🔗 reuniaoampliadasaude.vilavelha.es.gov.br O evento, promovido pela Prefeitura de Vila Velha, tem como objetivo reunir representantes da sociedade civil, profissionais da saúde e gestores públicos para colaborar na elaboração do novo plano de ações para o setor. As discussões serão baseadas nas propostas aprovadas durante as Conferências Municipais de Saúde realizadas entre 2021 e 2025, além de sugestões vindas de grupos de trabalho e alinhadas às diretrizes estaduais. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o encontro também pretende avaliar a situação atual da saúde no município, discutir o funcionamento da rede de serviços e ouvir as demandas da população. Durante a programação, será apresentado um diagnóstico da rede municipal de saúde pela subsecretária Regina Diniz e pela gerente de Planejamento e Projetos, Rachel Diniz. A secretária municipal de Saúde, Cátia Lisboa, reforça que a reunião ampliada é uma oportunidade de dar voz à comunidade e garantir que as políticas públicas da área sejam construídas de forma democrática e participativa. “É um espaço aberto para que a comunidade apresente suas demandas, compartilhe experiências e ajude a definir as prioridades da saúde em Vila Velha”, destacou. Foto: PMVV
João Gualberto – “Parlamentarismo à brasileira”
As culturas nacionais constroem grandes redes simbólicas e muitas significações, que chamo de imaginárias. A sociedade brasileira tem uma questão mal resolvida quando cria novas instituições: nossas elites copiam com frequência os modelos de outros países, onde funcionam bem. Foram exemplos disso a França e os Estados Unidos, nos quais nos inspiramos para construir nossos modelos republicanos no final do século XIX, mas esses não são os únicos exemplos. A grande questão que ficou para o futuro é que não temos nem franceses e nem estadunidenses para honrar tais modelos políticos; o que temos somos nós, brasileiros, imersos em outra cultura. Não que sejamos moralmente inferiores ou incapazes de absorver modelos mais elaborados, mas as instituições que vingam em uma sociedade têm que fazer sentido para ela, precisam estar ligadas à sua teia de significações imaginárias sociais. As culturas nacionais constroem grandes redes simbólicas e muitas significações, que chamo de imaginárias. Essas redes simbólicas e imaginárias é que dão potência, ou não, ao desejo conceitual do legislador republicano de primeira hora. Exemplo claro disso é o federalismo, construído no início de nossa república. Não que fosse um ideal somente republicano; Feijó já pensava em um federalismo monárquico, que nunca se efetivou. O federalismo foi uma das grandes molas da democracia que vingou nos EUA, desde o início de o início de sua trajetória como nação independente. Já aqui virou, sobretudo, uma estratégia de legitimação do poder das oligarquias regionais, que estavam ávidas pelo poder no fim do império. Seria um despropósito dizer que ele se resume a isso, mas também não seria correto dizer que a afirmação política dos coronéis – autoritária, elitista e apoiada na tese da incapacidade política das massas – não passou pela distorção do sentido original da ideia. Outro exemplo de uma instituição transposta das democracias mais inclusivas do que a nossa nascente experiência como nação foram os partidos políticos. Os estadunidenses criaram, ainda no século XIX, os movimentos que levaram tanto o Partido Republicano quanto o Partido Democrata a ter fortes raízes populares, como também aconteceu em outras nações. As grandes convenções com participação em massa de eleitores são antigas e marcam a força daquela democracia, afinal trata-se do único país ocidental em que nunca houve uma ditadura. Mesmo as loucuras de Trump passaram pelo processo eleitoral e têm aprovação em seu país, e precisam dessa aprovação para continuar. Nesse caso, trata-se mais de um problema de sociedade do que de um desejo de tirania isolado. Mais isso é uma outra discussão. Nosso legislativo sofre da mesma enfermidade, pois expressa o desejo das elites, refletindo mais um olhar intelectualizado sobre a política do que propriamente um desejo do eleitorado. Victor Nunes Leal, no seu clássico Coronelismo, Enxada e Voto, nos ensina que o eleitor da roça, em dias de votação, faz festa, tem transporte gratuito, recebe alimentação e presentes variados, como pares de botas ou, mais recentemente, panelas de pressão. As pessoas mais pobres, historicamente, não têm uma relação orgânica com o voto. Muito disso ainda acontece até hoje, como sabemos todos. Essa baixa relação com o voto faz com quem muitas demandas do parlamento não expressem demandas coletivas. Uma vez eleitos, deputados federais e senadores não se sentem obrigados a prestar contas de suas ações a seus eleitores. A ideia de representação desaparece ao longo do mandato, restando a origem territorial do parlamentar. Não se costuma respeitar o que pensa o eleitor sobre aquela ação específica. Essa ideia do descasamento entre as demandas populares e a ação parlamentar veio à mente agora, em função da clara crise que vivemos entre o executivo e o congresso nacional. Não quero colocar a culpa no congresso, pois seria preciso ser mais longo e mais crítico para um julgamento mais correto. Quero apenas chamar a atenção para o descolamento do contexto das necessidades nacionais e do desejo dos eleitores em tudo isso. Sentindo a fragilidade do Governo Lula e sua incapacidade de estabelecer conexões com o novo mundo que está sendo criado em nosso tempo, o congresso viu-se em condições de ditar, por si mesmo, os desejos nacionais. Só que faz isso a partir de uma enorme fragmentação política, baseada dos anseios de cada parlamentar, sem uma visão clara do conjunto da sociedade brasileira. O chamado presidencialismo de coalizão está ferido de morte. O que vemos hoje são presidentes fracos. Não podemos esquecer que Bolsonaro também estava refém do congresso, um congresso forte e sem pauta, a não ser a defesa de interesses – nem sempre republicanos – dos nossos legisladores. A crise política precisa ser resolvida. *João Gualberto Vasconcellos é mestre e professor emérito da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Doutor em Sociologia pela Escola de Altos Estudos em Ciência Política de Paris, na França, Pós-doutorado em Gestão e Cultura. Foi secretário de Cultura no Espírito Santo entre 2015 e 2018. *A opinião do articulista é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a posição do portal News Espírito Santo
Friozinho continua: mínimas seguem abaixo de 20 °C na Grande Vitória ao longo da semana
A semana começou com temperaturas amenas e o clima deve continuar assim nos próximos dias na Grande Vitória. De acordo com as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do ClimaTempo e do Incaper, as mínimas vão se manter abaixo dos 20 °C até pelo menos sexta-feira (25), com os termômetros marcando entre 16 °C e 19 °C nas madrugadas e manhãs. Durante o dia, a temperatura sobe um pouco, mas as máximas também permanecem moderadas, oscilando entre 26 °C e 28 °C, com variação de nuvens e possibilidade de chuva fraca em alguns períodos, especialmente na quarta-feira (23) e no sábado (26). Nesta segunda-feira (21), a capital capixaba amanheceu com céu parcialmente nublado e sensação de frio leve, principalmente nas áreas próximas ao mar. O cenário se repete na terça, que deve ser o dia mais seco da semana, com sol predominando entre nuvens e temperaturas mais elevadas à tarde. Segundo o Incaper, uma frente fria que passou pelo litoral do Sudeste ainda influencia o tempo no Espírito Santo, favorecendo a entrada de ventos úmidos e o aumento da nebulosidade. Na quinta (24) e na sexta (25), a previsão é de pancadas isoladas de chuva, principalmente à tarde e à noite. O fim de semana reserva uma mistura de sol e nuvens, com chance moderada de precipitação no sábado. No domingo (27), o tempo tende a firmar novamente, com céu mais aberto. Panorama para os próximos dias na Grande Vitória: Segunda (21/07): mínima de 17 °C, máxima de 26 °C. Céu nublado a parcialmente nublado, com chance de garoa. Terça (22/07): mínima de 18 °C, máxima de 27 °C. Sol entre poucas nuvens. Quarta (23/07): mínima de 19 °C, máxima de 28 °C. Possibilidade de pancadas rápidas. Quinta (24/07): mínima de 18 °C, máxima de 26 °C. Sol com aumento de nuvens e chance de chuva isolada. Sexta (25/07): mínima de 19 °C, máxima de 27 °C. Céu parcialmente nublado, com previsão de chuvas passageiras. Sábado (26/07): mínima de 18 °C, máxima de 28 °C. Tempo instável, com possibilidade de chuva. Domingo (27/07): mínima de 19 °C, máxima de 28 °C. Sol entre nuvens e clima mais seco. Apesar das temperaturas amenas, não há previsão de eventos extremos ou frentes frias mais intensas. O cenário climático é típico do mês de julho, marcado por madrugadas frescas e tardes mais aquecidas, em uma transição gradual do inverno para a primavera. Para quem aprecia um clima mais ameno, a semana será ideal para atividades ao ar livre, desde que com atenção aos períodos com possibilidade de garoa ou chuva fraca.