Profissionais ressaltam papel estratégico do planejamento urbano em alinhamento com iniciativa mundial da ONU-Habitat O Outubro Urbano, iniciativa da ONU-Habitat, promove em todo o mundo uma reflexão sobre os desafios e as soluções para transformar os centros urbanos em espaços mais inclusivos, sustentáveis, resilientes e integradores. No Brasil, a mobilização resgata a importância do arquiteto e urbanista na construção de cidades que acompanhem as demandas presentes e futuras da sociedade. Planejar cidades é planejar a vida em comunidade Para o arquiteto Heliomar Venâncio, presidente da AsBEA/ES (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Espírito Santo), pensar o futuro urbano é ir muito além de ruas e prédios. “Não se trata apenas de desenhar prédios ou organizar ruas, mas de planejar a vida em comunidade. Uma cidade organizada deve prever mobilidade eficiente, espaços públicos de qualidade, acesso universal a equipamentos de saúde, educação e lazer, preservação ambiental e integração entre as pessoas. A arquitetura e o urbanismo têm o papel de costurar todos esses elementos”, ressalta Heliomar. Ele também destaca a importância da identidade local como elemento estruturante: Preservar a memória urbana, ao mesmo tempo em que se incorporam soluções contemporâneas, é fundamental para fortalecer vínculos sociais e garantir pertencimento. O arquiteto ainda reforça que a expansão desordenada aumenta desigualdades e pressiona o meio ambiente: “Crescer para fora, sem planejamento, significa ampliar desigualdades e pressionar ainda mais os recursos naturais. Requalificar áreas já construídas, incentivar a moradia em regiões centrais e apostar em soluções sustentáveis são caminhos mais inteligentes e responsáveis”, afirma. Soluções que integram sustentabilidade, natureza e pessoas O arquiteto e urbanista Hansley Rampineli Pereira (Studio 3 Arquitetura e Urbanismo) reforça que a transformação das cidades precisa de participação social. “O desenvolvimento urbano precisa ser planejado com foco nas pessoas, na natureza e na coletividade. Um dos caminhos fundamentais é investir em educação ambiental e participação social, para que a população se envolva nas decisões que moldam o espaço urbano.” Ele cita as “cidades esponjas” como modelo inteligente: • pavimentos drenantes • praças e vias que absorvem água • reaproveitamento de águas pluviais Essas soluções ajudam a: ✅ reduzir alagamentos ✅ melhorar o conforto térmico ✅ ampliar áreas verdes Hansley também ressalta mobilidade como prioridade urbana: “É essencial priorizar a mobilidade ativa, com calçadas acessíveis, ciclovias seguras e transporte público de qualidade. A cidade sustentável é aquela que acolhe, integra e garante qualidade de vida para todos.” Técnica, legislação e participação: pilares do desenvolvimento urbano Para o arquiteto e urbanista Juliano Motta Silva (Vivacidade Arquitetura e Urbanismo), dedicar um mês a esse debate é fundamental. “As populações urbanas predominam, tanto no Brasil quanto no Espírito Santo. As cidades médias têm crescido muito e demandam cada vez mais qualidade nos serviços públicos para se desenvolverem de forma harmônica e sustentável.” O desafio central, segundo ele: “Contar com corpo técnico capacitado aliado a uma legislação que atenda às expectativas de desenvolvimento sustentável das cidades, que contribua para a melhoria da qualidade de vida da população e que, ao mesmo tempo, seja aplicável e fiscalizável.” Juliano lembra que a agenda urbana já ganhou força na Grande Vitória: “Temos municípios revisando seus planos diretores, como Vila Velha. Esse movimento abre oportunidade para ampliar a discussão sobre o tema — que tem despertado interesse também da população em geral.” Ele destaca ainda o papel dos Estudos de Impacto de Vizinhança (EIVs): “Eles avaliam empreendimentos que podem gerar impactos urbanos e apontam medidas mitigadoras ou compensatórias necessárias para minimizar ou equilibrar os efeitos que possam surgir.” O futuro das cidades está em pauta — e passa pelo Espírito Santo Com os desafios globais espalhados pelo cotidiano urbano — mobilidade, moradia, mudanças climáticas, desigualdade — o Outubro Urbano reforça um caminho comum: 🟦 cidades mais humanas 🟩 planejamento sustentável 🟧 participação cidadã E os arquitetos e urbanistas capixabas estão no centro dessa construção.
Setor de serviços puxa retomada e Espírito Santo volta a gerar empregos formais
Depois de dois meses seguidos de retração, o mercado de trabalho capixaba voltou ao campo positivo. Em agosto, o Espírito Santo registrou saldo de 906 novas vagas com carteira assinada — resultado obtido a partir da diferença entre admissões e demissões. O desempenho foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, que respondeu por 1.247 empregos e ajudou a reverter o cenário de queda observado em junho e julho. Os dados integram as análises do Connect Fecomércio-ES, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), e refletem uma recuperação gradual do dinamismo econômico estadual. Na sequência dos setores que mais contrataram, aparecem: • Indústria: +394 vagas • Comércio: +177 • Construção: +96 Por outro lado, a agropecuária manteve o ritmo de queda e fechou 1.008 postos de trabalho. Serviços seguem como motor da economia Dentro do setor líder, o maior destaque foi o segmento de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, que abriu 778 empregos, distribuídos entre administração pública em geral (237), educação (272) e atenção à saúde humana (264). Outro destaque foi o setor de alojamento e alimentação, que criou 231 vagas, impulsionado pela expansão dos serviços de alimentação corporativa — que, desde 2023, já acumulam crescimento de 25%. Para o coordenador do Observatório do Comércio do Connect Fecomércio-ES, André Spalenza, o cenário aponta uma recomposição do mercado após os ajustes provocados pelo pico da colheita do café no primeiro semestre. “O resultado mostra a resiliência do mercado de trabalho capixaba. Os serviços continuam sendo o principal motor da economia, sustentando a geração de empregos formais mesmo em um cenário de desaceleração nacional”, afirmou Spalenza. Vitória lidera contratações Entre os municípios, o saldo de agosto ficou assim: • Vitória: +730 vagas • Vila Velha: +270 • Cachoeiro de Itapemirim: +209 A Grande Vitória encerrou o mês com saldo de 1.021 empregos, enquanto o interior registrou -115, ainda afetado pelo recuo nas atividades agrícolas. Panorama do ano: 19 mil novos empregos De janeiro a agosto, o Espírito Santo soma 19.120 vagas formais, totalizando 928.520 vínculos — alta de 2,4% frente ao mesmo período de 2024. Os setores apresentaram o seguinte desempenho no período: • Indústria: +2,9% • Comércio: +2,8% • Serviços: +2,7% • Construção: -0,6% Nos últimos 12 meses encerrados em agosto, o setor de serviços liderou com 11.288 novos postos, seguido pelo comércio (6.314). Juntos, somam quase 80% das vagas geradas no estado. Spalenza destacou ainda o crescimento da participação feminina: “Mais da metade das vagas criadas no ano, 51,2%, foi ocupada por mulheres (9.785), o que confirma uma tendência de maior protagonismo feminino no mercado formal capixaba”. Mesmo com a retomada, ele aponta desafios: “É preciso tornar o emprego formal mais atrativo, oferecendo melhores pacotes de benefícios e condições de flexibilidade. O futuro do trabalho passa por esse equilíbrio entre segurança e modernidade”. 📊 A pesquisa completa está disponível no Portal do Comércio (https://www.portaldocomercio-es.com.br) Sobre o Sistema Fecomércio-ES A Fecomércio-ES representa 405.455 empresas, responsáveis por 58% do ICMS recolhido no Estado e por cerca de 652 mil empregos. Com presença em todos os municípios — em unidades físicas, digitais e ações itinerantes —, a entidade reúne 24 sindicatos empresariais e atua para o desenvolvimento econômico e social do Espírito Santo. O Projeto Connect é realizado pela Fecomércio-ES e Faesa, com apoio do Senac-ES, Secti-ES, Fapes e Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI).
Assédio algorítmico já preocupa relações de trabalho e expõe riscos da automação
IA e sistemas de monitoramento ampliam pressão por produtividade; especialistas alertam para abuso e perda de direitos A rápida expansão da inteligência artificial (IA) no ambiente corporativo vem modificando a forma como profissionais são contratados, avaliados e gerenciados. Embora amplie eficiência e produtividade, a automação também traz impactos que acendem um sinal de alerta: desvalorização profissional, aumento da sobrecarga e insegurança nas relações de trabalho. Atividades repetitivas e facilmente automatizáveis estão entre as primeiras a desaparecer — fenômeno que já atinge tradutores, atendentes e trabalhadores em início de carreira. O cenário, segundo especialistas, representa o maior desafio trabalhista desde a digitalização. “O avanço tecnológico pode mudar o exercício da profissão, mas não elimina direitos garantidos pela lei”, afirma o advogado Yghor Del Caro, sócio do Ferreira Borges. “Mesmo com automação, seguem obrigatórios o reconhecimento do vínculo, o pagamento justo e condições dignas de trabalho.” Demissões e reestruturação digital Nos Estados Unidos e na Europa, ondas de demissões associadas à adoção de sistemas de IA já motivam debates públicos e ações judiciais. No Brasil, o tema começa a ganhar força. Del Caro lembra que a substituição do trabalho humano por ferramentas digitais não isenta empresas de suas obrigações. Além disso, a redução de equipes pode levar ao acúmulo indevido de funções pelos trabalhadores remanescentes. “Quando a tecnologia vira justificativa para cortar equipes e transferir responsabilidades sem compensação, há violação à CLT. Isso pode resultar em indenizações”, destaca o advogado. Quando o algorítmico vira assédio O uso de softwares para controlar ritmo, metas e desempenho de funcionários está na origem do chamado assédio algorítmico — modalidade já reconhecida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O termo descreve o monitoramento e a avaliação automáticos que impõem metas inalcançáveis, vigilância constante e pressão psicológica. “A tecnologia não pode substituir empatia e bom senso”, ressalta Del Caro. “Algoritmos que definem produtividade sem considerar fatores humanos podem caracterizar assédio moral digital.” Embora ainda não exista menção específica à prática na legislação brasileira, princípios constitucionais já garantem proteção à dignidade e ao equilíbrio no ambiente laboral. Empresas podem ser responsabilizadas caso ultrapassem limites de jornada, exponham trabalhadores ou adotem controle desproporcional. Vieses e decisões automatizadas Outro risco é a discriminação algorítmica. Sistemas de IA podem reproduzir vieses históricos relacionados a gênero, raça e idade ao participar de processos seletivos ou avaliações internas. Para o especialista, supervisão humana é indispensável nessas decisões. “A empresa precisa garantir transparência nos critérios e prevenir prejuízos injustificados ao trabalhador.” Sinais de alerta para o empregado Profissionais devem ficar atentos, principalmente, quando observarem: aumento de metas sem explicação; controle excessivo de tempo de tela e pausas; substituição de colegas sem redistribuição justa das tarefas; decisões automatizadas sem justificativa clara. Nessas situações, recomenda-se registrar ocorrências, reunir provas e buscar auxílio sindical ou jurídico. A Justiça do Trabalho já reconhece o dano moral ligado ao controle abusivo e ao adoecimento por sobrecarga. Responsabilidade das empresas Para Del Caro, o futuro do trabalho exige equilíbrio entre inovação e proteção. “Empresas que adotam tecnologias disruptivas precisam definir políticas éticas, assegurar supervisão humana e investir em requalificação”, afirma. “O futuro do trabalho não é apenas digital — é humano e jurídico.”
Confraria das Onças celebra 15 anos com collab especial na Nuvem Sublimação
A força e o estilo das mulheres da Confraria das Onças acabam de ganhar uma nova expressão na moda. Na próxima quarta-feira (29), será lançada na Nuvem Concept, na Praia do Canto, a collab Club Felines — uma parceria entre a empresária Rachel Pires, CEO criativa da Nuvem Sublimação, e o tradicional grupo feminino que há 15 anos se reúne com a onça como símbolo principal. Durante o ano de 2025, Rachel realizou diversas parcerias com jornalistas, empresárias e formadoras de opinião, que se transformaram em coleções disputadas. Agora, o Club Felines chega como uma homenagem à força e elegância das 15 integrantes da Confraria das Onças, que se encontram mensalmente e mantêm o felino presente no vestuário, na decoração e em todos os detalhes que reforçam a identidade do grupo. “A linha traz bolsas, necéssaires, cangas de praia, T-shirts, segunda pele e bolsas para vinhos, todas com estampas exclusivas inspiradas nas onças, simbolizando o espírito feminino e a união do grupo”, conta Rachel. O lançamento acontece a partir das 17h, em um evento com decoração assinada por Bruna Medeiros e mesa de bolos e doces da Chocolateria Brasil. O espumante será escolhido pelas sócias Roberta Girelli e Tati Puppim, da Carpe Diem, para harmonizar com os canapés e com o bolo de aniversário. A DJ Larissa Tantan comanda a animação da noite. Confraria das Onças A Confraria das Onças reúne 15 mulheres: Renata Rasseli (presidente), Eulália Chieppe (vice-presidente), Mariana Perini, Marina Monteiro, Beth Dalcolmo, Betty Feliz, Zainer Silva, Trícia Navarro, Edilene Chieppe, Ana Claudia Cardozo, Roberta Rasseli, Andréia Lopes, Rachel Martins e Maria Izabel Braga. “Temos uma agenda anual de encontros que inclui degustações de vinhos, música e festas temáticas, como o Onça Day, o Spa das Onças e o Carna Onças, a ressaca de carnaval do grupo, celebrando nossa amizade”, conta a presidente e jornalista Renata Rasseli.