O Espírito Santo passou a contar, nesta quarta-feira (19), com um novo espaço dedicado à produção técnica e ao debate qualificado sobre tributação. O Instituto Capixaba de Direito Tributário (ICDT) foi oficialmente lançado em evento no Hotel Sheraton Vitória, reunindo alguns dos principais nomes do direito tributário no país. No centro das discussões estiveram os impactos da reforma tributária e as perspectivas para os incentivos fiscais que historicamente sustentam a competitividade capixaba. Instituto é oficializado e apresenta diretoria Durante a solenidade, foi formalizada a fundação do ICDT, que nasce com o propósito de fortalecer a formação profissional, promover eventos especializados e aproximar o Espírito Santo das discussões nacionais sobre o novo sistema tributário. A diretoria é composta por João Paulo Barbosa Lyra (presidente), Alessandro Rostagno (vice-presidente), Priscila Martins Hyppolito dos Santos (diretora administrativa) e Ramon Henrique Santos Fávero (diretor financeiro). Os dirigentes destacaram que a criação do Instituto responde a um cenário de profundas mudanças no modelo tributário brasileiro e reforça a necessidade de qualificação técnica permanente no estado. Primeira mesa discutiu transição dos incentivos fiscais A primeira mesa do evento abordou um dos pontos mais sensíveis da reforma tributária: a extinção gradual de incentivos como o Compete-ES e o Invest-ES. Participaram: Luís Eduardo Schoueri, professor titular da USP e presidente do Instituto Brasileiro de Direito Tributário; Fernanda Schmitt, procuradora da Fazenda Nacional e integrante da Coordenação-Geral de Assuntos Tributários da PGFN; Lana Borges Câmara, mestre em Direito e Políticas Públicas e doutoranda pela UnB; Gustavo Brigagão, advogado, presidente do CESA e ex-presidente da ABDF; Roque Carrazza, professor emérito da PUC-SP. Os debatedores defenderam que a transição dos benefícios fiscais deve ocorrer com critérios claros, transparência e mecanismos que preservem o equilíbrio federativo. Schmitt destacou o impacto financeiro direto dos incentivos para o setor público. Schoueri enfatizou a necessidade de medir resultados com precisão. Brigagão alertou para o risco de perda de competitividade de estados que dependem dos incentivos caso não existam compensações adequadas. Segunda mesa avaliou impactos econômicos da reforma no Espírito Santo A segunda mesa analisou os efeitos institucionais e econômicos da reforma para o Espírito Santo, incluindo arrecadação, investimentos e ambiente de negócios. A condução ficou com Ramon Fávero e Priscila Hyppolito. Participaram: Gustavo Juliano Leitão da Cruz, subgerente de Legislação Tributária da Sefaz; Thiago Venâncio, subsecretário da Receita Estadual; Marcelo Santos, presidente da Assembleia Legislativa; Sidemar Costa, presidente do Sindiex; Mazinho dos Anjos, deputado estadual. O debate tratou de segurança jurídica, previsibilidade regulatória e dos caminhos para adaptar o modelo estadual à nova estrutura tributária. Representantes do setor produtivo ressaltaram a importância de manter a competitividade capixaba. Já o poder público reforçou o compromisso de conduzir a transição sem comprometer a responsabilidade fiscal. ICDT quer ampliar o debate tributário no estado O lançamento marca o início das atividades do Instituto, que pretende reunir academia, advogados, gestores públicos e o setor produtivo para acompanhar, de forma contínua, as mudanças trazidas pela reforma tributária e seus reflexos na economia do Espírito Santo.
10 motivos para fazer dos Passos de Anchieta 2026 a sua caminhada de fé
Por Rachel Martins Como diz a música: “andar com fé eu vou, que fé não costuma falhar”. A caminhada “Os Passos de Anchieta”, criada em 1998, é uma oportunidade única para se conectar às belíssimas paisagens do Espírito Santo, aos monumentos históricos e à cultura capixaba — e, principalmente, para renovar a fé ao longo de um trajeto de aproximadamente 100 quilômetros. A edição de 2026 será realizada entre os dias 4 e 7 de junho. Mas quem já planejou sentir o clima desse projeto tão importante, que tem selo espírito-santense, participa desta quinta-feira até sábado da 5ª edição do “Caminho dos Santuários”, com saída no Santuário Nacional de São José de Anchieta, em Anchieta, passando por Piúma, Itapemirim e Marataízes, até chegar ao Santuário de Nossa Senhora das Neves, em Presidente Kennedy — um percurso de 56 quilômetros. O “Caminho dos Santuários” é uma continuação dos Passos de Anchieta. Trata-se de uma rota belíssima, que margeia o litoral e revela mais histórias sobre a passagem dos jesuítas, especialmente São José de Anchieta, pelas terras capixabas. Pessoas de diferentes regiões do Espírito Santo, além de participantes do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, já se inscreveram e confirmaram presença. Para Renata Rosa (foto), uma das fundadoras do evento, o projeto representa um caminho de fé e reencontro com Deus. “Fui convidada a fazer parte do grupo fundador de ‘Os Passos de Anchieta’, em 1998, e já são quase 28 anos participando de todas as edições com muito amor e paixão, seguindo esse grande exemplo que é, para mim, São José de Anchieta. Isso me inspira, porque caminhar e peregrinar é metáfora da vida e diz muito ao meu coração. Cada passo vale a pena, mesmo diante das adversidades. É a certeza de que tudo ‘vale a pena se a alma não é pequena’, como já dizia o poeta Fernando Pessoa.” Ela também destaca a gratidão que guarda no coração por fazer parte do projeto. “Os Passos de Anchieta se confundem com a história da minha vida — com o início da minha família, o nascimento das minhas filhas. É um carinho de Deus na minha vida”, ressalta. Confira 10 motivos que mostram por que experiências como essa podem transformar sua vida, aprofundar sua fé, mudar sua visão de mundo e até melhorar sua saúde. 1 – Mergulho na história do Espírito Santo José de Anchieta aportou no Espírito Santo em 1553, aos 19 anos. Chegou primeiro a Salvador (BA) e, em seguida, seguiu para a Capitania de São Vicente, onde fundou o Colégio de Piratininga, embrião da cidade de São Paulo. No território capixaba, foi responsável pela fundação das cidades de Rerigtiba (atual Anchieta), Guarapari e São Mateus. Se vivesse hoje, Anchieta seria considerado um verdadeiro “multitarefas”, disputado pela capacidade de atuar em múltiplos desafios. Além de missionário e educador, escreveu a primeira gramática tupi-guarani para facilitar a evangelização e percorria, a pé, o trecho entre Rerigtiba e o Colégio São Tiago — onde hoje está o Palácio Anchieta. 2 – Uma caminhada de fé Em um tempo em que a fé se torna, cada vez mais, um alicerce espiritual, “Os Passos de Anchieta” representa uma verdadeira peregrinação. Cada passo é uma prece e um convite à renovação da fé e à presença de Deus ao longo do caminho. É uma experiência única, com selo capixaba, que revela força interior e amplia o sentido da jornada espiritual. 3 – Experiência cultural, turística e esportiva Criado em 1998, o evento atrai não apenas capixabas, mas visitantes de todo o Brasil e de outros países. O percurso — cerca de 100 quilômetros pelos municípios de Vitória, Vila Velha e Guarapari até o Santuário Nacional de São José de Anchieta — oferece potencial turístico, belas paisagens naturais, riqueza cultural, prática esportiva e a oportunidade de fortalecer a fé. 4 – Conhecer outros caminhos no Brasil e no mundo A inspiração para “Os Passos de Anchieta” veio do milenar Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Desde então, diversas rotas foram criadas no Brasil, inspiradas em seu sucesso. Entre elas, estão o Caminhos da Sabedoria (Ibiraçu), o Caminho da Luz (entre Tombos e Alto Caparaó, em Minas Gerais) e o próprio Caminho dos Santuários, entre Anchieta e Presidente Kennedy. 5 – Transformação pessoal e autoconhecimento O percurso desafia o corpo e renova o espírito. É uma oportunidade de revisitar a própria história, perdoar, exercitar a empatia e cultivar a gratidão. Um convite à reflexão, à superação de limites e ao reencontro com a serenidade. 6 – Conexão com a natureza O caminho apresenta paisagens deslumbrantes: a vista do Convento da Penha, da Terceira Ponte, praias, rios e monumentos históricos. É um momento para desconectar-se e, ao mesmo tempo, reconectar-se com a vida — um tempo para respirar, sem pressa e sem olhar para o relógio ou para o celular. 7 – Fazer novas amizades Durante a caminhada, peregrinos de todo o país, e até do exterior, compartilham histórias, risadas, orações e momentos de fé. É um tempo de comunhão, em que cada um ajuda o outro a seguir adiante. 8 – Silenciar para ouvir a voz de Deus Longe da rotina acelerada, “Os Passos de Anchieta” oferece tempo e silêncio para rezar, participar de missas e bênçãos, refletir e escutar o que Deus tem a dizer ao coração. Como ensina a espiritualidade inaciana vivida por São José de Anchieta, é a oportunidade de “ver Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus”. 9 – Acolhida capixaba É uma chance única de entrar em contato com comunidades locais que recebem os peregrinos com carinho, partilha e hospitalidade — um testemunho concreto de fé e solidariedade. 10 – Chegada ao Santuário Nacional de Anchieta O momento da chegada é profundamente emocionante. Diante do Santuário, muitos se comovem, rezam, celebram a conquista e agradecem. É o ponto culminante da caminhada e também o início de uma nova etapa interior. Serviço Inscrições e programação: ospassosdeanchieta.com Instagram: @caminhosdossantuarios | @passosdeanchieta