A capixaba Maíra Viana é a campeã brasileira de bodyboarding profissional de 2025. O título foi confirmado neste fim de semana, durante a etapa final do Circuito Brasileiro, realizada na Praia de Geribá, em Armação dos Búzios (RJ), dentro do Parafina Festival. Mesmo terminando a etapa na terceira colocação, Maíra já havia chegado ao Rio de Janeiro na liderança do ranking e, com a definição dos resultados das semifinais, não pôde mais ser alcançada pelas concorrentes diretas. A disputa pelo circuito estava entre Maíra, Maylla Venturin e Bianca Simões. Nas quartas de final, Maylla acabou eliminada pela também capixaba Luna Hardman, enquanto Maíra venceu sua bateria e avançou para as semifinais. Na chave seguinte, a paulista Bianca Simões precisava de um cenário perfeito para tirar o título da liderança: vencer Nicole Calheiros, superar Maíra na semifinal e ainda conquistar a etapa. Nenhuma dessas hipóteses se confirmou. Nicole venceu Bianca, eliminou a própria Maíra na semifinal e acabou campeã da etapa de Búzios. Com isso, matematicamente, o circuito ficou decidido a favor da capixaba, que pôde comemorar na areia o seu terceiro título nacional — antes, ela já havia sido campeã em 2018 e 2022. “Eu estou bastante feliz por fechar o ano com chave de ouro, vencendo o circuito brasileiro, sendo tricampeã brasileira, um circuito que tem as melhores atletas do mundo competindo, muito forte. Então, vencer um circuito desse é importante. Eu venci a primeira etapa, fiquei em segundo na segunda e fiquei em terceiro na última etapa, foram três eventos, fui constante em todas as etapas, isso foi super importante porque foi um circuito curto este ano. Então essa minha constância me levou ao título, fruto de muita dedicação. Eu treinei até agora, eu queria umas férias mas não pude tirar, muita preparação e é isso”, comemorou Maíra No pódio da etapa profissional feminina, o resultado ficou assim: 1º Nicole Calheiros (RJ), 2º Luna Hardman (ES), 3º Francis Aoto (PR) e 3º Maíra Vianna (ES). O evento marcou o encerramento da temporada de 2025 e reuniu alguns dos principais atletas do país nas categorias Profissional, Open e Sub-18. De acordo com a Confederação Brasileira de Bodyboarding, a etapa foi viabilizada em parceria com a Prefeitura de Búzios e contou com apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Com o novo título, Maíra consolida ainda mais sua posição entre os grandes nomes da história da modalidade no Brasil, reafirmando o protagonismo do Espírito Santo no cenário nacional do bodyboarding.
Onze municípios do Espírito Santo completam mais de um ano sem homicídios
Dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), referentes a novembro de 2025, apontam que onze municípios capixabas ultrapassaram um ano sem registros de homicídios dolosos. O maior período é o de Dores do Rio Preto, que chegou a 1.295 dias sem ocorrências. Também fazem parte da lista: Iconha (1.080 dias), Vila Pavão (755), Alfredo Chaves (689), Laranja da Terra (658), Jerônimo Monteiro (568), Rio Novo do Sul (568), Castelo (538), Bom Jesus do Norte (452), Apiacá (413) e Muniz Freire (407). Outras sete cidades do Estado não registram homicídios há pelo menos seis meses e 23 acumulam entre 30 e 180 dias sem casos. Os dados estão disponíveis no Mapa da Paz, ferramenta do Observatório Estadual da Segurança Pública. Coordenador do Programa Estado Presente em Defesa da Vida, o vice-governador Ricardo Ferraço destacou o desempenho histórico alcançado em 2025. “Temos percorrido todas as regiões com planejamento, estratégia e ostensividade. Em 2025, registramos queda geral nos homicídios, alcançando o melhor desempenho da série histórica. É um trabalho contínuo, que segue evoluindo”, afirmou, agradecendo o empenho das forças de segurança. O resultado é puxado, principalmente, pela Região Sul, onde oito dos onze municípios estão localizados. A área registra redução de 31,6% nos homicídios em relação ao ano passado — o melhor índice regional desde 1996. Até novembro, foram 54 casos, contra 79 no mesmo período de 2024. As demais regiões do Estado também apresentam queda: 28,6% na Serrana; 15% na Noroeste; 7,4% na Norte; e 1,1% na Região Metropolitana. O secretário de Estado da Segurança Pública, Leonardo Damasceno, reforçou que os avanços são resultado de ação integrada. “Analisamos o cenário das mortes violentas, direcionamos esforços e ajustamos estratégias sempre que necessário. O compromisso é claro: fazer do Espírito Santo um lugar cada vez mais seguro”, afirmou. O Programa Estado Presente atua com ações coordenadas de prevenção social, inteligência policial e intervenção territorial. As regiões são monitoradas continuamente, com acompanhamento mensal do governador Renato Casagrande, do vice-governador e das lideranças da segurança pública. Os indicadores reforçam a trajetória de redução da violência no Estado. Em 2024, o Espírito Santo registrou menos de 900 homicídios — marca inédita desde o início da série histórica. Em 2025, a queda se mantém: 720 homicídios dolosos até novembro, o menor acumulado para o período em quase três décadas.
Semana terá máxima de 32 graus e possíveis pancadas de chuva na Grande Vitória
A Grande Vitória inicia a semana sob tempo instável, combinando calor típico de verão, elevada umidade e alternância de sol e pancadas de chuva — cenário confirmado pelas últimas previsões do INMET, complementadas pelos dados da Climatempo. Nesta segunda, espera-se máxima de cerca de 32 °C e mínima de 21 °C, com céu parcialmente nublado de manhã e aumento de nuvens para pancadas de chuva à tarde e trovoadas ao anoitecer. A umidade relativa do ar ficará entre 66 % e 93 %, o que pode deixar a sensação térmica mais pesada. Terça-feira traz clima mais estável: sol entre nuvens, sem previsão de chuva, e temperatura variando entre 22 °C e 33 °C. A umidade deve cair um pouco, indicando um dia de descanso da instabilidade. Mas a instabilidade deve retornar a partir de quarta: a previsão indica nuvens carregadas e possibilidade de pancadas de chuva à tarde e noite, com mínima de 23 °C e máximas por volta de 29 °C. Nos próximos dias, os meteorologistas alertam que o clima seguirá marcado pelo calor — com máximas próximas a 33 °C — intercalado por períodos de chuva. A umidade, em alguns momentos, se elevará bastante, favorecendo aquele “clima abafado” típico da estação, especialmente no litoral capixaba. Para quem planeja aproveitar praias, passeios ou atividades ao ar livre na região, a recomendação é acompanhar diariamente a previsão: nos dias de sol, evitar exposição prolongada, proteger-se do sol e manter hidratação; já nos dias com chance de chuva ou trovoadas, evitar entrar no mar ou lagoas, e estar atento a possíveis mudanças repentinas no tempo.
João Gualberto – “Murundu”
Murundu é um romance que se passa no interior do Espírito Santo nos fins do século XIX e início do XX. Oscar Rezende é um jovem escritor de 72 anos. Digo jovem porque sua passagem para a escrita de livros é nova, data de poucos anos. Murundu é o seu primeiro romance. Outros dois livros, publicados antes, são de contos, e há também um livro de memórias. Doutor e professor de matemática, em seus romances – universo diferente dos números e dos cálculos a que está habituado -, tem sido capaz de entender a alma dos brasileiros, em especial a dos capixabas. Murundu é um romance que se passa no interior do Espírito Santo nos fins do século XIX e início do XX, mais especificamente na região onde o autor nasceu e passou boa parte de sua vida. E, pela força do texto, ainda tem lá seu coração enterrado, simbolicamente, às margens do rio Itabapoana. O município onde tudo se passa é São José do Calçado, chamado apenas de São José na história. Calçado é terra de bons escritores, como Pedro J. Nunes, Geir Campos, Fernando Tatagiba, Cícero Moraes e José Carlos da Fonseca. A trama é construída de forma a mostrar toda a força das relações sociais no mundo rural capixaba no Sul do Espírito Santo, onde dominavam os velhos coronéis, com seu mandonismo, seu machismo e sua relação profunda com a manipulação do eleitorado, ingênuo e dependente dos favores dos grandes proprietários de terra. Mas a trama é construída de forma engenhosa, já que os dois principais personagens, Luiz e Tenório, este um preto, nasceram pobres, se tornam amigos e envelhecem juntos. Eles se encontraram no Rio de Janeiro dos tempos da escravidão. Luiz é um menino pobre que fugiu da miserável casa paterna no interior de Minas Gerais; Tenório é provável filho de escravizados, abandonado na porta de uma rinha de galos no Rio de Janeiro, criado por um português sovina e cruel que o trata de maneira abominável. Os dois se juntam na miséria e nas privações. Para delas tentar fugir apresentam-se como voluntários na Guerra do Paraguai. O prêmio para cada um valeria os riscos e privações daquela guerra suja e maldita para eles. Luiz obteria uma gleba de terra e o jovem preto a sua alforria. Assim foi feito. Os dois vieram parar no Vale do Itabapoana em 1885 e aí começaram, com todo o sacrifício, a fazer seus roçados. Luiz e Tenório, irmanados pelas necessidades e dificuldades da vida, eram inseparáveis. O jovem fazendeiro queria progredir, afastar de vez de sua vida a miséria que o cercara até então, e estava disposto a jogar o jogo das elites agrárias. O X da questão é que ele fez um acordo com um grupo de quilombolas que viviam em suas terras e os trata de forma humana. Tenório, seu homem de confiança, é o gerente que lida com o grupo, portanto, sabe muito bem os códigos dessa relação e não força nenhuma baixaria ou forma de aproveitar-se deles. Isso os coronéis da região não suportam. Esse é o eixo condutor da trama coronelística tão fortemente descrita em Murundu, muito embora existam outros eixos encantadores também presentes. Destaco, porém, aquele que chama em especial a minha atenção quando tento entender a construção do imaginário capixaba através da literatura de alto nível que se faz no Espírito Santo. Da tensão central em torno de um jovem coronel no período final da escravidão e início da república, com seu universo de proprietários de terra, nascem conflitos políticos importantes. Por interesse, casa-se com a filha de um coronel importante, que, como ele, é um homem de ideias arejadas, contra as maldades infernais da escravidão, como demonstra o fato de ser republicano e abolicionista desde que esses movimentos se iniciaram. Os velhos coronéis não aceitavam a libertação dos cativos e muitos falavam em continuar com seu trabalho forçado e desumano, descumprindo a legislação aprovada no fim do império pela Princesa Izabel. Desses conflitos políticos nasce a candidatura do jovem coronel ao cargo de prefeito municipal de São José, para fazer valer as suas ideias e levar o progresso e a modernização a sua cidade: um ramal ferroviário, luz elétrica, saneamento e calçamento das ruas. Era o tipo de atitude que fazia dos coronéis empreendedores locais e grandes responsáveis pelo progresso do Brasil na jovem república. Os coronéis eram violência e progresso. Esses dois elementos estão presentes no mandato do prefeito. Ocorre que sua gestão foi um fracasso, tanto pelo boicote dos adversários como pela violência que o cercou, pelas tentativas de homicídio que sofreu e pelas balas que mataram os seus amigos, talvez por sua inépcia em lidar com aquele mundo brutal. Para dar um toque mais do que brasileiro ao seu romance, Oscar traz para a trama a força do misticismo de origem africana. O murundu do livro é uma enorme casa de cupins, as quais de fato são assim chamadas, e que se movimentam de forma especial antes de grandes tragédias, anunciando-as. Uma das mulheres quilombolas sabe interpretar o que vem de dentro do murundu, que também dá nome à propriedade que o coronel Luizrecebeu do governo por sua participação na Guerra do Paraguai. Essa visão mágica também é central em toda a trama. Por tudo isso e muito mais, Oscar Rezende dá uma grande contribuição para compreensão do que se passou no interior da política e da vida social capixaba no passado. Vale a leitura. *João Gualberto Vasconcellos é mestre e professor emérito da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Doutor em Sociologia pela Escola de Altos Estudos em Ciência Política de Paris, na França, Pós-doutorado em Gestão e Cultura. Foi secretário de Cultura no Espírito Santo entre 2015 e 2018. *A opinião do articulista é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a posição do portal News Espírito Santo
Praias e lagoas de Vila Velha terão reforço de guarda-vidas durante o Verão
As praias e lagoas de Vila Velha vão receber reforço na segurança durante o período de maior movimentação do Verão. Ao todo, 120 guarda-vidas atuarão em 28 postos de salvamento ao longo dos 32 km de orla do município. Dessa estrutura, 25 são novos postos elevados padronizados e outros três funcionarão em formato de tenda. O aumento no efetivo estará em operação de 16 de dezembro até 28 de fevereiro de 2026, sempre das 8h às 18h. Os novos postos foram distribuídos nas praias da Costa, Itapuã, Coqueiral de Itaparica, na orla da Região 5 e nas lagoas da Ponta da Fruta — locais que recebem elevado número de banhistas e turistas nesta época do ano. Além da vigilância em terra, os guarda-vidas contarão com um jet ski e um bote inflável para apoio em ações de resgate. Durante as abordagens preventivas, também serão distribuídas pulseirinhas de identificação para crianças, evitando que se percam em meio à grande circulação de pessoas. O gerente de Salvamento Aquático, Luiz Bastos, reforça a importância de seguir as orientações dos profissionais. “Para aumentar ainda mais a segurança e se precaver de incidentes, os banhistas devem sempre buscar as orientações com os guarda-vidas sobre os locais mais apropriados para o banho. O cuidado nessas horas é fundamental”, alertou. O secretário de Proteção e Defesa Civil, coronel Marcelo D’Isep, destacou o objetivo da operação. “O nosso objetivo é preservar vidas, garantindo, com isso, que banhistas e turistas se divirtam nas praias e lagoas com total segurança”, afirmou. Foto: PMVV