A Prefeitura de Vitória voltou a liderar os indicadores de transparência no Espírito Santo ao conquistar, pelo terceiro ano consecutivo, o Selo Diamante em Qualidade e Transparência Pública. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (10) pelo Movimento Espírito Santo em Ação, em parceria com a Transparência Capixaba, durante a divulgação do ranking estadual que avalia os 78 municípios capixabas. Criado em 2023, o levantamento reconhece as cidades que mais avançam na divulgação de dados públicos e na adoção de práticas de governança. A classificação é dividida em quatro níveis — Bronze, Prata, Ouro e Diamante — sendo este o mais elevado. Para a administração municipal, a manutenção do selo representa a continuidade de uma política voltada para transparência e acesso à informação. Vitória também recebeu, em 2025, o Selo Diamante do Programa Nacional de Transparência Pública (PNTP), iniciativa da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon). A certificação, anunciada em 8 de dezembro, posiciona a capital entre os municípios com melhores práticas de governança pública do país. Outro resultado destacado é a liderança no Ranking Capixaba de Transparência e Governança Pública, divulgado em outubro. Vitória alcançou 100 pontos na avaliação geral e também no índice específico da área da saúde, consolidando-se no topo do levantamento. O estudo foi elaborado pela Transparência Capixaba, com parceria do Movimento ES em Ação e apoio técnico da Transparência Internacional Brasil. A metodologia do ranking considera critérios como transparência ativa, gestão fiscal, licitações e contratos, obras públicas, integridade, comunicação e participação social. Os dados reforçam o desempenho da capital na ampliação do acesso à informação e no fortalecimento das práticas de governança. Com os novos reconhecimentos, Vitória permanece entre as principais referências do país em transparência pública, mantendo a trajetória de resultados expressivos na gestão municipal.
Base27 premia os parceiros da inovação no Espírito Santo
O Base27, maior hub de inovação do Estado, realizou o encerramento da Jornada do Mantenedor com a entrega de selos a empresas, instituições de ensino, startups e parceiros que mais se destacaram no ecossistema de inovação do Estado. A cerimônia ocorreu no auditório do Base27 e reuniu os diversos atores que compõem o movimento de fomento à inovação na região. A abertura do evento foi conduzida pela CEO Michele Janovik, seguida pela diretora de Inovação Pollyana Rosa, que fez uma análise sobre o impacto do recente Prêmio Nobel de Economia 2025 e suas intersecções com o momento atual da inovação empresarial. Segundo Rosa, as lições do prêmio reforçam o valor de dados e métricas para orientar decisões em ecossistemas dinâmicos de colaboração. Michele Janovik, CEO do Base27 Em sua segunda edição, a Jornada do Mantenedor apostou em uma metodologia gamificada baseada em dados e indicadores para incentivar o engajamento. Todos os participantes tiveram a chance de conquistar selos conforme o nível de envolvimento. A iniciativa permitiu reconhecer de forma ampla mantenedores, patrocinadores, residentes, startups e instituições de ensino. Na categoria “Base Educação”, as instituições de ensino Ifes e Ufes ficaram em terceiro lugar. A UniSales garantiu a segunda colocação. A grande campeã da noite foi a Fucape que conquistou o primeiro lugar. No segmento corporativo, as empresas ArcelorMittal, Grupo Águia Branca, Nós Eng + Arq e Timenow receberam o título de “Empresa Inovadora”. O Banestes e a Mocelin Engenharia foram premiados como “Time Inovador”. A Vale obteve o selo de “Empresa Conectada”. Entre os destaques especiais da noite a IKM Testing Brasil foi reconhecida com um combo de selos: “Empresa Conectada”, “Time Inovador” e “Empresa Inovadora”. A Fortes Engenharia também se destacou com os selos “Empresa Conectada” e “Empresa Inovadora”. Para encerrar, o prêmio de maior pontuação geral da Jornada do Mantenedor foi concedido ao Grupo Águia Branca. O resultado reforça a importância da participação ativa de todos os parceiros, consolidando o compromisso do Base27 com a inovação e deixando o ecossistema alinhado para as ações planejadas em 2026. Foto: Thamires Valadares
Paulo Baraona | “Fortalecer a Indústria é desenvolver o Espírito Santo”
Promover um ambiente de negócios favorável, com participação ativa de empresas e sindicatos em todas as regiões do Espírito Santo, é condição essencial para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico de um estado. E a indústria capixaba contribui ativamente para que isso aconteça, gerando empregos, provendo inovação e competitividade e criando oportunidades não apenas por onde se instala, mas em todo o seu entorno. Hoje, a indústria representa quase um terço do PIB capixaba. São mais de 20 mil empresas que, juntas, geram cerca de 272 mil empregos formais diretos. Esse é também o setor que mais investe em pesquisa, tecnologia e inovação no país, responsável por quase 70% de todo o investimento brasileiro nessa área. Além de ser o setor que paga os melhores salários no país. Os números mostram uma verdade simples: quando a indústria avança, o estado e o país inteiro avançam com ela. No entanto, para que esse potencial se converta em resultados concretos, precisamos de planejamento, articulação e capacidade de agir com foco em entregas transformadoras. É com esse objetivo que a Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES) na defesa dos interesses do setor industrial capixaba e impulsionar sua competitividade para além do país. Para alcançar esse potencial, alinhamos o conhecimento produzido pelo OBSERVATÓRIO FINDES – colocando dados, inteligência e evidências a serviço das decisões estratégicas e construção de políticas públicas -, com a expertise da nossa equipe técnica que atua nas seis Câmaras Setoriais e dez Conselhos Temáticos da FINDES. Essa rede de especialistas acompanha tendências, identifica gargalos, propõe soluções e constrói, junto às empresas e ao poder público, caminhos reais para fortalecer a economia. Nesses fóruns, discutimos temas que impactam a melhoria do ambiente de negócios capixaba e que geram mudanças importantes para o futuro do nosso Estado. Entre eles temos: assuntos legislativos, tributários e trabalhistas, desenvolvimento regional, economia criativa, meio ambiente, micro e pequena empresa, infraestrutura e energia, responsabilidade social, política industrial e tecnologia. A Federação coordena ainda outras estruturas essenciais para o fortalecimento da indústria capixaba como o Centro de Desenvolvimento do Associativismo (CDA), o Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC), a Área de Internacionalização e Negócios e o Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia (FCPGE). Além de ter em sua estrutura o SESI, o SENAI, o IEL, o CINDES e o OBSERVATÓRIO FINDES. Todas essas frentes têm um objetivo em comum: ampliar a competitividade das empresas e apoiar a expansão da atividade industrial em todas as regiões do Estado. De fato, o Brasil vive um momento decisivo para redefinir seu modelo de crescimento. E o Espírito Santo tem condições privilegiadas para liderar essa agenda ao longo dos próximos anos. Temos estabilidade institucional, boas práticas de gestão pública e uma indústria diversificada, com forte presença nos setores metalmecânico, confecção, construção civil, alimentos, bebidas, petróleo, gás e energia. Mas precisamos ir além. É hora de acelerar a inovação, ampliar a qualificação profissional, avançar em infraestrutura e promover a integração das cadeias produtivas. Somente com um ambiente de negócios moderno, eficiente e conectado às demandas da nova economia poderemos consolidar um ciclo sustentável de desenvolvimento. O compromisso da FINDES é seguir mobilizando esforços, reunindo atores, promovendo diálogo e construindo soluções. E, o futuro do Espírito Santo depende, em grande parte, da força de sua indústria. Posso afirmar que essa força se multiplica quando governo, empresas e sociedade caminham na mesma direção e com objetivos comuns. Seguiremos trabalhando por um Estado mais competitivo, regionalmente equilibrado e preparado para os desafios e oportunidades que já estão diante de nós. O Espírito Santo tem um enorme potencial. A indústria tem capacidade. E juntos, podemos ir muito além do que sonhamos. *Paulo Baraona é presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo
Treinamento aproxima governo capixaba das inovações do Mercado Livre de Energia
O Instituto Arandu realizou, nos dias 2 e 3 de dezembro, um treinamento voltado ao funcionamento do Mercado Livre de Energia, atendendo a uma demanda do Laboratório de Gestão de Energia e Sustentabilidade da Seger. A iniciativa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), reuniu representantes de diferentes órgãos estaduais, como Sesa, Sejus, Prodest, PMES, Iases, Seger e Sedu. A diversidade de instituições envolvidas reforça o entendimento de que a energia elétrica é um insumo estratégico, com impacto direto no orçamento público e na qualidade dos serviços ofertados à população. O curso teve como objetivo capacitar servidores para compreender a lógica do Mercado Livre de Energia e as diferenças em relação ao ambiente regulado, no qual o consumidor possui pouca flexibilidade para negociar tarifas e condições. Com esse domínio conceitual, as equipes técnicas passam a ter instrumentos para avaliar, com base em dados, se a migração para o mercado livre é vantajosa para o governo, considerando critérios econômicos, regulatórios e de segurança no abastecimento. Em um cenário marcado pela expansão de fontes renováveis e por mudanças constantes no arcabouço regulatório, qualificar o poder público se torna essencial para que o Estado acompanhe — e participe — da transição energética. A ementa adotada permitiu construir o conhecimento de forma progressiva. O treinamento começou pelos fundamentos do setor elétrico brasileiro e pela estrutura do Mercado Livre, com destaque para sua organização institucional, os agentes que compõem o sistema e as características do Ambiente de Contratação Livre. Na sequência, foram apresentados a estrutura tarifária do mercado regulado e os elementos da fatura de energia, ponto de partida para identificar, de forma transparente, componentes passíveis de otimização em um processo de migração. Outro módulo aprofundou o funcionamento do Ambiente de Contratação Livre, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), os tipos de energia negociada e os descontos na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição. Esses elementos são determinantes para a formação de preços e para a elaboração de contratos mais adequados às necessidades do setor público. Além dos conceitos técnicos, o curso abordou ferramentas de análise e tomada de decisão para a migração, incluindo metodologias para estimar economias potenciais, avaliar riscos de volatilidade e projetar cenários de longo prazo. Também foram discutidos o sistema regulatório em transição, a comercialização na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e temas relacionados à energia solar, fundamentais para integrar eficiência energética e sustentabilidade. O treinamento contemplou ainda orientações sobre contratações públicas no Ambiente de Contratação Livre, diretrizes para gestão e fiscalização contratual e o planejamento da migração pelo Governo do Estado, que já deu início à etapa inicial de contratação. A expectativa é que os resultados da iniciativa ultrapassem a redução de custos. Ao difundir conhecimento especializado entre servidores de diferentes secretarias, o governo cria bases para uma gestão energética mais integrada, capaz de unir economia, previsibilidade orçamentária e estímulo a fontes renováveis. No médio prazo, a tendência é que o Estado passe a estruturar projetos e licitações de energia com maior sofisticação técnica, tornando-se uma referência nacional em inovação na administração pública.
Por que Vitória aparece com o metro quadrado mais caro do país
Vitória voltou a ganhar destaque no cenário nacional. O Índice FipeZap mostra que a capital lidera a valorização entre as capitais em 2025, com alta acima de 15% no ano e o metro quadrado anunciado superando cidades maiores Embora impressione à primeira vista, esse movimento tem uma explicação simples e compreensível para qualquer pessoa. Vitória é uma ilha pequena, com pouco espaço para crescer. Quando a cidade não consegue ampliar sua oferta na mesma velocidade em que a procura aumenta, o preço sobe, assim como acontece com qualquer bem limitado. “É importante lembrar que o índice mede preços de anúncios, não os valores finais de venda, que normalmente são menores. Ainda assim, a tendência geral permanece clara. A capital consolidou um estilo de vida que mistura boas escolas, serviços próximos, segurança relativa e deslocamentos curtos. Para muita gente, isso significa economia de tempo e melhora na rotina. Quando um lugar oferece essa combinação, a procura aumenta de forma natural, e a valorização acompanha”, destaca Ricardo Gava, diretor da Gava Crédito Imobiliário e Ademi/Secovi-ES. A cidade também passou por transformações que reforçam esse cenário. Melhorias na orla, ciclovias, ajustes de mobilidade e revitalizações pontuais tornaram algumas áreas ainda mais atrativas. É como iluminar melhor uma vitrine: o que já era bom fica mais evidente. Quando o espaço urbano evolui, o mercado responde quase em linha reta. Outro ponto relevante é que diferentes perfis de moradores, como jovens, famílias, profissionais que buscam qualidade de vida e até pessoas que voltaram a morar na cidade, que passaram a disputar os mesmos locais bem estruturados. “Não se trata de um movimento restrito a quem tem renda mais alta; é uma busca coletiva por locais onde o dia a dia funciona melhor. Em áreas onde não há muito espaço para novos empreendimentos, essa competição naturalmente pressiona os preços”, frisou Gava. O Centro de Vitória também merece atenção. A região tem localização privilegiada e grande potencial de uso, mas depende da continuidade dos projetos de requalificação. Se os investimentos forem consistentes, o Centro pode recuperar protagonismo e atrair novamente moradores e empresas, ampliando as alternativas da cidade e equilibrando parte da demanda futura. No fim das contas, o comportamento atual dos preços não é surpresa. Vitória oferece qualidade, tem limites físicos claros e segue recebendo demanda constante. Esse conjunto forma uma base sólida de valorização, desde que acompanhado de planejamento urbano e melhorias contínuas. “O mercado permanece aquecido e com perspectivas positivas, não por entusiasmo exagerado, mas por fundamentos concretos que mantêm a capital entre os destaques imobiliários do país” finalizou Ricardo Gava.
João Batista Dallapiccola Sampaio | “Direitos Humanos: conquista de todos, não privilégio de poucos”
Neste dia 10 de dezembro, celebramos o Dia Internacional dos Direitos Humanos, uma data que nos convida à reflexão sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), adotada pela Organização das Nações Unidas em 1948. Esse documento, embora não jurídico, é a bússola moral que delineia a proteção universal dos direitos humanos básicos. Como operador do Direito com atuação no ramo dos direitos sociais, é fundamental destacar que os Direitos Humanos são, acima de tudo, uma conquista histórica da humanidade, fruto de suor, luta e, em muitos momentos, sangue. Eles não são uma benesse ou um instrumento de exceção, mas sim o patamar mínimo de dignidade que a sociedade se compromete a garantir a todo e qualquer ser humano, independentemente de sua classe social, raça, nacionalidade, religião, cultura, profissão, gênero ou qualquer outra característica. Contudo, a visão popular, muitas vezes distorcida, tende a resumir os Direitos Humanos apenas aos direitos civis e políticos, como o direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal, conforme estabelece o emblemático Artigo 3º da DUDH. É crucial entender, porém, a verdadeira abrangência desses direitos. A Declaração é muito mais ampla. Ela é o alicerce para os direitos sociais, que são a espinha dorsal da minha atuação. O Artigo 22, por exemplo, garante que: “Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, em harmonia com a organização e os recursos de cada Estado”. Isso significa que os Direitos Humanos também englobam o direito à instrução (Art. 26), o direito ao trabalho e a uma remuneração justa (Art. 23), o direito a um padrão de vida adequado, que assegure alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis (Art. 25). São esses direitos que protegem o cidadão comum em seu dia a dia, garantindo igualdade, liberdade e dignidade. Apesar dessa amplitude, é comum e lamentável ouvir a frase simplista e equivocada de que os Direitos Humanos servem apenas para “defender bandido”. Essa narrativa, além de falsa, é perigosa, pois desvia o foco da sua verdadeira função e mina a proteção de toda a sociedade. Os Direitos Humanos são universais. Isso significa que eles se aplicam a todos, inclusive àqueles que cometeram crimes. A garantia de um julgamento justo, do devido processo legal e da proibição de tortura (Art. 5º e 10º da DUDH) não é um privilégio concedido ao criminoso, mas sim uma garantia para o cidadão de bem. Por quê? Porque a proteção dos direitos do indivíduo, mesmo do mais vil, é o que impede o Estado de se tornar arbitrário e de usar a força de forma desmedida contra qualquer um de nós. Se o Estado pode violar os direitos de um, ele pode violar os direitos de todos. A defesa do devido processo legal é a defesa da civilidade e do Estado de Direito. A luta pelos Direitos Humanos é, portanto, a luta por uma sociedade onde a lei é aplicada de forma justa e igualitária, e onde a dignidade humana é o valor supremo. Em suma, a data comemorativa de 10 de dezembro foi criada para valorizar os direitos contidos na DUDH. É um lembrete de que devemos enfrentar toda forma de discriminação e defender os direitos de todos. A educação é a nossa maior arma para o enfrentamento às violações e para a garantia dos Direitos Humanos. Ao compreendermos a verdadeira amplitude e o caráter protetivo desses direitos, desarmamos o preconceito e fortalecemos a base da nossa democracia. Juntos, podemos construir um mundo mais justo e inclusivo, onde a conquista histórica dos Direitos Humanos seja uma realidade plena para cada pessoa. *Artigo escrito em conjunto pelos advogados João Batista Dallapiccola Sampaio e o mateense Robério Moura Bittencourt.