O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou, em 2024, um aumento de 189% nas hospitalizações de idosos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) provocada pelo vírus Influenza, segundo dados da Agência Brasil. A situação acende um alerta para a Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe, que teve início dia 7 de abril em todo o país.
A pneumologista e especialista em Medicina do Sono, Jéssica Polese, reforça que a vacina é a principal forma de prevenção contra as complicações decorrentes da gripe. “A influenza é uma infecção viral dos pulmões e das vias aéreas por um dos vírus da gripe. Ela provoca febre, coriza, dor de garganta, tosse, dor de cabeça, dores musculares (mialgias) e uma sensação de indisposição (mal-estar) geral”, explica. Segundo a médica, a imunização ajuda a evitar o agravamento do quadro clínico:
“A vacinação é uma forma de evitar estes sintomas e que a doença avance para uma pneumonia e se agrave ainda mais”. Jéssica também faz um alerta sobre outras infecções respiratórias que ainda preocupam: “Ela também alerta para a Covid, que ainda circula e que representa um risco em idosos e pessoas com comorbidade”, destaca.
Com a chegada do outono, período marcado por clima mais seco e temperaturas mais amenas, a circulação de vírus e bactérias se intensifica, o que torna a vacinação ainda mais importante. “As vacinas são os principais meios de proteção contra adoecimentos”, reforça.
Além da imunização, a pneumologista orienta medidas complementares para fortalecer o organismo: hidratação adequada para manter as vias respiratórias úmidas e alimentação equilibrada para garantir a imunidade em dia.
Riscos aumentam com a idade
De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal ficou abaixo do esperado em 2023, com baixa adesão principalmente entre os idosos. Entidades médicas alertam para os riscos associados à gripe nessa faixa etária. Estudos apontam que, a partir dos 40 anos, o risco de infarto aumenta em dez vezes e o de AVC em oito vezes nos três primeiros dias após uma infecção por Influenza. Nos idosos, esse risco permanece elevado por até dois meses após o contágio.
Esse cenário tem refletido nas admissões em unidades de terapia intensiva (UTIs), que cresceram 187%, e no aumento de 157% nos óbitos relacionados à gripe. O apelo dos profissionais de saúde é para que a população se antecipe à circulação do vírus e compareça aos postos de vacinação.