Mesmo com os avanços na oncologia, o câncer colorretal segue sendo frequentemente descoberto em fases avançadas no Brasil. Segundo estudo da Fundação do Câncer, cerca de 60% dos casos são diagnosticados tardiamente — cenário que reduz as chances de cura e exige tratamentos mais complexos.
A oncologista Virgínia Altoé Sessa, do Hospital Santa Rita, reforça que muitos desses tumores poderiam ser identificados precocemente com maior adesão às estratégias de rastreamento. “O câncer colorretal é prevenível e tem maiores chances de cura quando descoberto no início. O problema é que muitas pessoas ignoram sinais de alerta e só buscam ajuda quando os sintomas já são intensos”, explica.
Entre os fatores que levam ao atraso no diagnóstico estão o desconhecimento sobre os sintomas, o constrangimento em relação à colonoscopia e a dificuldade de acesso ao exame. “Essa combinação faz com que muitos pacientes cheguem ao consultório com tumores já avançados. A informação é fundamental para mudar esse cenário”, afirma.
A especialista destaca que a colonoscopia é o principal exame para rastreamento e prevenção. “Ela consegue detectar alterações antes mesmo de se tornarem malignas. O rastreamento deve começar por volta dos 45 anos na população geral, e quem tem histórico familiar precisa iniciar antes, conforme orientação médica”, orienta.
A atenção aos sinais também é fundamental. De acordo com Virgínia, sangue nas fezes, alterações persistentes no hábito intestinal, sensação de evacuação incompleta e perda de peso inexplicada devem ser motivo de investigação. “Esses sintomas podem ter outras causas, mas não devem ser ignorados”, alerta.
