A praia do Solemar, em Jacaraípe, foi palco de muita emoção neste sábado (20), com o encerramento do ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro 2025, apresentado por Extrabom. Em um desfecho histórico, a capixaba Luna Hardman, de 19 anos, conquistou pela primeira vez o título de uma etapa do Circuito Mundial na categoria Profissional. Já a gaúcha Joselani Amorim, de 52 anos, celebrou o título inédito de campeã mundial na categoria Máster. Na Pro Júnior, a portuguesa Alice Teotônio sagrou-se campeã do mundo.
O evento foi decisivo para o encerramento do Circuito Mundial 2025, com a definição dos títulos mundiais das categorias Profissional, Máster e Pro Júnior — essas duas últimas exclusivas da etapa brasileira. A austríaca Alexandra Rinder, representando as Ilhas Canárias, já havia garantido o título da Profissional ao vencer nas quartas de final, na quarta-feira (17). O vice-campeonato mundial ficou com a japonesa Namika Yamashita.
Emoção em dose dupla: mãe e filha no pódio

Após retornar de uma cirurgia nos ombros, Luna (foto) superou Joselani na final da Profissional com 14.75 pontos. A conquista foi celebrada com lágrimas e abraços na areia com sua mãe, a pentacampeã mundial Neymara Carvalho, idealizadora do evento. As duas subiram juntas ao pódio: Luna como campeã da etapa e Neymara como terceira colocada.
“É a conquista de um sonho. Voltei forte e só tenho a agradecer por todas as mensagens durante minha recuperação. Surfava leve, feliz, por estar de volta. Se Deus quiser, é a primeira de muitas”, disse Luna, emocionada.
Neymara também não conteve as lágrimas: “É a certeza de que fiz um bom trabalho como mãe e atleta. Gere uma campeã. Disse que ela ia ganhar e não acreditei. O trabalho psicológico fez diferença. Estou vivendo o extraordinário.”
Joselani Amorim: duas finais e um sonho realizado

Joselani (foto) brilhou duplamente na etapa. Após vencer a final da categoria Máster contra a capixaba Maylla Venturin por 10.25 a 9.50, foi à final da Profissional contra Luna. Ao todo, disputou quatro baterias no último dia.
“Comecei no bodyboarding aos 14 anos, hoje tenho 52. Vim para me divertir, e realizei um sonho. Compartilhar esse título com minha mãe e minha filha é indescritível”, disse Joselani, que dedicou a vitória ao Rio Grande do Sul, que celebrava o Dia do Gaúcho.
Ela também agradeceu Neymara: “Eu não viria. Ela me ligou e insistiu. E aqui estou, campeã mundial.”
Pro Júnior: Portugal no topo

Na disputa final entre portuguesas, Alice Teotônio (foto) venceu Luana Dourado por 14.50 a 13.50, garantindo o título mundial da Pro Júnior. Luana, vice pelo segundo ano consecutivo, foi destaque da competição com as duas únicas notas 10 do evento. O pódio foi completado por Maria Padrela (Portugal) e Hannah Saavedra (Peru).
“Estou muito feliz. Campeã de 2025! Obrigada a todos que torceram por mim, minha família e amigas”, celebrou Alice, enrolada na bandeira de Portugal.
Baterias marcadas por emoção
O sábado começou com Joselani (foto) vencendo Nicolle Calheiros (RJ) nas semifinais da Máster. Em seguida, Maylla superou a portuguesa Catarina Sousa, garantindo uma final brasileira. Na Profissional, Joselani derrotou Neymara, enquanto Luna virou a bateria contra Filipa Broeiro (Portugal) com nota 8.75, garantindo a vaga na final.
Categoria especial: mães e filhas encerram o evento

O Wahine terminou em clima de confraternização com a tradicional bateria de mães e filhas. Participaram Catarina Sousa e Concha Miranda, Naara Caroline e Maria Cecília, Aline Martins e Liz, e Joselani com sua filha Luiza.
Espírito Santo, centro do bodyboarding mundial
Durante 10 dias, o Espírito Santo recebeu atletas de 10 países: Brasil, Áustria, Chile, Espanha, EUA, França, Japão, Marrocos, Peru e Portugal. A premiação total foi de 45 mil dólares (cerca de R$ 240 mil).
Sobre o Wahine
Criado em 2021 por Neymara Carvalho, o ArcelorMittal Wahine Bodyboarding Pro homenageia as mulheres do esporte. “Wahine” significa “mulher” em havaiano, em referência à conexão com os povos das ilhas do Pacífico.
A temporada 2025 do Circuito Mundial Feminino teve quatro etapas: Agadir (Marrocos), Iquique (Chile), Sintra (Portugal) e Solemar (Brasil), com premiação total de 220 mil dólares.
Realização
O evento teve patrocínio principal da ArcelorMittal, patrocínio máster do Governo do Estado do Espírito Santo por meio da LIEC, patrocínio da EDP Brasil, apoio do Grupo Coroa, Jaklayne Joias e Prefeitura da Serra. A realização foi do Instituto Neymara Carvalho (INC) e da International Bodyboarding Corporation (IBC), com homologação da Confederação Brasileira de Bodyboarding.
