A atriz Fernanda Rodrigues revelou recentemente, em suas redes sociais, que foi diagnosticada novamente com carcinoma basocelular. A artista contou que já havia passado por uma cirurgia há um ano para tratar a doença e que precisará realizar um novo procedimento para remover a lesão.
O carcinoma basocelular é o tipo mais comum de câncer de pele, surgindo nas células mais profundas da epiderme. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ele corresponde a cerca de 80% dos casos de câncer de pele não melanoma diagnosticados no Brasil, especialmente em regiões ensolaradas. Globalmente, é considerado o câncer mais frequente, com milhões de novos diagnósticos a cada ano.
De acordo com o oncologista da Rede Meridional, Erasmo Xavier de Brito, esse tipo de câncer apresenta crescimento lento e raramente se espalha para outros órgãos, o que garante altas taxas de cura quando identificado precocemente.
O especialista alerta para alguns sinais de atenção: feridas que não cicatrizam, lesões que sangram repetidamente, nódulos brilhantes ou perolados e manchas avermelhadas persistentes. “Uma regra prática é: qualquer lesão na pele que não melhora em algumas semanas deve ser avaliada por um dermatologista”, destacou.
A exposição solar acumulada ao longo da vida, especialmente sem proteção, é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. Outros fatores incluem queimaduras solares na infância, pele clara, idade avançada, uso de câmaras de bronzeamento artificial e sistema imunológico enfraquecido.
Segundo Brito, pessoas de pele clara têm mais chances de desenvolver o carcinoma basocelular. “Pessoas de pele, olhos e cabelos claros possuem menos melanina, o pigmento natural que protege contra a radiação ultravioleta, e por isso estão mais vulneráveis ao desenvolvimento desse câncer”, explicou.
Embora existam síndromes genéticas raras que aumentam a predisposição, o oncologista reforça que, para a maioria da população, os hábitos de vida são decisivos — principalmente a exposição solar sem proteção adequada.
O tratamento mais comum é a remoção cirúrgica da lesão. Em casos selecionados, podem ser indicadas técnicas como crioterapia, curetagem, terapia fotodinâmica ou medicamentos tópicos. Brito explica ainda que a cirurgia de Mohs é uma alternativa importante em situações específicas. “Podemos, ainda, realizar a cirurgia de Mohs, uma técnica especializada, em que o tumor é retirado em camadas muito finas e cada camada é analisada no microscópio imediatamente. Esse processo garante a retirada completa do câncer, preservando ao máximo o tecido saudável. Ela é indicada especialmente em áreas delicadas, como rosto, nariz, pálpebras e orelhas, onde a preservação estética e funcional é fundamental, e em tumores maiores ou de maior risco de recidiva”, afirmou.
As taxas de cura são muito altas quando o tratamento é realizado de forma adequada, mas tumores grandes ou em áreas de risco podem apresentar recidiva, tornando essencial o acompanhamento médico.
O oncologista reforça que medidas preventivas são fundamentais. “As pessoas precisam ter cuidados como: usar protetor solar todos os dias, inclusive em dias nublados; evitar exposição solar principalmente entre as 10h e 16h; usar chapéus, óculos escuros e roupas que ofereçam proteção; não recorrer a câmaras de bronzeamento artificial; e observar regularmente a própria pele, procurando um médico diante de qualquer alteração suspeita”, concluiu.