O comércio do Espírito Santo segue em ritmo de otimismo. Em agosto, o Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (Icec) no Estado atingiu 106,4 pontos, um avanço de 2,4% em relação a julho. O patamar é considerado satisfatório para o empreendedor — acima da linha de 100 pontos — e posiciona o Espírito Santo à frente da média nacional (102,2) e dos demais estados do Sudeste.
O levantamento é do Connect Fecomércio-ES, com base em dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado consolida uma tendência de alta iniciada em maio e reforça a expectativa positiva do setor para o segundo semestre.
O Espírito Santo foi o único estado do Sudeste a registrar crescimento em agosto, mantendo estabilidade na variação interanual, enquanto São Paulo teve queda de 2,9%, Minas Gerais recuou 0,6% e o Rio de Janeiro se manteve estável.
Segundo André Spalenza, coordenador do eixo Observa do Connect Fecomércio-ES, o resultado indica que os empresários estão mais preparados para aproveitar o aquecimento esperado no varejo nos próximos meses.
“Os empresários estão mais confiantes em relação ao desempenho de suas empresas, da economia e do setor, e essa segurança tende a impulsionar investimentos, contratações e novos negócios nos próximos meses”, destacou Spalenza.
Destaques do mês
O subíndice Condições Atuais foi o principal destaque de agosto, com alta de 8,1% em relação a julho. A confiança no setor teve crescimento expressivo de 12%, enquanto a avaliação das próprias empresas subiu 4,9%.
Outro avanço foi registrado no subíndice Intenções de Investimento, que cresceu 0,7%. A intenção de contratação de funcionários aumentou 4,6% no mês e 7% em relação a agosto de 2024.
“Mesmo com um cenário macroeconômico nacional que ainda exige cautela, o empresário capixaba mostra disposição para ampliar suas equipes e apostar na expansão dos negócios”, afirmou Spalenza.
Bens não duráveis lideram
Na análise por tipo de produto, os bens não duráveis (como alimentos e produtos de higiene) tiveram o melhor desempenho: alta de 7% no mês e 8,4% em relação ao mesmo período de 2024.
Os bens semiduráveis (como vestuário e calçados) também cresceram, com variação positiva de 4,5%. Já os bens duráveis apresentaram retração de 1,6% no mês.
“O desempenho dos bens não duráveis mostra que a confiança dos empresários está alinhada ao aumento do consumo imediato, que tende a ganhar força com as datas promocionais e festivas do segundo semestre”, observou o coordenador de pesquisa do Connect Fecomércio-ES.
Prudência e potencial de expansão
O diretor de Negócios do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Marcos Kneip, também avalia o momento como promissor para o setor produtivo capixaba, com destaque para o comportamento mais conservador dos empreendedores.
“A inadimplência tem mostrado queda, o que pode estar ligado a um perfil mais conservador na tomada de crédito, algo que também se observa entre os empreendedores. Esse comportamento mais prudente tem sido fundamental em um momento em que cada decisão de investimento precisa ser muito bem avaliada, priorizando ganhos de produtividade ou redução de custos operacionais como justificativa para seguir em frente”, destacou.
O estudo completo está disponível no portal do comércio capixaba: portaldocomercio-es.com.br.
