Na Tribuna Popular da Assembleia Legislativa, representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) voltaram a cobrar a reparação integral das vítimas do rompimento da barragem de Mariana (MG), ocorrido há exatos dez anos.
A coordenadora nacional e estadual do MAB, Juliana Stein Nicoli, afirmou que “a maior parte dos atingidos do Espírito Santo e de Minas Gerais ainda não teve reparação justa”, e reforçou que o desastre segue provocando impactos ambientais e à saúde das comunidades. Segundo ela, as empresas responsáveis ainda não quitaram o “débito social” causado pelo rompimento.
Juliana criticou a exclusão da participação popular nos acordos firmados desde 2016, incluindo a nova repactuação do Rio Doce. Para o movimento, o modelo de negociação adotado deixou de contemplar grupos importantes, como as comunidades pesqueiras da Grande Vitória.
Ela destacou que o MAB segue atuando pela criação do Conselho Estadual de Participação Popular, mesmo com a existência da Secretaria de Estado do Rio Doce (SERD), criada para tratar do tema. “Nossa luta vai continuar, por mais cinco, dez, vinte ou quantos anos forem necessários, até que todos os atingidos por esse crime sejam reparados integralmente e com justiça”, afirmou.
O deputado João Coser (PT), que convidou a representante à Tribuna, reforçou que o rompimento comprometeu a vida de inúmeras famílias e que o movimento segue buscando o reconhecimento de grupos ainda não contemplados.
