Dia Nacional de Combate à Sífilis: Secretaria de Saúde reforça importância da prevenção

O Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado neste sábado (18), tem como objetivo conscientizar a população sobre os riscos dessas doenças e reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico oportuno. A sífilis adquirida, considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, e a sífilis congênita têm na prevenção e no diagnóstico precoce estratégias essenciais para o combate e redução de casos.

Nesta data, a Secretaria da Saúde (Sesa) reforça os principais cuidados que devem ser adotados pela população, além da necessidade de adesão ao tratamento — disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O dia de enfrentamento é lembrado sempre no terceiro sábado de outubro, destacando também a importância do uso de preservativos, já que a sífilis adquirida é transmitida pelo ato sexual sem proteção com parceiro(a) infectado(a).

A doença também pode ser transmitida da mãe para o bebê — a chamada sífilis congênita — quando a gestante infectada não realiza o tratamento corretamente.

“O uso de preservativos em todas as relações sexuais é fundamental e importante para se prevenir contra a sífilis e outras ISTs. Nas gestantes é realizado, como rastreio, o teste rápido, na primeira consulta de pré-natal e nos trimestres subsequentes, além de na maternidade, no momento do parto”, explicou a médica e referência técnica da Sífilis, Luísa Milleri Altoé.

Situação no Espírito Santo

Até a primeira semana de outubro deste ano, o Espírito Santo havia confirmado 6.920 casos de sífilis adquirida. Em 2024, foram 7.566 casos registrados. Em relação à sífilis em gestantes, o Estado confirmou 2.437 casos em 2025 e 2.883 em 2024. Já os casos de sífilis congênita somaram 542 até o início de outubro, contra 710 em todo o ano de 2024, segundo dados do sistema e-SUS Vigilância em Saúde (VS).

Luísa Altoé destacou que a população deve ficar atenta à sífilis, já que a infecção pode se manifestar de forma discreta.

“A sífilis é considerada ‘traiçoeira’, pois pode inicialmente apresentar sintomas leves, o que leva ao adiamento da procura pelo serviço de saúde, do diagnóstico e do tratamento. Essa característica facilita a transmissão para o parceiro ou a parceira”, alertou.

A médica reforçou ainda que a ausência de tratamento pode trazer consequências graves, como danos permanentes aos sistemas neurológico, cardiovascular e ósseo.

“Na gestação, torna-se mais preocupante, pois quando não tratada pode levar à sífilis congênita, que traz sérias consequências, como aborto, parto prematuro e morte fetal”, pontuou.

Segundo Altoé, tanto o diagnóstico quanto o tratamento são ofertados pelo SUS, e qualquer pessoa que apresente sintomas ou tenha tido relação sexual sem preservativo deve procurar uma unidade de saúde.

“Embora o Estado esteja empenhado em reverter esse quadro com políticas públicas, a ação da população é crucial. É preciso usar preservativos em todas as relações sexuais, buscar testagem regular, garantir o tratamento imediato em caso de infecção e envolver a parceria sexual para que o tratamento seja realizado por ambos”, ressaltou.

Testagem e tratamento são gratuitos

A testagem para detecção da sífilis e o tratamento da doença — assim como os exames para HIV e hepatites B e C — são oferecidos gratuitamente pelo SUS. O teste pode ser feito em Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). O procedimento é rápido e simples: basta uma gota de sangue retirada da ponta do dedo, e o resultado sai em até 30 minutos.

O tratamento é feito com Penicilina Benzatina, um antibiótico seguro e eficaz, atualmente administrado com anestésico. Para eliminar completamente a infecção, é essencial não interromper o tratamento antes do término e guardar os comprovantes das consultas.

Gestantes e seus parceiros devem realizar os testes de sífilis, HIV e hepatite B e C durante o pré-natal, já que a sífilis pode ser transmitida para o bebê. Nos casos de sífilis congênita, o diagnóstico envolve a avaliação clínica da mãe e da criança, além de exames laboratoriais e radiológicos. O tratamento infantil é feito com Penicilina Cristalina ou Procaína por dez dias, e o bebê deve permanecer internado durante o período de medicação.

Sinais e sintomas

A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar em diferentes fases: primária, secundária, latente e terciária.

Sífilis primária: surge com uma ferida única, chamada cancro duro, que aparece entre 10 e 90 dias após o contágio em locais como pênis, vulva, vagina, ânus ou boca. A lesão não dói nem coça, desaparece sozinha, mas não representa cura.

Sífilis secundária: provoca manchas pelo corpo, inclusive nas palmas das mãos e plantas dos pés, além de febre, ínguas e mal-estar. As lesões desaparecem temporariamente, dando falsa impressão de melhora.

Sífilis latente: fase sem sintomas, podendo durar anos. Divide-se em recente (até um ano) e tardia (mais de um ano).

Sífilis terciária: pode causar lesões cutâneas, ósseas, neurológicas e cardiovasculares, podendo levar à morte.

Avanços no enfrentamento no Espírito Santo

No Espírito Santo, a sífilis congênita é considerada um problema de saúde pública. Para reduzir os casos, a Sesa retomou em 2024 o Plano Estadual de Enfrentamento da Sífilis Congênita, que busca reorientar as ações nos municípios e diminuir a incidência da doença, alinhando-se às metas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com as ações intensificadas, o Estado apresentou uma redução nas taxas de incidência, que caíram de 15,6 casos por mil nascidos vivos em 2023 para 14,2 em 2024.

“A redução observada na taxa de incidência da doença foi atribuída ao fortalecimento e à intensificação das estratégias de prevenção e controle implementadas no Estado”, destacou Luísa Milleri Altoé.

Informações: Sesa

sobre nós

Diretor de conteúdo – Eduardo Caliman

Jornalista formado pela Ufes (1995), com Master em Jornalismo para Editores pelo CEU/Universidade de Navarra – Espanha. Iniciou a carreira em A Tribuna e depois atuou por 21 anos em A Gazeta, como repórter, editor de Política, coordenador de Reportagens Especiais e editor-executivo. Foi também presidente do Diário Oficial, subsecretário de Comunicação do ES e, de 2018 a 2024, coordenador de comunicação institucional no sistema OAB-ES/CAAES.

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