O 16º Meeting de Líderes, promovido pela Findes e pelo Cindes, reuniu nesta sexta-feira (29), em Pedra Azul, Domingos Martins, empresários, economistas e lideranças para discutir a soberania nacional e os desafios do Espírito Santo e do Brasil diante das mudanças no cenário econômico global. O evento contou com palestras, painéis e mesas redondas.
Segundo os participantes, garantir a soberania nacional passa por uma indústria forte. O presidente da Findes, Paulo Baraona, destacou a importância de investir em tecnologia e inovação. “Um país que aposta na indústria não apenas se desenvolve, mas garante sua soberania”, afirmou. Baraona também mencionou a redução da taxa de juros, a mudança no perfil do capital humano e a melhoria da infraestrutura como essenciais para fortalecer o ambiente de negócios.
A vice-presidente do Cindes, Sandra Kwak, reforçou o papel da interação entre empresários no fortalecimento da indústria: “O Meeting é o momento de trocar ideias, compartilhar experiências e aprender uns com os outros. É nessa troca genuína que enxergamos juntos novos caminhos para um Espírito Santo mais próspero.”
O governador Renato Casagrande destacou a relevância da indústria para uma economia moderna e sustentável. Segundo ele, iniciativas como a Nova Indústria Brasil (NIB) são fundamentais para avançar em inovação, ESG e produção eficiente. “Se quisermos salvar o planeta, precisamos de uma indústria forte. Produzir mais com menos energia é condição para proteger o planeta e garantir soberania”, afirmou.
O presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos, defendeu a união entre poderes públicos e setor produtivo para o desenvolvimento do Estado e do país. “Precisamos ter uma Findes forte, um governo forte e um legislativo forte. Não podemos permitir que o Estado saia do caminho de desenvolvimento social e econômico”, disse.
O diretor técnico do Sebrae, Eurípedes Pedrinha, reforçou que o fortalecimento da indústria agrega valor aos clusters e fortalece micro e pequenas empresas, incentivando novos negócios.
Especialistas discutem presente e futuro
O economista e ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Alexandre Schwartsman, falou sobre o impacto da instabilidade econômica global no Brasil. Segundo ele, embora as tarifas norte-americanas tenham efeito menor do que o previsto, alguns setores já sentiram impactos. Schwartsman também alertou para a necessidade de manter juros reais elevados devido à inflação persistente e ao impacto dos programas de transferência de renda nas contas públicas.
O especialista em inovação e transformação digital, Walter Longo, defendeu que as empresas desenvolvam uma “alma digital”, indo além do uso de ferramentas tecnológicas. Segundo ele, a análise preditiva, com algoritmos e inteligência artificial, está transformando a logística e a relação com clientes, permitindo decisões rápidas e individualizadas.
Indústria em alta: mesa redonda com lideranças
A mesa redonda “Indústria em Alta” reuniu líderes capixabas para debater os desafios e perspectivas do setor. Participaram:
Paulo Baraona (presidente da Findes) – destacou a necessidade de adaptação das novas gerações ao mercado de trabalho e o fortalecimento do Espírito Santo como hub logístico nacional, considerando sua localização estratégica próxima a 60% do PIB do país.
Marcelo Saintive (diretor-presidente do Bandes) – apresentou o Fundo de Descarbonização do ES, projeto pioneiro com R$ 500 milhões para apoiar iniciativas de sustentabilidade e descarbonização da economia.
Eduarda Buaiz (vice-presidente Financeira da Findes e presidente do Conselho da Buaiz Alimentos) – enfatizou a importância da escuta ativa, inovação e ampliação da presença feminina na indústria, citando iniciativas como o programa “Café com a Duda”, que coleta sugestões de colaboradores.
Luiz Cordeiro (conselheiro vice-presidente da Findes e presidente do Grupo Estel) – destacou o desenvolvimento do setor industrial no Espírito Santo, incluindo metal-mecânica, papel e celulose, e o polo moveleiro, com foco na verticalização e adensamento das cadeias produtivas.
O debate foi mediado pela economista-chefe da Findes e gerente executiva do Observatório Findes, Marília Silva.