Estados querem que nova rota, passando por Itabira e Vespasiano, seja exigência para renovação da concessão da Ferrovia Centro Atlântica
O Espírito Santo e Minas Gerais estão unindo forças para garantir um novo traçado ferroviário que pode beneficiar diretamente a logística e o escoamento de cargas entre os dois estados. Em reunião realizada nesta quinta-feira (28), no Palácio Anchieta, em Vitória, foi criada uma força-tarefa para defender junto ao governo federal a inclusão do contorno ferroviário de Belo Horizonte como condição obrigatória para a renovação da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) até 2056.
O encontro contou com a presença do governador Renato Casagrande, do vice-governador Ricardo Ferraço, do presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, deputado Marcelo Santos, e do coordenador da bancada federal capixaba no Congresso Nacional, deputado Da Vitória. Também participam das articulações representantes do estado de Minas Gerais.
Segundo Da Vitória, o novo contorno — que passaria por Vespasiano e Itabira, em Minas — seria uma alternativa mais viável e estratégica à proposta anterior, que previa um traçado pela Serra do Tigre, com mais de 450 quilômetros de extensão e alto custo de implementação.
“Nosso objetivo é unir governos, bancadas, assembleias e o setor produtivo, que tem essa demanda, para levar à ANTT e ao Ministério da Infraestrutura a solicitação para que seja incluído, como investimento obrigatório à renovação da concessão da FCA, o contorno de Belo Horizonte”, afirmou Da Vitória.
“O Espírito Santo está ampliando seu sistema portuário e Minas Gerais precisa melhorar a logística de escoamento mineral. Os dois estados convergem na importância desse investimento para o desenvolvimento mútuo”, completou.
Posição do governo capixaba
O governador Casagrande já havia se posicionado contra a proposta do Ministério da Infraestrutura de vincular a execução da obra a um “gatilho de demanda” — ou seja, que o investimento só fosse feito após o atingimento de determinado volume de carga. Para ele, a demanda já é existente e o investimento deve ser imediato.
Próximos passos
A proposta está atualmente sob análise da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que avalia a viabilidade econômica-financeira e o plano de exploração da concessão. Em seguida, o processo seguirá para o Tribunal de Contas da União (TCU).
A FCA possui uma malha ferroviária de 7,2 mil quilômetros, cruzando os estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal. O contrato atual vence em agosto de 2026.
Foto: Bruno Fritz/Ales