Mulheres que já tiveram câncer de mama em estágio inicial apresentam um risco apenas ligeiramente superior ao da população geral de desenvolver um segundo tumor primário, seja na outra mama ou em outra parte do corpo. A conclusão é de um estudo publicado pelo British Medical Journal, que analisou dados de 476 mil mulheres diagnosticadas com câncer de mama entre 1993 e 2016, na Inglaterra.
O grupo estudado incluiu pacientes com idades entre 20 e 75 anos, todas submetidas à cirurgia como parte do tratamento. O acompanhamento foi feito por até duas décadas. Ao longo do período, 64,7 mil mulheres desenvolveram um segundo câncer.
“A possibilidade de desenvolver um segundo tumor existe para qualquer paciente, mas esse estudo veio mostrar que o risco de um segundo tumor, seja na mama ou em outra parte do corpo, é ligeiramente maior do que o da população geral, e isso traz um alívio àquelas que já enfrentaram a doença. Mas vale lembrar que isso também depende de alguns fatores, como o tipo de tumor, o tratamento realizado e o histórico pessoal de cada paciente”, explicou a médica oncologista Virgínia Altoé Sessa, do Hospital Santa Rita.
A especialista reforça que a adoção de hábitos saudáveis, a realização de exames periódicos e o acompanhamento contínuo com profissionais especializados são medidas fundamentais para reduzir o risco de recidiva e prevenir outras doenças.
“Manter um estilo de vida saudável é fundamental para que mulheres de todas as idades se previnam do câncer de mama, inclusive as que já passaram pelo tratamento da doença”, orienta.
Conscientização no Outubro Rosa
Em outubro, terá início mais uma edição da campanha Outubro Rosa, voltada para a prevenção e conscientização sobre o câncer de mama, o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, depois do câncer de pele não melanoma.
Especialistas destacam que o diagnóstico precoce é decisivo para o sucesso do tratamento. “O diagnóstico precoce permite tratamentos menos invasivos e com mais chances de terem melhores resultados. A mamografia é o exame mais eficaz para detectar alterações suspeitas ainda em estágios iniciais, assintomáticos, e até microcalcificações que ainda nem se tornaram malignas. Por isso, é fundamental que mulheres a partir dos 40 anos façam o exame anualmente ou conforme recomendação médica”, afirma Virgínia.
A médica lembra ainda que o autoexame das mamas, embora não substitua os exames clínicos e de imagem, pode ajudar as mulheres a conhecerem melhor o próprio corpo e identificar sinais de alerta.
“Ao notar nódulos, inchaços, secreções ou mudanças na forma das mamas, é essencial procurar um médico para investigação adequada”, alertou.
