O ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung apresenta seu mais recente trabalho, Política em Tempos de Grandes Mudanças, em evento marcado para esta terça-feira (19 de agosto), às 18 horas, no auditório da Fucape, em Vitória .
A obra reúne 36 artigos publicados nos últimos 18 meses, acrescidos de dois textos inéditos — um de abertura, que contextualiza os temas, e um encerramento, que propõe uma agenda para o Brasil. Com contribuições de peso, o livro traz prefácio de Luciano Huck, posfácio de Marcos Lisboa, capa assinada por Ana Paula Vescovi e texto complementar de Samuel Pessôa .
Além de abordar temas como transformação democrática, justiça socioeconômica e os impactos da tecnologia e das mudanças climáticas, Hartung defende uma agenda de transformação para o país baseada em valores democráticos e republicanos, com foco em dignidade e justiça. O livro conta com uma publicação eletrônica lançada na primeira semana de agosto, disponível na Amazon.
Artigo sobre o livro
Em artigo assinado no Estadão, o ex-governador escreveu sobre o conteúdo do livro: “Vivemos uma contemporaneidade convulsiva, transformada pela incidência das novas tecnologias, pela emergência climática e movimentos desafiantes aos laços politicamente estruturados. A crise desencadeada pelo governo norte-americano com o tarifaço aprofunda esse quadro.”
“Experimentamos era de fluidez vertiginosa, que soma as dimensões presencial e digital para uma existência em dupla ambiência, atravessada por desprezo à fatualidade, como bem mostra o fenômeno dramático das fake news. Temos um crítico momento em que as bases democrático-republicanas de nossa civilização sofrem ataques ao redor do planeta, sombreado por retrocessos patrocinados por radicalidades do espectro político.”
O ex-governador citou ainda o momento internacional conflituoso: “No rastro da pandemia e feroz disputa por hegemonia global, geraram-se efeitos danosos inegáveis, como a desorganização de diversificadas cadeias de suprimento. Guerras, ataques ao multilateralismo e emergência climática adicionam complexidades a uma fase histórica de enfraquecimento do sistema internacional erigido no pós-1945, ora inclinado a ser suplantado por crescente beligerância, recrudescente protecionismo e preocupante negacionismo.”
Temos um crítico momento em que as bases democrático-republicanas de nossa civilização sofrem ataques ao redor do planeta, sombreado por retrocessos patrocinados por radicalidades do espectro político. No rastro da pandemia e feroz disputa por hegemonia global, geraram-se efeitos danosos ine-gáveis, como a desorganização de diversificadas cadeias de suprimento Guerras, ataques ao multilateralismo e emergência climática adicionam complexidades a uma fase histórica de enfraquecimento do sistema internacional erigido no pós-1945, ora inclinado a ser suplantado por crescente beligerân-cia, recrudescente protecionismo e preocupante negacionismo.
Questões históricas no Brasil
Para o ex-governador, no meio dessa cena de persistentes transformações, o Brasil tem o desafio de superar questões históricas e, ao mesmo tempo, implantar os fundamentos do futuro: “Um país que resiste a aprender com erros e sucessos, no mais das vezes, repetindo o passado com etiquetas de ‘grandes novidades’. Uma nação que precisa mitigar polarizações extremadas e se unir em torno do que nos deve congregar a todos: a construção da prosperidade inclusiva. Um Brasil que precisa de estratégia para as travessias desse novo tempo e suas tempestades, como a tortuosa reconfiguração geopolítica em curso. Este é o contexto em que convido o leitor a pensar sobre o fazer político atual, com meu novo livro… A política é uma atividade dinâmica, umbilicalmente conectada às atualidades. Desse modo, é mais que pertinente elaborar como fica a política neste nosso tempo tão cataclísmico. É o que proponho, reunindo desafios, apontamentos, reflexões e indagações acerca dessa atividade essencial à condição humana.”
Foto: Reprodução – Instagram