As mudanças no Imposto de Renda já estão definidas e começam a valer a partir de janeiro de 2026. A principal delas é a isenção permanente para quem recebe até R$ 5 mil por mês, além da redução da carga tributária para rendas entre R$ 5 mil e R$ 7.350. As alterações fazem parte da reforma tributária e impactam trabalhadores assalariados, profissionais liberais e empresários.
Para contribuintes que se enquadram na faixa intermediária de renda, a nova regra prevê descontos progressivos no imposto devido. Já para quem recebe valores mais elevados, especialmente por meio da distribuição de lucros, haverá mudanças relevantes, como a retomada da tributação sobre lucros e dividendos e a instituição de um imposto mínimo anual de 10%.
De acordo com a contadora e consultora tributária e de benefícios fiscais Emanueli Cristini, a distribuição de lucros exige atenção especial no período de transição. Os lucros e dividendos apurados e distribuídos em 2025 seguem isentos na declaração de 2026. No entanto, valores distribuídos a partir de 2026 estarão sujeitos à retenção de 10% sobre o que ultrapassar R$ 50 mil por mês, além do ajuste referente ao imposto mínimo. “Antecipar a distribuição pode gerar economia tributária. Já os lucros enviados ao exterior terão retenção de 10%, independentemente do valor”, explica.
O imposto mínimo leva em conta o que já foi pago ao longo do ano. Um contribuinte com renda anual de R$ 1,2 milhão que recolheu 7% de IR precisará complementar apenas 3% para atingir os 10%. Já quem teve renda de R$ 2 milhões e recolheu 15% não terá valor adicional a pagar. A legislação também estabelece um limite para a carga total: a soma da tributação como pessoa física e jurídica não pode ultrapassar 34% para empresas não financeiras e 45% para empresas financeiras.
A recomendação é que empresários e profissionais liberais procurem seus contadores para revisar estratégias de retirada de recursos e distribuição de lucros. Para trabalhadores assalariados, os efeitos das novas faixas de isenção e redução de alíquotas serão sentidos diretamente no salário a partir de janeiro de 2026. Além da remuneração mensal, continuam sendo considerados como renda tributável aluguéis, dividendos e outros rendimentos, o que exige atenção no momento da declaração.
A contadora lembra ainda que a Receita Federal deve publicar normas complementares com detalhes operacionais da nova sistemática. A primeira declaração impactada será a de 2027, referente ao ano-base 2026. Assim, a declaração de 2026, relativa a 2025, permanece sem alterações.
“Segundo o governo, a reforma do Imposto de Renda busca redistribuir a carga tributária, reduzindo o peso sobre salários menores e ampliando a tributação sobre rendas mais altas. Como as mudanças entram em vigor em 2026, o planejamento financeiro antecipado é fundamental”, afirma Emanueli.
Como fica a tabela do Imposto de Renda a partir de 2026
Até R$ 5.000: isenção total — economia anual estimada de R$ 4.356,89
Até R$ 5.500: desconto de 75% — economia anual estimada de R$ 3.367,68
Até R$ 6.000: desconto de 50% — economia anual estimada de R$ 2.350,79
Até R$ 6.500: desconto de 25% — economia anual estimada de R$ 1.333,90
A partir de R$ 7.350: aplicação da alíquota de 27,5%
