O presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Marcelo Santos (União Brasil), afirmou que o Estado precisa estar “preparado para fechar as fronteiras” com o Rio de Janeiro após a megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, que já é considerada a ação policial mais letal da história fluminense. A declaração foi feita durante sessão da Ales nesta quarta-feira (29). As informações foram publicadas pelo jornal O Globo e pelo portal da Assembleia Legislativa do ES.
Marcelo lamentou as mortes e disse que elas ocorreram em função da reação de criminosos ao trabalho das polícias. Ele citou que a operação buscava cumprir mandados judiciais contra cerca de 100 suspeitos e resultou em 81 presos e 64 mortos, entre eles dois policiais civis e dois militares, além da apreensão de drogas e mais de 100 fuzis. “Bom seria que os policiais pudessem cumprir as decisões judiciais sem mortes, mas foram recebidos pelos bandidos até com maior poder de fogo do que a polícia. Usaram até drones para atirar bombas nos agentes públicos, coisas que a gente só viu na guerra da Ucrânia”, declarou.
O deputado justificou a operação, afirmando que o crime organizado age com violência e que a polícia precisa reagir para proteger a sociedade. “Isso somente aconteceu porque os bandidos atiraram contra policiais e, se atiram contra policiais, atiram contra o Estado, que está ali para defender a sociedade”, disse.
Marcelo também afirmou que grupos criminosos exercem controle paralelo no Rio de Janeiro. “O Comando Vermelho é quem dita as regras nessas comunidades, detém a energia elétrica, a distribuição de tevê e de gás, que mata, que vende drogas, que alicia menores para o tráfico e para matar. O Comando Vermelho é poder paralelo no Rio de Janeiro e no Brasil”, discursou.
Ao defender que o Espírito Santo adote medidas preventivas, o presidente da Ales voltou a sugerir o fechamento das divisas. “Se a polícia se acovardar, as facções vão agir. E, podemos esperar, eles vão vir para cá, como muitos já estão por aí, entre nós. Temos que nos preparar para fechar as divisas. Dentre os mortos no Rio de Janeiro havia bandido do Espírito Santo. O nosso Estado tem que defender a população”, afirmou.
Ele ainda criticou o Congresso Nacional por, segundo ele, agir apenas após a escalada da violência. “Agora, depois dessas dezenas de mortes, vão aparecer para aprovar leis, mas passaram quatro, oito anos lá e não fizeram nada”, declarou. Marcelo também lamentou o que vê como disputa política entre governos. “Enquanto os governos do Estado e federal ficam nessa disputa, as facções assumem tudo”, disse.
Foto: Ales
 
											 
											



