O Espírito Santo registrou um avanço médico importante neste mês de novembro com a realização da primeira cirurgia de osteointegração no estado, feita no Hospital Meridional Cariacica. A técnica, considerada uma das mais inovadoras na área de próteses para amputados, oferece maior conforto, mobilidade e qualidade de vida para pacientes que encontram dificuldade no uso de próteses tradicionais.
O procedimento foi realizado em um paciente de 40 anos, que teve a perna esquerda amputada após um atropelamento. Em razão de complicações de pele, ele não conseguia se adaptar ao encaixe convencional da prótese, o que o tornou candidato indicado para a osteointegração.
A técnica consiste na fixação direta da prótese ao osso, eliminando a necessidade de soquetes e permitindo uma integração mais eficiente entre o dispositivo e o corpo. A abordagem reduz dores, feridas e desconfortos comuns nas próteses tradicionais, além de proporcionar maior estabilidade nos movimentos.
O ortopedista Diego Faria, responsável pela cirurgia, destaca que o método representa um avanço significativo na reabilitação dos amputados.
“O paciente vai encaixar a prótese na endoprótese. Desse modo, a carga será feita diretamente no osso e não nas partes moles, o que diminui problemas de pele como feridas, lesões cutâneas, atrito, assaduras e dores crônicas”, explica.
A cirurgia tem duração média de duas horas e meia, e o período completo de integração da prótese ao membro é de aproximadamente seis semanas.
“É de fato uma evolução para o tratamento dos amputados, pois a técnica respeita a biomecânica funcional do membro. A osteointegração vem trazer biomecânica e marcha funcional para o paciente próxima ao anatômico. A prótese é removível e de fácil colocação”, afirma o médico.
No Brasil, o procedimento ainda é realizado de forma restrita e é mais difundido nos Estados Unidos, o que coloca o Espírito Santo entre os estados pioneiros na adoção da técnica.
