O futebol capixaba vive um momento decisivo. A crescente profissionalização dos clubes, com a criação de clubes-empresa e Sociedades Anônimas do Futebol (SADs), representa um avanço, mas é apenas o início de um caminho mais longo e estratégico. Para além das transformações jurídicas e estruturais, é essencial compreender que o crescimento verdadeiro virá com uma abordagem moderna de marketing, branding e gestão integrada, alinhada com os modelos de sucesso do futebol europeu e norte-americano.
Experiências internacionais mostram que o futebol atual exige mais do que bons jogadores ou centros de treinamento. Torcedores de hoje se conectam a marcas, histórias, causas e experiências. Clubes como Manchester City, PSG, ou mesmo franquias da MLS nos EUA, entenderam que o futebol também é entretenimento, identidade e engajamento. Nos Estados Unidos, equipes antes irrelevantes ganharam relevância e público com um trabalho profissional de branding, criando novos adeptos com base em narrativas envolventes, designs modernos, campanhas emocionantes e ações sociais.
No Espírito Santo, essa virada de chave pode ser inspirada na própria vocação do estado: um polo de excelência no comércio exterior. Assim como o Espírito Santo conecta o Brasil ao mundo por meio de seus portos e logística, o futebol capixaba pode importar boas práticas e construir pontes com modelos que deram certo fora do país. Para isso, é necessário investir em marketing estratégico, gestão de marca, redes sociais, identidade visual, inovação e, principalmente, mudança de mentalidade.
A profissionalização passa por entender que o clube é uma marca, um produto cultural e econômico, com potencial para gerar receitas, turismo, empregos e orgulho local. Quando o futebol é levado a sério, os benefícios transcendem o campo. Ganha o torcedor, que vive melhores experiências; ganham os empresários, que veem oportunidades comerciais; ganha o estado, com impacto direto no comércio, turismo e na projeção nacional.
A Federação Capixaba de Futebol tem feito um excelente trabalho de estruturação e modernização, mas os clubes precisam cumprir seu papel: fazer o “dever de casa” com ousadia e visão de futuro. Criar conteúdo, valorizar a base, profissionalizar a comunicação e gerar experiências envolventes são estratégias fundamentais para a construção de uma nova era.
O futebol capixaba tem tudo para crescer e ser referência. Basta alinhar talento com estratégia. Que venham mais dias de alegria, sucesso e orgulho para o nosso povo — dentro e fora de campo.
Rodrigo Pimenta é empresário