As comemorações de fim de ano costumam multiplicar os encontros sociais e, com eles, surge a justificativa do “só hoje pode”. O que deveria ser exceção acaba virando rotina, transformando dezembro em um período prolongado de exageros alimentares — com reflexos que vão além das festas.
A endocrinologista Gisele Lorenzoni explica que o principal problema é a continuidade desse comportamento. “Não é a ceia isolada que traz prejuízos, mas a repetição de dias consumindo grandes quantidades de açúcar, gordura, sal e bebidas alcoólicas”, afirma. Segundo ela, essa soma desequilibra o metabolismo, altera a digestão, causa estufamento e prejudica o sono.
Ela também chama atenção para a prática comum de ficar longas horas sem comer para “compensar” o evento noturno. “Quem chega ao fim do dia com muita fome tende a exagerar, o que aumenta o risco de compulsão e sobrecarga digestiva”, explica. Além disso, essa estratégia favorece variações bruscas da glicemia e pode provocar irritabilidade e mal-estar.
Para minimizar os impactos, a especialista recomenda manter refeições leves e equilibradas antes das celebrações, apostar em alimentos ricos em fibras e beber bastante água. “Equilíbrio não significa abrir mão dos momentos especiais, mas fazer escolhas que não transformem o mês inteiro em um desafio para o organismo”, orienta.
Gisele reforça que o corpo responde aos excessos, mesmo quando eles parecem inofensivos. “O organismo não entende a justificativa do ‘é só hoje’. Ele reage ao excesso. Por isso, pequenas escolhas ao longo do mês fazem muita diferença”, conclui.
