História de superação inspira luta pela inclusão e emociona a todos.
No próximo domingo, Dia das Mães, celebramos o amor que transforma e fortalece. E poucas histórias traduzem tão bem esse poder quanto a de Paulla Nascimento Martins, conhecida carinhosamente como Paulinha. Aos 23 anos, ela é mãe dos gêmeos Isaac e Noah, que nasceram no ano passado, coroando uma trajetória marcada por coragem, superação e, acima de tudo, muito amor.
Paulinha tem paralisia cerebral e sempre ouviu que a maternidade não seria possível para ela. Mas, determinada a realizar seu sonho, buscou apoio médico e descobriu que sim, era possível.
“Eu achava que, por ter deficiência, nunca poderia engravidar. Quando descobri que havia duas vidas dentro de mim, foi bênção em dobro”, relembra emocionada.
Desafios superados com amor
A gestação não foi fácil. Paulinha enfrentou eclâmpsia e, após o nascimento dos filhos, precisou lidar com as dificuldades que surgem em uma sociedade ainda pouco preparada para acolher a diversidade. Mas, ao lado do marido Samuel Martins do Nascimento, que tem autismo e deficiência intelectual, ela vive uma experiência única e transformadora.
Desde o casamento, o casal tem quebrado barreiras e mostrado que o lugar da pessoa com deficiência é onde ela quiser estar — inclusive no papel desafiador e potente de serem pais.
“Estou combatendo o capacitismo todos os dias. A maternidade me ressignificou. Aprendo a cada instante com meus filhos e quero ensiná-los a serem íntegros e livres para ser quem quiserem”, afirma Paulinha.
Um exemplo de inclusão
Paulinha não leva essa luta apenas para o ambiente familiar. Atuante no movimento pelos direitos das pessoas com deficiência, já foi autodefensora da Federação das Apaes do Espírito Santo (Feapaes-ES) e hoje representa a Federação Nacional das Apaes, dando voz a quem enfrenta desafios semelhantes.
Para a Feapaes-ES, a trajetória de Paulinha é uma poderosa mensagem de inclusão e esperança.
“No Dia das Mães e todos os dias, que a história da Paulinha nos lembre que o amor não conhece limites. A luta por inclusão é urgente e essencial para que mais histórias como essa floresçam, livres de preconceitos e cheias de dignidade”, destaca Vanderson Gaburo, diretor social da Feapaes-ES.
Para outras mães atípicas, Paulinha deixa uma mensagem de força:
“Acredite no seu filho, acredite em você. Nós somos capazes, nossos filhos podem vencer, e juntos vamos derrotar o capacitismo com amor. A deficiência não nos define.”
Sobre a Feapaes-ES
A Federação das Apaes do Espírito Santo (Feapaes-ES) atua desde 1992 no fortalecimento das Apaes no estado. Composta por 42 instituições, sendo 40 Apaes, a Vitória Down e a Associação dos Amigos dos Autistas do Estado do Espírito Santo (Amaes), promove a garantia de direitos e a inclusão social.
A Feapaes-ES também se dedica à capacitação de profissionais e à articulação de políticas de assistência social, saúde e educação. Criada em 1965, a rede de Apaes no Espírito Santo atende mais de 10 mil pessoas com deficiência intelectual e múltipla, empregando diretamente e indiretamente cerca de 2.500 profissionais.