A redação do Enem segue como um dos maiores desafios para os candidatos — e também uma das melhores oportunidades para elevar a nota final. Em 2025, quem mira cursos como Medicina, Direito ou Engenharia precisa dominar não só a escrita, mas também a argumentação e a proposta de intervenção, critérios decisivos na correção.
Segundo a professora Mili Maquarte Gumes, especialista em redação do Instituto Ponte, o segredo não é tentar adivinhar o tema, mas estudar por eixos temáticos.
“Não é aconselhável organizar o estudo focado apenas em temas. O ideal é que o vestibulando se prepare de forma holística, estudando a partir de grandes eixos. Assim, ele estará pronto para qualquer proposta”, orienta.
Entre os assuntos que merecem atenção, Mili destaca leis e debates recentes, como o licenciamento ambiental, o cadastro de animais domésticos, a proibição do uso de celulares nas escolas e o monitoramento de agressores de mulheres.
“Revisar o que foi destaque no primeiro semestre do ano é sempre uma boa estratégia”, acrescenta
“Revisar o que foi destaque no primeiro semestre do ano é sempre uma boa estratégia”, acrescenta
Como se preparar para a redação do Enem
Para Mili, o primeiro passo é compreender que a redação exige técnica e repertório.
“A técnica de argumentação pede que o estudante articule seus argumentos a um repertório e apresente comprovação. É isso que dá consistência ao texto”, explica.
Ela recomenda o uso de pensadores brasileiros contemporâneos, que trazem originalidade ao texto. “Conceitos como o Princípio da Responsabilidade, de Hans Jonas, e a ideia de Subcidadania, de Jessé Souza, podem ser aplicados em diversos temas e demonstram domínio sociocultural produtivo.”
Para uma boa pontuação, a docente orienta que o aluno apresente três repertórios bem aplicados, exercite o pensamento crítico e mantenha postura analítica ao longo do texto.
Erros que derrubam a nota
Entre os deslizes mais graves estão fugir do tema, copiar os textos motivadores, usar repertórios decorados ou criar uma proposta de intervenção desconectada da argumentação.
A professora também desmente dois mitos comuns entre candidatos:
“Um mito antigo é achar que usar linguagem rebuscada com expressões latinas aumenta a nota. Um mito atual — espalhado por alarmistas digitais — é que não se deve usar operadores argumentativos no tópico frasal. Isso é completamente equivocado”, reforça.
Treino, leitura e tempo: o trio essencial
A rotina ideal, segundo Mili, inclui escrever uma redação por semana, reescrever após a correção e manter um caderno de erros. “Esse acompanhamento ajuda o aluno a dominar a língua e evoluir de forma autônoma.”
Ela ainda recomenda a leitura de editoriais e artigos de opinião, que ampliam o vocabulário e aprimoram a capacidade de argumentação. E até a escolha da caneta pode influenciar o resultado:
“Usar uma caneta 0,7 ajuda na legibilidade — e a ilegibilidade pode zerar a redação”, alerta.
Para o tempo da prova, a professora sugere: 20 minutos para leitura e planejamento, 40 minutos para o rascunho e o restante para revisão. “O estudante deve se distanciar do próprio texto para revisá-lo com olhar crítico”, conclui.
Educação transformadora
Com 11 anos de atuação, o Instituto Ponte é referência nacional em educação de excelência e oportunidades para jovens talentos em situação de vulnerabilidade social. A instituição atende 466 alunos de 19 estados brasileiros, oferecendo bolsas de estudo, acompanhamento pedagógico e emocional.
“Ver nossos alunos conquistando notas altas na redação e alcançando cursos como Medicina é a prova de que a educação transforma vidas”, afirma Mili, que acompanha o desempenho de 195 estudantes do ensino médio e cursinhos que farão o Enem neste ano.
