Um estudo recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou o alerta sobre o consumo de carnes processadas, ainda muito presentes na alimentação dos brasileiros, em parte pelo baixo custo.
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), braço da OMS, classificou alimentos como bacon, presunto, salame, salsicha e linguiça no Grupo 1, categoria que reúne substâncias comprovadamente cancerígenas. Nesse mesmo grupo estão tabaco, álcool e amianto.
A oncologista Virgínia Altoé Sessa, do Hospital Santa Rita, explica:
Já existem diversos estudos científicos que evidenciam o risco do consumo dessas comidas, principalmente para o câncer colorretal, especialmente quando o consumo é frequente e em grandes quantidades”
Apesar de dividirem a mesma classificação, a médica esclarece que o risco não é idêntico:
“A inclusão desses alimentos no mesmo grupo do cigarro não significa que os níveis de risco sejam equivalentes. O tabagismo apresenta um perigo ainda maior e continua sendo o principal fator de risco evitável para o câncer”.
De acordo com a Iarc, a ingestão diária de 50 gramas de carne processada — o equivalente a duas fatias de bacon — aumenta em cerca de 18% o risco de desenvolver câncer colorretal. O consumo também pode estar associado a outros tipos de câncer, como os de estômago, próstata e pulmão.
Para a oncologista, a melhor estratégia é buscar equilíbrio:
“A moderação é essencial. Ainda que haja consumo de carnes processadas, o ideal é evitar o excesso e substituí-las aos poucos por alimentos mais saudáveis, como carnes brancas, legumes e oleaginosas. Isso, aliado à prática regular de atividade física e ao afastamento do cigarro, ajuda a reduzir o risco de doenças”.