Apesar de ser a segunda principal causa de morte entre crianças e adolescentes no Brasil, o câncer infantil ainda é pouco conhecido por grande parte da população. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que a doença representa entre 3% e 5% de todos os casos de câncer no país a cada ano. No entanto, quando diagnosticado precocemente e tratado com recursos modernos, oito em cada dez pacientes podem ser curados.
A oncologista pediátrica Jossana Santana, do Hospital Vitória Apart, ressalta a importância da atenção dos pais e responsáveis diante de sinais que podem indicar a presença da doença. “Febre prolongada sem causa aparente, palidez, manchas roxas pelo corpo, caroços, perda de peso, dores ósseas e dores de cabeça acompanhadas de vômitos são sinais de alerta e devem ser investigados o quanto antes”, alerta.
Diferença entre câncer infantil e adulto
Ao contrário dos tumores em adultos, que geralmente estão relacionados ao estilo de vida, o câncer em crianças tem origem genética. “As mutações costumam surgir ainda nas células embrionárias. Por isso, não há formas conhecidas de prevenção, mas sim estratégias que aumentam as chances de cura: diagnóstico precoce, acesso a tecnologias modernas e tratamento adequado”, explica a médica.
Leucemias e linfomas são os mais frequentes
Os tipos de câncer mais comuns na infância são as leucemias e os linfomas, seguidos pelos tumores do sistema nervoso central, como meduloblastomas e gliomas. Também são registrados tumores abdominais, como neuroblastomas e tumor de Wilms, além de retinoblastoma, sarcomas e tumores ósseos.
A faixa etária mais acometida varia conforme o tipo de câncer. “O retinoblastoma, por exemplo, é mais comum em crianças menores de cinco anos, enquanto os tumores ósseos tendem a afetar adolescentes”, explica Jossana Santana.
Acompanhamento constante
Após o diagnóstico, o acompanhamento médico regular se torna essencial. “Nos primeiros anos após o tratamento, o risco de recidiva é maior. Por isso, as consultas devem ser frequentes e incluir exames específicos para cada caso. Pacientes com leucemia, por exemplo, retornam mensalmente e sempre apresentam um hemograma atualizado”, destaca a especialista.
Informação que salva
Durante o Setembro Dourado, mês dedicado à conscientização sobre o câncer infantojuvenil, a médica reforça que a informação é o maior aliado no combate à doença. “Reconhecer os sinais e buscar ajuda médica imediatamente pode salvar vidas. O diagnóstico precoce é a nossa principal arma”, conclui Jossana Santana.
