Presbiopia é comum, mas sintomas podem esconder problemas mais graves; especialista do Hospital de Olhos de Vitória alerta para exames regulares
No próximo dia 9 de outubro é celebrado o Dia Mundial da Visão, data que chama atenção para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce das doenças oculares. A partir dos 40 anos, quase todas as pessoas começam a perceber dificuldade para enxergar de perto. A condição, conhecida como presbiopia ou “vista cansada”, é um processo natural do envelhecimento, mas pode ser confundida com problemas mais sérios.
“É muito comum que pacientes atribuam qualquer dificuldade visual à presbiopia, mas sintomas semelhantes podem indicar doenças como glaucoma, catarata e degeneração macular. Por isso, é fundamental investigar”, explica o oftalmologista César Ronaldo Filho, do Hospital de Olhos de Vitória.
O que é a presbiopia
A presbiopia ocorre porque o cristalino — a lente natural do olho — perde flexibilidade ao longo dos anos, dificultando o foco para leitura e outras atividades de perto. O problema pode ser corrigido com óculos, lentes de contato ou cirurgias específicas.
“No entanto, por mais comum que seja, a presbiopia não deve ser confundida com outras alterações que também aparecem nessa fase da vida e que podem evoluir silenciosamente para a perda de visão”, alerta o médico.
Doenças que podem ser confundidas
Além da presbiopia, doenças como glaucoma, catarata e degeneração macular relacionada à idade (DMRI) costumam surgir após os 40 anos e apresentam sintomas semelhantes — visão turva, dificuldade de leitura e alteração na percepção de cores e contrastes.
O especialista lembra que algumas doenças oculares não apresentam sintomas no início e só são descobertas em exames de rotina. “Esse é mais um motivo para não esperar sentir algo errado para procurar ajuda. Muitas vezes, quando os sintomas aparecem, o dano já é irreversível”, reforça César Ronaldo Filho.
Exames de rotina são essenciais
A recomendação é que pessoas com mais de 40 anos incluam a consulta oftalmológica anual na rotina, mesmo que não sintam alterações na visão. Os exames são rápidos e permitem identificar precocemente doenças que podem ser tratadas com sucesso.
“Envelhecer com saúde ocular é possível, mas exige cuidado. O ideal é não esperar pela dificuldade de leitura ou pela visão borrada. A prevenção ainda é o melhor tratamento”, conclui o oftalmologista.
Cinco sinais de alerta na visão após os 40 anos
Segundo o oftalmologista César Ronaldo Filho, esses sintomas merecem atenção:
Dificuldade para leitura de perto — pode ser presbiopia, mas também sinal de outras doenças oculares.
Visão turva ou embaçada — sintoma comum de catarata ou alterações da córnea.
Perda gradual da visão lateral — pode indicar glaucoma, doença silenciosa e irreversível.
Distorção ou manchas na visão central — sinal de degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
Sensibilidade excessiva à luz ou dificuldade para dirigir à noite — pode estar ligada a alterações da retina ou do cristalino.
A recomendação é realizar consultas anuais a partir dos 40 anos, mesmo sem sintomas aparentes. “O exame de rotina permite identificar precocemente doenças que, se não tratadas, podem levar à perda irreversível da visão”, reforça o médico.
