Às vésperas de completar 474 anos, no dia 8 de setembro, a cidade de Vitória é celebrada não apenas por sua história oficial, mas também pelas memórias de quem cresceu junto com ela. Moradoras da capital compartilharam lembranças afetivas e testemunhos sobre as transformações que marcaram suas vidas e os bairros onde vivem.
A aposentada Maria Schirley Bastos, de 67 anos, lembra da época em que se mudou para Jardim Camburi, nos anos 1990, quando o bairro ainda tinha ruas de terra e pouca infraestrutura. “Quando chovia, ia de chinelo até o ponto e levava outro sapato limpo para trabalhar. Depois, tudo foi mudando: vieram os prédios, os comércios, o shopping. Foi bonito ver esse crescimento.”
Já a esteticista Maria José Cunha, de 61 anos, chegou a Vitória vinda de Minas, há 32 anos, e escolheu também Jardim Camburi como lar. “Cheguei grávida de três meses. Criei meus três filhos aqui. O bairro era tranquilo, com prédios baixos e a Praia de Camburi era o lazer das famílias. Hoje tudo está mais vivo, cheio de opções, com ciclovias, parques e espaços de convivência. Vitória é a melhor cidade para se viver.”
A professora aposentada Maria da Penha Gonzaga, de 71 anos, nasceu e cresceu em Vitória. Viveu a infância no Parque Moscoso, morou no Morro do Quadro e diz que sua história está toda ligada à capital. “Foram mais de 30 anos dedicados à educação. Casei, criei meus filhos e nunca encontrei outro lugar como aqui. Vitória tem um calor que é só dela.”
Já a enfermeira Maria do Carmo de Souza, de 66 anos, lembra da realidade difícil que enfrentou em São Pedro, quando ainda havia muitas palafitas sobre o mangue. “Fazia visitas domiciliares e vi a transformação do bairro de perto. Em Jardim Camburi, onde também morei, era tudo terra. Hoje tem ciclovia, ruas asfaltadas, estrutura. Vitória está incentivando o uso da bicicleta, isso traz qualidade de vida.”
Entre ruas de barro que viraram avenidas, bairros que floresceram e espaços públicos que ganharam vida, as histórias dessas mulheres revelam uma cidade construída com afeto e pertencimento.
No aniversário de 474 anos, Vitória celebra as memórias de quem a viu crescer — e de quem nunca deixou de chamá-la de casa.
Fotos: PMV