Vitória reforça orientações sobre como buscar ajuda em casos de violência contra a mulher

Mesmo com a persistência da violência de gênero no Brasil, a capital capixaba apresenta um cenário oposto: em 2025, Vitória não registrou nenhum caso de feminicídio. No ano anterior, a cidade já havia tido uma queda de 67% nesse tipo de crime, segundo dados do Observatório de Segurança Pública.

O número positivo, porém, não elimina os riscos. A comandante da Guarda Civil Municipal de Vitória (GCMV), Dayse Barbosa, alerta que os sinais de violência geralmente começam muito antes da agressão física. “O silêncio, o controle, as ameaças e até a violência patrimonial fazem parte de um ciclo que precisa ser interrompido com informação, apoio e proteção”, afirma.

A comandante da Guarda de Vitória, Dayse Barbosa, ressaltou: “A capacitação constante dos agentes é fundamental para o enfrentamento à violência de gênero

Reconhecer os sinais é o primeiro passo

A GCMV atua no enfrentamento à violência contra a mulher por meio de patrulhamento preventivo, uso de tecnologia e ações educativas. Entre os recursos utilizados está o Botão Maria da Penha, dispositivo que permite acionar a Guarda em situações de risco.

“A violência contra a mulher vai muito além da agressão física. Ela pode ser psicológica, moral, sexual ou patrimonial. Muitas vezes, o agressor tenta isolar a vítima, controlar sua vida e enfraquecer sua autoestima. É preciso identificar esses sinais e buscar ajuda o quanto antes”, reforça Dayse.

Ela também chama atenção para a importância da rede de apoio. “Não podemos colocar na conta da mulher toda a responsabilidade por se salvar. Isso vai além. Precisamos prestar atenção nas mulheres ao nosso redor, nos sinais. Ligar para o 190, levá-la ao Cramsv, acolher. Precisamos que todos ajudem a proteger as mulheres”, disse.

Como buscar ajuda

Se você é vítima ou conhece alguém em situação de violência doméstica, veja o que fazer:

Ligue 190 em caso de emergência. Acione imediatamente a polícia.

Procure um local seguro, afastando-se do agressor.

Registre boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher ou na delegacia mais próxima.

Solicite medidas protetivas. O juiz pode determinar o afastamento do agressor e outras ações.

Utilize os recursos da rede de proteção: em Vitória, estão disponíveis o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cramsv) e o Botão Maria da Penha, conectado à Guarda Municipal.

Guarde provas da violência, como mensagens, fotos, áudios e exames médicos.

Não enfrente sozinha. Conte com pessoas de confiança e os serviços públicos.

Botão Maria da Penha: resposta rápida

O Botão Maria da Penha é disponibilizado para mulheres com medidas protetivas de urgência. Quando acionado, o dispositivo envia a localização da vítima em tempo real à Central de Monitoramento da Guarda, que imediatamente envia uma equipe ao local.

“O Botão do Pânico é mais que tecnologia, é uma garantia de resposta rápida. Nenhuma mulher está sozinha em Vitória. Nossa missão é proteger, apoiar e garantir que a vítima seja ouvida e amparada”, reforça a comandante.

Efetivo treinado

Todos os 421 agentes da Guarda Municipal de Vitória receberam treinamento específico em “Atendimento de vulneráveis” e “Atendimento à Mulher em Situação de Violência”. Os cursos integram a grade do Estágio de Qualificação Profissional (EQP) de 2025.

“A proximidade do nosso efetivo com a comunidade tem se mostrado essencial para identificar situações de risco e agir de forma preventiva. Nossas equipes estão preparadas e capacitadas não apenas para intervir em ocorrências, mas também para acolher as vítimas com respeito e orientar sobre os caminhos de proteção disponíveis”, destaca Dayse.

Casa Rosa: cuidado integral

Desde 2021, Vitória conta com a Casa Rosa, um centro especializado em saúde para mulheres vítimas de violência ou em situação de vulnerabilidade social.

O espaço já realizou cerca de 16 mil atendimentos com uma equipe multidisciplinar formada por médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeira e técnico de enfermagem. O acolhimento inclui escuta qualificada, avaliação de risco, atendimento médico e psicossocial e análise das condições gerais de saúde.

A Casa Rosa funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Rua Hermes Curry Carneiro, nº 360, Ilha de Santa Maria. Os agendamentos podem ser feitos pelo telefone (27) 3332-3290, por e-mail (casarosa@vitoria.es.gov.br) ou presencialmente.

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Diretor de conteúdo – Eduardo Caliman

Jornalista formado pela Ufes (1995), com Master em Jornalismo para Editores pelo CEU/Universidade de Navarra – Espanha. Iniciou a carreira em A Tribuna e depois atuou por 21 anos em A Gazeta, como repórter, editor de Política, coordenador de Reportagens Especiais e editor-executivo. Foi também presidente do Diário Oficial, subsecretário de Comunicação do ES e, de 2018 a 2024, coordenador de comunicação institucional no sistema OAB-ES/CAAES.

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