O curso de Design de Moda da FAESA, em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (TRT-ES), lançou o projeto “Vestindo Histórias: Moda, Etarismo e Empoderamento”, voltado para mulheres com mais de 60 anos. A iniciativa visa refletir sobre envelhecimento, autoestima, moda e etarismo, oferecendo oficinas criativas, rodas de conversa e um desfile com peças autorais, previsto para outubro. O projeto contará com 10 encontros, nos quais as participantes irão costurar e criar suas próprias peças, que depois desfilarão em evento especial. O pontapé inicial aconteceu na última sexta-feira (15), com rodas de conversa e dinâmicas em grupo, abordando moda como linguagem cultural, identidade e estilo pessoal. Entre as participantes está Creuza Maria Santana, 66 anos, da Serra, incentivada pelo professor de hidroginástica. “Quando recebi o convite, fiquei feliz da vida. Todos nos receberam com muito carinho aqui”, afirmou. A aposentada Maria da Glória Dalpiero, 76 anos, de Vitória, também compartilhou suas expectativas: “Espero que esta oficina seja uma experiência gratificante e maravilhosa”. Para o coordenador do curso de Design de Moda, André Lima, o projeto busca valorizar e acolher pessoas idosas. “O projeto foi aberto à comunidade, e a participação foi notável. Recebemos mais de 60 inscrições de candidatas idosas, das quais 30 foram selecionadas. A iniciativa visa criar uma ampla rede de apoio, promovendo escuta e acolhimento mútuos”, explicou. O professor Josué Vasconcelos, que coordena o projeto junto com André, destacou a importância do envolvimento das mulheres. “Ver todas essas participantes tão engajadas representa a realização de um grande sonho”, disse. O evento de abertura contou com a presença dos juízes do TRT-17 Rosaly Stange Azevedo, gestora do projeto, Fábio Eduardo Bonisson Paixão, do Subcomitê Gestor Regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade, e Roberto Almada, do Subcomitê de Atenção às Pessoas Idosas. Estudantes e egressas do curso de Design de Moda, que atuarão como voluntárias, também marcaram presença. “O projeto foi aprovado em um comitê de tribunais de todo o Brasil e selecionado para ser desenvolvido junto à FAESA. É uma iniciativa maravilhosa e convido todos a conhecer e prestigiar”, afirmou o juiz Fábio Eduardo Bonisson Paixão. A juíza Rosaly Stange Azevedo destacou a parceria com a FAESA: “No dia 23 de outubro realizaremos um evento no auditório do TRT, com desfile e palestras sobre os temas trabalhados ao longo das aulas. Será um projeto histórico para o Tribunal e para a FAESA”. O juiz Roberto Almada ressaltou o impacto da iniciativa: “É um projeto que cria diálogo direto com a comunidade e será uma grande oportunidade de aprendizado para todos”.

Em 2005, Roseli Schwartz deixou Vila Velha com um plano simples: passar um ou dois anos na Itália, juntar dinheiro e realizar um sonho antigo — dar uma casa para a mãe. Vinte anos depois, a capixaba retorna ao Brasil como uma chef reconhecida em Roma, onde cozinha para jogadores da elite do futebol e leva o sabor da culinária capixaba para a Europa, colecionando histórias que envolvem panelas de barro, feijoadas em jantares de gala e elogios de craques como Alisson Becker, Juan Santos e Francesco Totti. Para aproveitar sua curta temporada no Estado, Roseli realizará uma roda de conversa no dia 25 de agosto, a partir das 18h30, no Restaurante Cantina D’Itália, em Vitória. O convite partiu dos proprietários Eric Vannucci e Sergio Aguiar, com quem a chef trabalhou nos anos 1990 no restaurante Canto da Roça, na Praia do Canto. Durante o evento, voltado para convidados, Roseli compartilhará detalhes de sua trajetória profissional e preparará um menu exclusivo inspirado na culinária capixaba, mostrando como conquistou a Itália com “a moqueca e a coragem”. “Eu não vim para a Itália para ficar. Vim para viver uma experiência, sabe? Mas a vida tem seus próprios caminhos. E quando vi, estava cozinhando para embaixadores, organizando festas com 120 pessoas e, sem perceber, me tornando chef”, conta Roseli. O começo de tudo Natural de Vitória, Roseli é filha e neta de mulheres que cozinharam por amor e por necessidade. Apesar de ter crescido entre panelas e histórias, nunca havia pensado na cozinha como profissão. Ao chegar à Itália, começou trabalhando como babá para uma família brasileira — e foi aí que o acaso, ou talvez o destino, entrou em ação. Ela conheceu Roberto Mascarenas, diplomata recém-chegado a Roma, que logo se tornou amigo e anfitrião de pequenos encontros com outros brasileiros. Nos fins de semana, Roseli cozinhava por diversão na casa dele. “Ele sempre dizia: ‘Rose, você tem um dom’. Até que um dia me convidou para preparar o jantar de Natal com a presença do embaixador e da embaixatriz. Foi ali que tudo mudou”, revela. A moqueca que abriu portas Levando suas panelas de barro do Espírito Santo, Roseli apresentou aos italianos sua receita mais simbólica: a moqueca capixaba. O prato, que representava suas raízes e orgulho, encantou os convidados e abriu portas para sua carreira. Um dos momentos marcantes foi o teste para trabalhar na casa do jogador Juan Santos, do Flamengo e da Seleção Brasileira. Roseli enviou três sugestões de cardápio: comida mineira, fettuccine ao tartufo e moqueca. O escolhido foi a moqueca, e, ao servir o prato, ouviu da esposa de Juan, Monick de Morais: “O trabalho é seu”. A partir daí, Roseli iniciou sua trajetória como chef de família. Dos gramados ao fogão A partir desse trabalho, Roseli passou a cozinhar para outros jogadores brasileiros em Roma, como Leandro Castán, Marquinhos, Rafael Tolói e Alisson Becker. Entre os atletas internacionais que apreciaram sua culinária estão Doni, Fábio Simplício, Francesco Totti e Daniel Osvaldo. O Instagram da chef reúne registros desses encontros, mostrando sua trajetória entre atletas, amigos e familiares. Mais do que cozinheira, Roseli se tornou uma espécie de “embaixadora afetiva” do Brasil. Entre tantas histórias, destaca-se o jantar de 30 anos de Juan Santos, organizado por ela para mais de 120 convidados — incluindo todo o time da Roma. “Teve feijoada, picanha assada, frutas brasileiras, tudo feito por mim, sozinha. Quando vi o Totti elogiando minha carne, fiquei sem palavras”, emociona-se. Mantendo a essência capixaba Ao longo de duas décadas na Itália, Roseli estudou alta gastronomia, especializou-se em cozinha gourmet italiana e criou versões sofisticadas dos pratos brasileiros. Trabalhou com chefs italianos renomados, como Asterio Fecchi, da Úmbria, e Daniele Usai, do Ristorante Il Tino, em Roma. Apesar das adaptações, a chef mantém o tempero e a alma do Espírito Santo em seus pratos. “Adaptei algumas receitas ao paladar italiano, mas a essência, o sentimento que cada prato carrega, isso eu nunca mudo”, garante. A moqueca, a torta capixaba, o feijão bem temperado e a picanha assada continuam sendo a assinatura da chef: “Cada prato que sirvo tem uma pitada do meu estado, da minha história, da minha raiz”, define. A volta com gosto de missão cumprida Agora de volta ao Brasil, Roseli planeja eventos especiais e reencontros gastronômicos. Antes de chegar a Vitória, cozinhará em dois eventos no Rio de Janeiro: um para um grupo de empresários e outro, a convite de Juan Santos e Monick de Morais, para amigos do casal. Em Vitória, na Cantina D’Itália, contará suas histórias e experiências, incluindo encontros com Alisson Becker, que declarou estar feliz em Roma também graças à chef: “Ela não deixava faltar o arroz com feijão de todo dia”. “Saber que meu trabalho faz diferença na vida das pessoas é o maior reconhecimento que eu poderia ter. Me tornei mais do que uma chef — virei uma referência de casa, de afeto, de Brasil. E isso me enche de orgulho”, revela Roseli. Craques que aprovaram a gastronomia de Roseli Schwartz Doni, Júlio Sérgio, Daniel Fuzato, Alisson Becker, Juan Santos, Juan Jesus, Marquinho, Marquinhos, Leandro Castan, Rafael Tolói, Maicon, Jonatan Lucca, Rodrigo Taddei, Fábio Simplício, Emerson Palmieri, Dodô Pires, Francesco Totti, Daniel Osvaldo, Roger Ibanez. A galeria de fotos da chef: Siga Roseli Schwartz: Instagram: @roselischwartz | @coxinhabona