Inicialmente, a título de definição, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) é um benefício regulamentado pela Lei nº 10.101/2000 e por convenção coletiva de trabalho, que permite às empresas dividir com seus empregados uma parte do lucro ou dos resultados alcançados, sendo um complemento que integra a remuneração do trabalhador e possui caráter de liquidez. No entanto, a realidade prática de tal bonificação mostra que seus beneficiários vêm sofrendo descontos indevidos ao lidar com o imposto de renda. O imposto de renda, por si só, possui institucionalização na Constituição Federal de 1988, em seu art. 153, III, mas fora no art. 43 do Código Tributário Nacional que nasceu a ideia de tributo na aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda (produto do capital e/ou trabalho) ou de proventos de qualquer natureza (acréscimos patrimoniais em geral). É firme na doutrina e na jurisprudência dos Tribunais Superiores que a materialidade do Imposto de Renda está intrinsecamente relacionada à existência de acréscimo patrimonial, aspecto ligado às ideias de renda e de proventos de qualquer natureza, bem como vinculado ao princípio da capacidade contributiva. Dessa forma, torna-se nítido que o benefício pago aos empregados a título de PLR não deve ser interpretado como verba remuneratória, pois não se tratam de valores originados exclusivamente de trabalho individual do funcionário, além de não possuir previsibilidade, periodicidade e habitualidade no pagamento, requisitos indispensáveis para a incidência da tributação. Ou seja, a PLR é um pagamento excepcional, não sendo um direito adquirido pelo contrato de trabalho, mas sim uma condição incerta dependente do sucesso empresarial que não necessariamente tem vínculo direto com a contribuição do empregado naquele resultado. Portanto, a PLR possui natureza indenizatória, uma vez que se trata de benefício proveniente da compensação pelo esforço coletivo dos trabalhadores em atingir os resultados da empresa, até mesmo porque sua concessão depende de requisitos negociados entre a empresa e empregadores, não podendo ser considerada uma verba paga em razão de contraprestação direta pelo trabalho realizado. Não se desconhece, por certo, o entendimento consolidado no âmbito do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, que, em reiteradas decisões, tem afirmado a natureza remuneratória da Participação nos Lucros e Resultados para fins de incidência do Imposto de Renda, por entendê-la como acréscimo patrimonial. Contudo, data maxima venia, a insistência em tal premissa acaba por desconsiderar as características essenciais do instituto, que o afastam da noção de renda tributável, conforme delineado no art. 43 do CTN. A natureza eventual, incerta e desvinculada da contraprestação direta pelo trabalho exige uma nova reflexão sobre o tema, a fim de que se faça justiça à verdadeira índole indenizatória da verba. Não bastasse isso, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 581/2019, originário do Senado Federal, que altera a Lei nº 10.101/2000, para dar à participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas o mesmo tratamento fiscal dado à distribuição de lucros ou dividendos aos sócios ou acionistas. Assim, o Projeto de Lei em questão objetiva alterar a legislação vigente para que conste expressamente que a PLR não ficará sujeita à incidência do Imposto de Renda. Tal movimento legislativo, embora não declare a inconstitucionalidade da norma atual, sinaliza um forte reconhecimento, por parte do Poder Legislativo, de que a tributação sobre a PLR é inadequada ou desproporcional, alinhando-se à tese de sua natureza indenizatória. Nessa perspectiva, demonstrando-se a natureza evidentemente indenizatória da PLR, conclui-se que referida verba não está sujeita à incidência do Imposto de Renda, uma vez que não constitui acréscimo patrimonial, fato gerador do tributo, nos termos do art. 43, I, do CTN. E, por não constituir acréscimo patrimonial, não caracteriza renda e provento de qualquer natureza, sendo inconstitucional a incidência do imposto de renda, nos termos do art. 153, III, da Constituição Federal. *Artigo elaborado em conjunto pelo advogado João Batista Dallapiccola Sampaio e pelo Bacharel em Direito Gabriel Augusto de Azevedo Sampaio.
Integridade é ativo essencial para empresas, afirmam especialistas em evento da Globalsys
Secretário de Estado de Controle e Transparência, Edmar Camata, destacou que ética e governança são pilares da competitividade no ambiente corporativo A ética e a integridade deixaram de ser diferenciais e se tornaram ativos estratégicos para a competitividade das empresas. A afirmação é do secretário de Estado de Controle e Transparência, Edmar Camata, que participou de um evento promovido pela Globalsys, em Vila Velha, reunindo líderes e especialistas para discutir governança corporativa e compliance. Durante o encontro, a Globalsys — referência em soluções de tecnologia e gestão — apresentou o novo Manual de Governança e Compliance, documento que consolida princípios éticos e diretrizes de conduta para colaboradores, parceiros e gestores. A iniciativa reforça o compromisso da empresa com práticas responsáveis, sustentáveis e alinhadas à transparência. “O mercado, os investidores e a sociedade cobram das empresas posturas éticas e coerentes. As organizações que incorporam boas práticas de governança e compliance fortalecem sua reputação e se tornam mais competitivas”, afirmou Camata. O CEO da Globalsys, Thiago Molino, destacou que o lançamento do manual representa um marco na trajetória da empresa, que soma 15 anos de atuação no mercado. “Acreditamos que um negócio sólido começa com valores bem definidos. Nossa política de integridade é um reflexo de quem somos e do compromisso que temos com clientes, colaboradores e parceiros. Fortalecer a governança é essencial para garantir perenidade e confiança”, afirmou. Molino ressaltou ainda que a integridade faz parte da estratégia institucional da Globalsys. “A integridade é um eixo estratégico. Queremos inspirar outras empresas a adotarem políticas similares, porque a ética precisa ser um valor compartilhado”, completou. O advogado e sócio da APD, Rodolfo Pandolfi, também elogiou a iniciativa. “O movimento de incorporar mecanismos de compliance demonstra que a empresa entende o valor de prevenir riscos e de alinhar suas práticas aos mais altos padrões de governança. Isso fortalece o ambiente de negócios e traz mais previsibilidade jurídica e confiança ao mercado”, pontuou.
Gustavo Varella – “Contribuições para o debate – o que é prerrogativa”
Rogar tem origem no verbo rogare, e significa suplicar, implorar, pedir com insistência. Como aos seres humanos quase nunca basta verem-se análogos num mesmo direito ou condição, a adição ao verbo em questão do prefixo “pré” serviu, nesse caso, para distinguir, qualificando-as de todo o resto por várias razões, aquelas pessoas às quais são concedidas as primazias de pedirem antes, entrarem antes, sentarem-se nas melhores cadeiras, dentre outras. Se nos tempos antigos essas preferências serviam “quase apenas” para rotular e diferenciar quem mandava daqueles aos quais só cabia obedecer, nas sociedades modernas essas prerrogativas são, “quase sempre”, instrumento ou condição reconhecidas a determinadas classes ou pessoas que desempenham funções especiais, que são responsáveis por tarefas mais complexas ou que as estão cumprindo (ou são capacitadas a fazê-lo) em nome de alguém ou de um grupo maior. A um advogado, por exemplo, bacharel no curso de Direito e inscrito na OAB, são conferidas algumas prerrogativas para o exercício de seu sacerdócio profissional, que não são, como pensam muitos, vantagens ou regalias pessoais, mas garantias necessárias à representação daqueles que lhes confiaram um mandato, pessoas em nada ou menos capacidades de proverem por si próprias as defesas de seus interesses. Dirigir-se em nome do representado às autoridades constituídas, assinar em seu nome documentos tradutores de vontades e de obrigações, ingressar em locais de frequência restrita, debater, divergir e recorrer de decisões e ordens e, em determinadas situações, denunciar abusos e ilegalidades, exigir respeito para consigo e para com seu representado e buscar socorro em instâncias superiores não são superpoderes ostentados por um advogado, mas ferramentas que devem ser utilizadas exclusivamente no cumprimento do propósito que justificou sua outorga, visto que todas as vezes em que mecanismos e condições especiais são abusados ou desvirtuados de suas essências ou limites, dois efeitos, igualmente deletérios, ocorrem: a sua banalização e a piora da situação que se buscava resolver antes do desequilíbrio. Quando essa extrapolação se verifica no exercício de um mandato político, isso se revela ainda mais grave do que num universo restrito à defesa dos interesses de um só cliente, visto que a representação política pressupõe sua obtenção através da soma dos votos unitários de milhares, às vezes milhões de eleitores, fomentando a falsa noção de que é próprio da atividade parlamentar agredir adversários, violar impunemente as leis, atacar instituições, fazer e dizer o que se quer ou o que pensa sem consequências. Ao contrário do que muita gente erradamente entende (e que muitos erradamente afirmam), imunidades penais e civis decorrentes da chamada inviolabilidade de voz e voto servem apenas e tão somente como garantias ao exercício livre dessas representações políticas, mas não abrangem ofensas e outros atos ilícitos praticados contra a imagem e a intimidade de quem quer que seja, independentemente do fato de que quem os cometeu foi um singelo vereador de um pequeno município ou um senador da República: a única diferença entre eles, em casos tais, é o foro por onde tramitará a ação que deverão responder. Assim, tornando ao exemplo acima, se as prerrogativas conferidas a um advogado não dão a ele o direito de desrespeitar regras (inclusive as de urbanidade) nem desacatar nenhuma autoridade, também não pode um parlamentar fazê-lo, na equivocada concepção de que está abrigado pelo mandato. Vale sublinhar, ainda, a diferença enorme que existe entre subir à tribuna e discursar, escrever ou mesmo manifestar publicamente, até com veemência, suas ideias, valores e conceitos acerca de propostas, fatos sociais ou políticas públicas em discussão, e assacar contra a honra de alguém, investido ou não de semelhante mandato, imputando-lhe a autoria de atos ilícitos ou indignidades dos quais apenas desconfia terem ocorrido por tratar-se de um desafeto seu ou de seu grupo, um adversário ideológico ou para fazer-se parecer ao eleitor como alguém destemido e bem informado. Tampouco é dado ao parlamentar o direito de imiscuir-se no funcionamento de órgãos públicos, atalhar processos e procedimentos neles em tramitação, arrostar regras postas ou aqueles incumbidos de seu cumprimento ao argumento de que representa milhares de cidadãos que o elegeram, eis que essa representação, legítima e legalmente constituída, exige rigorosa observância aos limites e atributos traçados e conferidos pelas leis e pela Constituição Federal. Pessoas ignorantes e crianças, as primeiras porque despidas de informações ou preguiçosas em refletir sobre elas, as outras porque ainda carentes de experiência, submetem-se facilmente aos abusos, vontades e caprichos dos que gritam e esperneiam na perspectiva de que exibições de força, por si só, bastam para conferir-lhes autoridade ou relevância, mas a qualquer um dotado de mínima capacidade cognitiva, cônscio de seu papel na sociedade e que não tolera rompantes de fanfarrões desrespeitando a sua inteligência, esse tipo de conduta revela apenas falta de educação e incapacidade de convencerem seus interlocutores da lógica ou da pertinência de seus argumentos. Prerrogativa, longe de representar licença para delinquir em nome próprio ou de algum representado, é uma espécie de escudo que protege seu detentor de abusos de poder ou ilegalidades praticadas exatamente para impedir ou dificultar o exercício pleno das missões e funções que decorrem de um mandato de representação, seja ela judicial, empresarial ou política. Como já salientado, a quantidade de votos recebidos por um parlamentar, sua projeção ou a imponência de seu cargo no cenário nacional não são fatores que abrandam ou evitam o alcance das leis penais sobre suas condutas e os efeitos delas, quando ilícitas e deletérias ao bem comum. Todos nós somos suficientemente experientes para saber que xingamentos e agressões são recursos típicos daqueles(as) aos quais faltam argumentos, fundamentos ou certeza para sustentarem seus pontos de vista, discursos e retórica. Cansamos de presenciar (ou participar de) discussões, mesmo em sede familiar, nas quais alguns de seus protagonistas, quando percebem-se já desacreditados ou em vias de sê-lo, partem para impropérios ou atos de violência que nada mais são senão o sofrido reconhecimento antecipado da derrota argumentativa, a sentida incapacidade de convencimento, colando na testa do seu autor indelével rótulo de estupidez e acrescendo maior contaminação ao ambiente. No calor do embate,
Guilherme Henrique Pereira: “IJSN: sua saga e um cenário de futuro no pensamento capixaba”
Relembrar as contribuições do Instituto Jones, como é carinhosamente referido por toda uma geração de pensadores capixabas, para além de ser um exercício prazeroso, é também uma reflexão necessária — e a celebração dos seus 50 anos, uma oportunidade imperdível. Necessária para o conhecimento da história do planejamento no Espírito Santo. Os diferentes cenários — na economia e na política — ao longo destes 50 anos ofereceram as condicionantes para que o IJSN oscilasse entre um protagonismo ativo e períodos de mera sobrevivência. É também uma reflexão necessária para identificar o que o cenário do Brasil no século XXI — e o do Espírito Santo em particular — cobra de uma organização situada no campo da produção do conhecimento. Entre os historiadores do planejamento no Brasil, há praticamente consenso em situar a década de 1930 como o marco inicial dessa atividade. Do Estado Novo ao final da ditadura — início dos anos 1980 — o chamado planejamento tradicional era uma atividade estruturante das políticas de desenvolvimento e foi decisivo na aceleração do processo de industrialização. O planejamento, pela sua associação com as práticas das economias então ditas socialistas ou de planejamento central, acabou sendo colocado pelos liberais na lista dos grandes entraves que deveriam ser abandonados. E foi isso que aconteceu por aqui nas últimas duas décadas do século passado. No Espírito Santo, o primeiro grupo organizado para realizar estudos sobre a economia e a sociedade capixaba foi instalado na antiga CODES (Companhia de Desenvolvimento do Espírito Santo, depois Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo – BANDES). Todo o planejamento da política de industrialização implantada naquele período teve as digitais desse grupo. No entanto, em poucos anos verificou-se que o arranjo era limitado, por se tratar de um banco. Por outro lado, o avanço da industrialização e o anúncio das obras de grandes projetos no entorno da capital criaram um cenário novo, com demandas mais amplas para o planejamento das prioridades da política local. É nesse contexto que surge a Fundação Jones dos Santos Neves (FJSN). Dentre as diversas linhas de pesquisa abertas nesses primeiros anos de existência, a que mais se destacou foi a de planejamento urbano. A FJSN formou um time altamente produtivo, responsável por pensar intervenções decisivas em várias cidades, principalmente na Grande Vitória. O Estado mais que dobrou sua economia e suas cidades cresceram sem que gargalos significativos atrapalhassem o ritmo da industrialização. Não apenas os projetos e estudos realizados nesse período foram relevantes, mas também a contribuição na formação de recursos humanos: dezenas de técnicos formados na fundação passaram a atuar na administração estadual e em prefeituras, onde muitos permanecem até hoje. Se a prática do planejamento no Brasil imperou nas décadas de 1970 e 1980, podemos dizer que a FJSN foi criada tardiamente e sufocada precocemente. Sua rica trajetória inicial foi sendo limitada sob a alegação de que o governo não dispunha de recursos financeiros para manter uma instituição de pesquisa. Mas a real e mais importante causa foi o ideário liberal, que desacreditou o planejamento. Nas décadas de 1980 e 1990, foram muitos os ataques à organização, transformada em autarquia — sob a denominação de Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) —, numa tentativa de limitar sua autonomia. Houve evasão de técnicos, salários defasados, instalações precárias e tentativas de extinção. Ainda assim, o corpo técnico remanescente manteve a resistência. A virada do século coincidiu com a retomada do prestígio do planejamento em várias partes do mundo, inclusive no Brasil e no Espírito Santo. Apesar de o período administrativo entre 1999 e 2002 ter sido marcado por perturbações políticas e institucionais, o IJSN foi apoiado e voltou a ocupar papel de destaque. Mesmo com recursos limitados, construiu uma nova sede moderna, iniciou novas linhas de pesquisa — entre elas os estudos sobre violência e segurança pública, além do cálculo de indicadores econômicos, como o PIB estadual, os indicadores de comércio exterior e de investimentos, que se tornaram marcas do instituto. Ao longo de sua trajetória, o IJSN também assumiu funções além da sua vocação original de pesquisa, atendendo demandas externas com eficiência. Foi, por algum tempo, operador do FUNCITEC, fundo de ciência e tecnologia; a pedido do BNDES, administrou o Fundo do Vale do Rio Doce, com ações em 45 municípios; e, por solicitação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, estruturou no Espírito Santo o programa de financiamento fundiário em execução à época. O IJSN mais se destacou quando enfrentou o desafio de planejar os investimentos públicos que prepararam o Estado para a industrialização e urbanização aceleradas. Formou profissionais, desenvolveu metodologias e entregou resultados além do esperado. Essa credibilidade lhe trouxe responsabilidades e também o salvou das tentativas de extinção. E agora, ao fechar o primeiro quarto do século XXI, quais são os desafios que o IJSN pode escolher para o futuro? Antes de especular sobre esses desafios, é preciso reconhecer algumas pré-condições. Recursos financeiros não são hoje um problema para o governo estadual. Contudo, a cultura de parte da dirigência local ainda é provinciana — acredita-se que o que vem de fora é sempre melhor. Ainda não se reconheceu plenamente o potencial técnico instalado no Estado, sobretudo neste século. Grandes volumes de recursos são destinados a consultorias externas, quando poderiam fortalecer instituições capixabas com benefícios mais amplos e duradouros. Outra condição essencial é compreender que o desenvolvimento sustentável depende da produção e da absorção do conhecimento — local e global. É preciso valorizar a base capixaba de geração de conhecimento e formar elites dirigentes locais, em constante interação com o mundo. E, por fim, compreender os limites de um modelo econômico centrado na velha manufatura. Embora a economia capixaba ainda dependa fortemente das commodities, o desenvolvimento global é movido por atividades intensivas em conhecimento e alto valor agregado. Superadas essas condições, o IJSN poderá continuar sua saga, agora voltada a contribuir para o planejamento da nova economia capixaba. Para isso, precisará ampliar seu escopo, incorporando pesquisa científica e tecnológica e investindo na formação de recursos humanos em alto nível, capazes de desenvolver, absorver
Professores de Vila Velha terão aumento de até 48% e voltarão a receber os maiores salários do Estado
Os professores da Rede Municipal de Educação de Vila Velha terão reajustes salariais de até 48,06% a partir de dezembro, conforme o novo Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos do Magistério, aprovado nesta segunda-feira (13) pela Câmara de Vereadores. A proposta, de autoria do prefeito Arnaldinho Borgo, devolve ao município a liderança no ranking estadual de remuneração dos educadores, garantindo aos profissionais da rede municipal os maiores salários da categoria em todo o Espírito Santo. Para Arnaldinho, o aumento representa um reconhecimento ao papel fundamental dos educadores na transformação da cidade. “Em Vila Velha, a valorização dos profissionais do magistério deixou de ser promessa e se tornou realidade. Estamos coroando um ciclo de reajustes históricos, que reconhece o esforço e a competência dos nossos 5.205 educadores. Com o comprometimento dos profissionais da Educação, estamos transformando vidas e garantindo ensino de qualidade a quase 57 mil alunos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e da EJA”, afirmou o prefeito. Reajustes e novos salários Com o novo plano, os salários passam a ser os seguintes: Nível VII (doutorado): de R$ 4.759,84 para R$ 6.712,00 — aumento de 41,01% e ganho acumulado de 58,9% durante a gestão; Nível VI (mestrado): de R$ 3.957,45 para R$ 4.858,50 — reajuste de 22,77% e crescimento total de 57,86% no período; Nível V (pós-graduação): de R$ 3.300,34 para R$ 3.729,00 — aumento de 12,99% e ganho acumulado de 58,35%; Nível IV (graduação): de R$ 2.960,98 para R$ 3.215,00 — reajuste de 8,58% e crescimento acumulado de 63,91% entre 2021 e 2025. Arnaldinho destacou que o reajuste corrige uma distorção histórica e consolida Vila Velha como referência estadual em valorização do magistério. “Depois de 14 anos sem reajustes, nossos professores saíram do pior e chegaram ao maior salário da Grande Vitória. Agora, em 2025, estamos atualizando o plano e garantindo novamente os melhores vencimentos do Estado. Estamos devolvendo dignidade e valorizando quem tem a missão mais nobre: educar nossas crianças e formar os cidadãos do futuro.” Histórico de valorização O último plano de carreira da categoria havia sido implementado em 2008 e permaneceu congelado até 2022, quando a atual gestão aprovou um novo modelo que concedeu aumentos expressivos: +42,33% para graduados; +32,36% para pós-graduados; +22,09% para mestres; +4,89% para doutores. Durante a pandemia, impedido por lei de conceder reajustes, o município pagou um auxílio de R$ 5 mil para que os professores adquirissem equipamentos de informática e pudessem lecionar de modo virtual. Em seguida, vieram os reajustes gerais de 8% em 2022 e 5% em 2024, além da ampliação do auxílio-alimentação, que passou de R$ 150 para R$ 750 mensais. Com o novo plano, Vila Velha dá mais um passo importante na valorização da Educação. “Investir no professor é investir no futuro da cidade. A valorização da Educação é o caminho para construir uma Vila Velha mais justa, preparada e humana”, concluiu Arnaldinho.
Samba, pagode e open bar: Chácara Flora recebe a 3ª edição da Resenha nesta sexta (17)
A sexta-feira promete ser de muito samba, pagode e diversão na Serra. No dia 17 de outubro, a 3ª Resenha da Chácara Flora reúne duas atrações que são sucesso no cenário capixaba: Pele Morena e Leq Samba. O evento, que começa às 21h, será uma experiência completa de open bar e open food, no espaço mais charmoso de Jardim Limoeiro. O grupo Pele Morena, formado por Andrinho, Marlon Stefanini e Jhonathan Silva, promete um show cheio de hits e irreverência, com músicas como “Ligue o Rádio” e “Insegurança” no repertório. Já o Leq Samba, com quase uma década de estrada, leva ao palco toda a sua energia e carisma, com Henrique Meirelles, Pablo Siqueira, Rowberguen dos Santos e Pedro Henrique. Além da boa música, o público vai aproveitar um cardápio completo com o padrão Steffen Centro de Eventos de qualidade. No open food, opções como culinária mexicana, árabe, caldos e roda de boteco, com petiscos sempre quentinhos. E para acompanhar, o open bar oferece chopp, cerveja, vinho, vodka com energético, sucos, refrigerantes e água — tudo à vontade durante o evento. Será uma noite de sabores, alegria e muito samba no pé, em um dos locais mais aconchegantes da Serra. Serviço 3ª Resenha da Chácara Flora Atrações: Pele Morena e Leq Samba Data: 17 de outubro (sexta-feira) Horário: 21h às 01h Local: Chácara Flora – Rodovia ES-010, Km 4,5, Jardim Limoeiro, Serra/ES Ingressos: R$ 200 (open bar e open food inclusos) Reserva de mesas: via WhatsApp (27) 99994-6535 – segunda a sexta, das 9h às 17h (valor à parte) Vendas: blueticket.com.br ou no Steffen Eventos
Ubando comemora 8 anos com show especial e participação do Casaca no London Music
Uma das bandas mais queridas da cena pop rock capixaba, a Ubando celebra seus oito anos de estrada com um show especial no próximo dia 1º de novembro, no London Music, em Vitória. A comemoração promete ser marcante e contará com a participação especial do lendário grupo Casaca, referência nacional na fusão entre congo, rock e reggae. Os ingressos já estão disponíveis no site Zig. Formada por Petrus Zambrotti (vocal), Nelson Faé (baixo), Gustavo Bride (bateria) e Paulo Vítor Cirino (guitarra), a Ubando se consolidou pela energia de suas apresentações, repertório vibrante e releituras criativas que conquistaram o público capixaba. Ao longo da trajetória, o grupo marcou presença nos principais festivais do Estado e dividiu o palco com grandes nomes da música nacional, como Lulu Santos, Skank, Capital Inicial e Samuel Rosa. O show de aniversário será uma verdadeira celebração da música feita no Espírito Santo. Para a ocasião, a banda prepara um espetáculo cheio de surpresas, reforçando sua conexão com o público. O ponto alto da noite será o encontro com o Casaca, que em 2025 completa 25 anos de carreira e leva ao palco sua sonoridade inconfundível — uma mistura de tradição e inovação que transformou o congo da Barra do Jucu em símbolo da identidade musical capixaba, com sucessos como “Anjo Samile” e “Da Da Da”. A união entre Ubando e Casaca promete uma noite inesquecível, reunindo gerações e estilos que representam a força e a diversidade da música do Espírito Santo. Será um espetáculo de energia, emoção e orgulho capixaba. Serviço Aniversário Ubando – 8 Anos Atrações: Ubando e Casaca Data: 1º de novembro (sábado) Horário: 21h Local: London Music – Av. Raul Oliveira Neves, 160, Jardim Camburi, Vitória Ingressos: zig.tickets/eventos/aniversario-ubando Valores: A partir de R$ 60 (meia-entrada e meia solidária com 2kg de alimento)
Profissionais 40+ e 50+ impulsionam geração de empregos formais no país
A nova força de trabalho do Brasil tem cabelos grisalhos. Dados parciais da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2024, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que os profissionais entre 40 e 59 anos foram os que mais conquistaram ou mantiveram empregos formais no setor privado no último ano. De acordo com o levantamento, a faixa dos 40 aos 49 anos registrou saldo positivo de 491,4 mil vagas, enquanto o grupo entre 50 e 59 anos criou 418,6 mil novos postos. Somadas, essas faixas etárias responderam por 910 mil das 1,8 milhão de novas ocupações formais abertas no país em 2024 — mais da metade do total, o que representa um crescimento de 4% em relação a 2023. O movimento reforça a tendência global conhecida como empregabilidade cinza, que valoriza a experiência, a estabilidade e a capacidade de adaptação dos profissionais com mais de 40 anos. Para o vice-presidente do Conselho Regional de Administração do Espírito Santo (CRA-ES), administrador Erthelvio Monteiro Nunes Júnior, os números revelam uma mudança positiva na percepção das empresas sobre o valor da maturidade profissional. “Estamos assistindo a um reposicionamento importante no mercado. As organizações estão entendendo que profissionais 40+ trazem equilíbrio emocional, visão sistêmica e comprometimento — atributos essenciais em tempos de transformação e alta rotatividade”, avalia. Ele destaca ainda que a longevidade profissional precisa ser vista como um ativo estratégico dentro da gestão de pessoas. “O desafio das organizações é equilibrar juventude e experiência, formando equipes diversas, inovadoras e sustentáveis”, complementa. A RAIS é a base de dados do governo federal que acompanha os vínculos formais de emprego no país, permitindo medir com precisão o comportamento do mercado de trabalho. Para o CRA-ES, o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida reforçam a importância de reconhecer o potencial da força de trabalho madura — que vem se consolidando como um dos pilares da produtividade e da inovação sustentável no Brasil.
Novo sistema vai monitorar o “pó preto” em tempo real na Grande Vitória
Controle eletrônico ampliará transparência e agilidade na identificação das fontes de poluição atmosférica O controle da poluição atmosférica na Grande Vitória vai ganhar reforço tecnológico. No próximo dia 28 de outubro, o Governo do Estado deve assinar um acordo de cooperação com empresas para a implantação do monitoramento eletrônico da qualidade do ar, sistema que permitirá acompanhar, em tempo real, a presença de partículas e gases na atmosfera. O anúncio foi feito durante reunião da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (foto abaixo), presidida pelo deputado Fabrício Gandini (PSD), que destacou a importância de modernizar o controle da poluição e garantir mais transparência à população. De acordo com Vinícius Rocha Silva, coordenador de Qualidade do Ar e Áreas Contaminadas do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), o novo modelo representa um salto em precisão e agilidade nas medições. “Hoje o acompanhamento é feito por duas redes: uma manual, que coleta poeira sedimentável por meio de baldes trocados mensalmente e analisados em laboratório, e outra automática, que monitora gases e partículas finas (PM10 e PM2,5) de forma contínua. O novo sistema vai automatizar também o monitoramento da poeira sedimentável, permitindo medições de hora em hora. É um ganho enorme para o controle ambiental”, explicou. Os equipamentos serão instalados inicialmente em oito pontos estratégicos da Grande Vitória, definidos em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama). O investimento será custeado pelas empresas participantes do acordo, que farão a compra e o repasse dos aparelhos ao Iema, responsável pela operação. “O acordo não gera custos diretos para o Estado. As empresas farão a aquisição dos equipamentos e o Iema fará a instalação e a operação. A coleta automática deve começar nos próximos meses, após a chegada e calibração dos equipamentos”, acrescentou Vinícius. O plano prevê que, com a implantação completa, a rede passe de oito para 13 estações de monitoramento, cobrindo todas as regiões da Grande Vitória. “Hoje o resultado da poeira só é conhecido ao final de cada mês. Com o sistema eletrônico, poderemos identificar variações de hora em hora e agir imediatamente. Se uma obra causar aumento de poeira, por exemplo, poderemos verificar no sistema e acionar o responsável no mesmo dia”, destacou o coordenador do Iema. Durante a reunião, o presidente da ONG Juntos SOS ES Ambiental, Eraylton Moreschi, reforçou a necessidade de identificar com precisão as fontes de poluição. “Não conseguimos fazer a gestão da qualidade do ar sem um diagnóstico completo. Precisamos conhecer o DNA do pó preto e elaborar inventários de fontes para identificar os responsáveis pela poluição”, afirmou Moreschi. Autor do livro “O pó preto de cada dia, não nos dai hoje”, o ambientalista disponibiliza gratuitamente a obra pelo e-mail juntos@terra.com.br. O deputado Fabrício Gandini elogiou a transparência das informações prestadas pelo Iema e defendeu que o novo sistema seja acompanhado de resultados concretos. “A ONG SOS Ambiental apresentou dados relevantes sobre o aumento da poluição, mesmo após os Termos de Compromisso Ambiental (TCAs) firmados com as mineradoras Vale e ArcelorMittal. Agora, com o monitoramento eletrônico e o DNA do pó preto, teremos condições reais de identificar as fontes e agir de forma mais eficaz”, afirmou. Para o parlamentar, os novos instrumentos — o monitoramento eletrônico, o inventário de fontes e o estudo do DNA do pó preto — serão decisivos para dar precisão e agilidade às ações ambientais. “Precisamos descobrir de onde vem a poluição para agir com justiça e eficiência. Os TCAs foram um avanço importante, mas ainda há muito a fazer. Com o novo sistema, teremos dados em tempo real e o cidadão poderá acompanhar, na palma da mão, a qualidade do ar que respira”, reforçou Gandini. A Comissão de Meio Ambiente da Ales deve realizar uma audiência pública para aprofundar o debate sobre o tema, em data a ser definida. Atualmente, o Iema opera oito estações de monitoramento da qualidade do ar, localizadas em Laranjeiras, Jardim Camburi, Enseada do Suá (três pontos), ArcelorMittal Carapina, ArcelorMittal Continental, Vitória-Centro (Ministério da Fazenda), Vila Capixaba (Ceasa) e Ibes (Vila Velha). Com os novos equipamentos, a rede passará a ter 13 estações, garantindo cobertura mais ampla e respostas mais rápidas às demandas da população.
Travessia por balsas no Rio Cricaré começa a funcionar em Conceição da Barra
Serviço reduz distâncias, fortalece o turismo e melhora a mobilidade entre comunidades da região norte O novo serviço de travessia por balsas no Rio Cricaré, em Conceição da Barra, começou a funcionar no último fim de semana, em fase experimental. A iniciativa, anunciada pelo prefeito Erivan Tavares, conectará a sede do município às comunidades de Barreiras e Meleiras, encurtando distâncias, reduzindo custos logísticos e fortalecendo o turismo local. A adesão da população foi imediata, com grande movimentação de moradores interessados em testar o novo meio de transporte. A balsa tem capacidade para transportar vans, veículos de passeio, motos, caminhonetes, bicicletas e pedestres, percorrendo aproximadamente 700 metros entre as margens do rio. O trajeto dura cerca de 10 minutos e foi planejado para operar com até quatro balsas simultaneamente, conforme o aumento da demanda. O serviço funcionará diariamente, das 7h às 17h, inclusive aos fins de semana. Os valores variam entre R$ 2,00 para pedestres, R$ 5,00 para bicicletas, R$ 10,00 para motocicletas e automóveis com até cinco lugares, e R$ 25,00 para veículos com reboques e vans. A implantação do sistema envolveu a construção de dois atracadouros e estruturas de apoio, como guarita, banheiros, instalações elétricas e hidráulicas, além de sistemas de segurança contra incêndio. Os acessos aos terminais também estão recebendo obras de pavimentação e melhorias viárias. “Este serviço tem grande importância na mobilidade da nossa região. Ele vai reduzir em mais de 80 quilômetros o trajeto entre Guriri e a sede de Conceição da Barra, até então feito apenas por barcos, canoas ou pela BR-101. Vamos beneficiar diretamente moradores, empresários, produtores rurais e turistas, promovendo mais agilidade e praticidade na movimentação diária de todos”, destacou o prefeito Erivan Tavares. O investimento total foi de R$ 2,2 milhões, com recursos do Governo do Estado do Espírito Santo e da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). Fotos: Vitório Moraes