Os contribuintes da Serra têm até o dia 30 de setembro para aderir ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis) Serra 2025, que oferece condições especiais para a regularização de débitos tributários municipais. Até agora, já foram firmados 2.287 acordos, totalizando mais de R$ 27 milhões renegociados. Lançado em março, o programa garante descontos de até 100% em multas e juros, além da possibilidade de parcelamento em até 86 vezes, de acordo com o valor da dívida e o montante da entrada. Podem participar tanto pessoas físicas quanto jurídicas com débitos de ITBI, ISSQN, IPTU, taxas municipais, autos de infração e outras pendências, inscritas ou não na dívida ativa, ajuizadas ou não. Como aderir A adesão pode ser feita pela internet, no portal refis.serra.es.gov.br, onde é possível consultar débitos e iniciar a renegociação diretamente pela plataforma atendimento.serra.es.gov.br. Para quem prefere atendimento presencial, o serviço está disponível nas Regionais Fiscais do município, localizadas no Pró-Cidadão (Jacaraípe) e na Serra Sede, além do setor de Dívida Ativa. Condições especiais Entrada de 30% do saldo total da dívida, com parcelamento em até 80 vezes. Para dívidas acima de R$ 1 milhão, a entrada é reduzida para 20%, com parcelamento em até 86 vezes. A adesão só é validada após o pagamento da primeira parcela, que deve ser quitada em até cinco dias após a solicitação. Impacto do programa De acordo com o secretário de Finanças da Serra, Henrique Valentim, o Refis tem papel fundamental para contribuintes e para a cidade. “Além de beneficiar quem deve, o programa fortalece a arrecadação municipal, permitindo que a Prefeitura invista em áreas prioritárias como saúde, educação, infraestrutura e segurança”, afirma. Os interessados têm até o fim de setembro para aproveitar as condições especiais e regularizar suas pendências.
Festival em Vila Velha terá 8 dias de gastronomia, cervejas artesanais e shows
A Inspire Produções inicia a celebração de seus 10 anos com uma edição especial do Degusta Beer – Esquenta 10 anos, que acontece de 4 a 7 e de 11 a 14 de setembro, no estacionamento do Shopping Vila Velha. O evento promete não apenas boa gastronomia e centenas de rótulos de cervejas artesanais, mas também uma intensa programação musical, com shows de Casaca, Clube Big Beatles, Pele Morena, Nano Vianna, entre outros. A entrada é gratuita. Serão oito dias de festival, sempre de quinta a domingo, reunindo opções variadas de comidas, bebidas e sobremesas, além de uma área kids supervisionada. Os preços de pratos e petiscos começam em R$ 12, com destaque para os famosos pastéis do Senhor dos Pastéis, churrasquinhos, hambúrgueres, pratos da culinária argentina, salgadinhos e sobremesas como churros e bolos artesanais. A carta de bebidas também traz uma seleção de drinks variados e dezenas de cervejarias participantes, entre elas Noi, Alquimistas, Ronchi, Azzurra e Kingbier. “Queremos celebrar junto de quem fez parte dessa trajetória: famílias, amigos e todos que prestigiaram nossos festivais ao longo da última década. Este é só o começo das comemorações que culminam no aniversário oficial da Inspire, em janeiro de 2026”, afirmam os organizadores Leonardo Castilho e Fabrinio Fachinetti. Além do espaço físico, o público poderá interagir com ativações nas redes sociais do @beerdegusta e da @inspireproducoes, concorrendo a brindes e prêmios. Sheep Parafina é uma das atrações Programação musical Semana 1 04/09 (qui) – 21h: Casaca 05/09 (sex) – 20h: Aces High (Iron Maiden Cover) 05/09 (sex) – 22h: Letal (Metallica Cover) 06/09 (sáb) – 17h: Royal Six 06/09 (sáb) – 20h: Duets 06/09 (sáb) – 22h: Sheep Parafina 07/09 (dom) – 17h: Clube do Samba 07/09 (dom) – 21h: Pele Morena Semana 2 11/09 (qui) – 21h: Clube Big Beatles 12/09 (sex) – 20h: Nano Vianna 12/09 (sex) – 22h: Back To The Past 13/09 (sáb) – 17h: Kinho Sucupira 13/09 (sáb) – 20h: Dona Fran 13/09 (sáb) – 22h: Black Jack 14/09 (dom) – 17h: Versão Pirata 14/09 (dom) – 21h: Samba Crioulo Serviço Evento: Degusta Beer – Esquenta 10 anos Inspire Produções Datas: 4 a 7 e 11 a 14 de setembro Horários: Quintas e sextas – 17h às 0h | Sábados e domingos – 15h às 0h Local: Estacionamento do Shopping Vila Velha – Vila Velha (ES) Entrada: Gratuita
Assembleia faz acordo com a Caixa para oferecer serviços para população e servidores
A Assembleia Legislativa firmou, nesta segunda-feira (1º), um acordo de cooperação técnica com a Caixa Econômica Federal para oferecer orientação financeira aos servidores da Casa e disponibilizar o Espaço Assembleia Cidadã para atendimento de serviços à comunidade capixaba. O anúncio foi feito pelo presidente da Ales, deputado Marcelo Santos (União), durante encontro com o superintendente da Caixa, Tarcísio Dalvi, a superintendente regional sul, Giseli Marcelus, e mais dez executivos da instituição, representando o norte e o sul do Estado. Segundo Dalvi, o convênio visa apoiar os servidores da Assembleia, oferecendo condições diferenciadas de financiamento e operações de crédito. “Estaremos aqui alguns dias da semana com nossa equipe para atender aos servidores, e também atuaremos junto à Assembleia Cidadã para oferecer serviços à população, analisando o que podemos fazer nessa área”, explicou. A parceria inclui orientação financeira, com foco em mostrar aos servidores as melhores condições de financiamento e possibilidades de reestruturação de dívidas utilizando os recursos da Caixa. “Esse é o grande viés dessa parceria”, ressaltou o superintendente. Durante a primeira semana de setembro, serão avaliadas as condições físicas de instalação do atendimento. A previsão é que, logo após o feriado do Aniversário de Vitória, a equipe da Caixa já inicie os atendimentos a funcionários e cidadãos. O diretor de Relações Institucionais da Ales, Giuliano Nader, destacou a relevância do acordo. “A Assembleia se mostra mais uma vez aberta a parcerias que beneficiem internamente os servidores e promovam maior interação com a sociedade”, afirmou. Nader ainda informou que a Caixa poderá instalar no Espaço Assembleia Cidadã um posto de atendimento para programas sociais do governo federal, como Bolsa Família e Vale-Gás, facilitando o acesso da população aos serviços oferecidos pela instituição.
Encontro de Líderes debate soberania nacional e desafios para o ES e o Brasil
O 16º Meeting de Líderes, promovido pela Findes e pelo Cindes, reuniu nesta sexta-feira (29), em Pedra Azul, Domingos Martins, empresários, economistas e lideranças para discutir a soberania nacional e os desafios do Espírito Santo e do Brasil diante das mudanças no cenário econômico global. O evento contou com palestras, painéis e mesas redondas. Segundo os participantes, garantir a soberania nacional passa por uma indústria forte. O presidente da Findes, Paulo Baraona, destacou a importância de investir em tecnologia e inovação. “Um país que aposta na indústria não apenas se desenvolve, mas garante sua soberania”, afirmou. Baraona também mencionou a redução da taxa de juros, a mudança no perfil do capital humano e a melhoria da infraestrutura como essenciais para fortalecer o ambiente de negócios. A vice-presidente do Cindes, Sandra Kwak, reforçou o papel da interação entre empresários no fortalecimento da indústria: “O Meeting é o momento de trocar ideias, compartilhar experiências e aprender uns com os outros. É nessa troca genuína que enxergamos juntos novos caminhos para um Espírito Santo mais próspero.” O governador Renato Casagrande destacou a relevância da indústria para uma economia moderna e sustentável. Segundo ele, iniciativas como a Nova Indústria Brasil (NIB) são fundamentais para avançar em inovação, ESG e produção eficiente. “Se quisermos salvar o planeta, precisamos de uma indústria forte. Produzir mais com menos energia é condição para proteger o planeta e garantir soberania”, afirmou. O presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos, defendeu a união entre poderes públicos e setor produtivo para o desenvolvimento do Estado e do país. “Precisamos ter uma Findes forte, um governo forte e um legislativo forte. Não podemos permitir que o Estado saia do caminho de desenvolvimento social e econômico”, disse. O diretor técnico do Sebrae, Eurípedes Pedrinha, reforçou que o fortalecimento da indústria agrega valor aos clusters e fortalece micro e pequenas empresas, incentivando novos negócios. Especialistas discutem presente e futuro O economista e ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Alexandre Schwartsman, falou sobre o impacto da instabilidade econômica global no Brasil. Segundo ele, embora as tarifas norte-americanas tenham efeito menor do que o previsto, alguns setores já sentiram impactos. Schwartsman também alertou para a necessidade de manter juros reais elevados devido à inflação persistente e ao impacto dos programas de transferência de renda nas contas públicas. O especialista em inovação e transformação digital, Walter Longo, defendeu que as empresas desenvolvam uma “alma digital”, indo além do uso de ferramentas tecnológicas. Segundo ele, a análise preditiva, com algoritmos e inteligência artificial, está transformando a logística e a relação com clientes, permitindo decisões rápidas e individualizadas. Indústria em alta: mesa redonda com lideranças A mesa redonda “Indústria em Alta” reuniu líderes capixabas para debater os desafios e perspectivas do setor. Participaram: Paulo Baraona (presidente da Findes) – destacou a necessidade de adaptação das novas gerações ao mercado de trabalho e o fortalecimento do Espírito Santo como hub logístico nacional, considerando sua localização estratégica próxima a 60% do PIB do país. Marcelo Saintive (diretor-presidente do Bandes) – apresentou o Fundo de Descarbonização do ES, projeto pioneiro com R$ 500 milhões para apoiar iniciativas de sustentabilidade e descarbonização da economia. Eduarda Buaiz (vice-presidente Financeira da Findes e presidente do Conselho da Buaiz Alimentos) – enfatizou a importância da escuta ativa, inovação e ampliação da presença feminina na indústria, citando iniciativas como o programa “Café com a Duda”, que coleta sugestões de colaboradores. Luiz Cordeiro (conselheiro vice-presidente da Findes e presidente do Grupo Estel) – destacou o desenvolvimento do setor industrial no Espírito Santo, incluindo metal-mecânica, papel e celulose, e o polo moveleiro, com foco na verticalização e adensamento das cadeias produtivas. O debate foi mediado pela economista-chefe da Findes e gerente executiva do Observatório Findes, Marília Silva.
Luiz Paulo Vellozo Lucas – “O novo Iluminismo”
O canadense Steven Pinker, professor do departamento de psicologia de Harvard, é um dos maiores cientistas cognitivos do mundo. Publicou em 2018 o livro “O Novo Iluminismo: Em defesa da razão, da ciência e do humanismo”, considerado por Bill Gates como seu livro favorito de todos os tempos. Logo no prefácio, ele adverte que este livro não é uma resposta a Donald Trump, pois foi concebido muito antes de sua candidatura, mas trata das ideias que prepararam terreno para sua eleição, ideias comuns a grande parte dos intelectuais e dos leigos, tanto de esquerda quanto de direita. Tornou-se predominante um pessimismo profundo quanto aos rumos que o mundo está tomando, em relação às instituições modernas e à incapacidade de conceber um propósito superior fora do âmbito da religião. Steven Pinker apresenta uma visão de mundo muito diferente, antagônica ao pessimismo profundo hegemônico, alicerçada em fatos e inspirada nos ideais do Iluminismo: razão, ciência, humanismo e progresso. São ideais atemporais que nunca foram tão relevantes como agora. A tese central do livro é que o mundo hoje é muito melhor do que já foi e pode ainda melhorar muito mais. Cerca de 75 indicadores, como expectativa de vida, subnutrição, extrema pobreza, desigualdade, mortes em batalha, mortes por homicídio, horas de trabalho, educação básica, satisfação com a vida, renda, violência, solidão e suicídio, entre muitos outros, foram pesquisados no trabalho de Steven Pinker com softwares avançados e grandes bancos de dados, para ilustrar e demonstrar a evolução que o autor se dispõe a provar. Quem poderia ser contra a razão, a ciência e o humanismo? Steven Pinker responde: “As ideologias de esquerda e de direita tornaram-se religiões seculares que proporcionam às pessoas uma comunidade de irmãos com uma afinidade de ideias, um catecismo de crenças, uma demonologia populosa e uma confiança beatífica na virtude de sua causa. A ideologia política prejudica a razão e a ciência, enevoa o discernimento, inflama a mentalidade tribal primitiva e desvia seus adeptos de uma compreensão mais sensata das maneiras de melhorar o mundo.” O radicalismo populista predominante no debate político brasileiro de hoje é um exemplo de antiiluminismo, tão forte que parece ser intransponível. Enfrentar essa situação começa por não aceitar submeter-se ao falso imperativo da escolha entre um dos dois polos radicalizados e seus respectivos mitos. A opinião pública vai, aos poucos, engrossando a busca por uma alternativa. Os melhores analistas, por sua vez, vão deixando de usar os termos pejorativos “terceira via”, “nem-nem” ou, pior ainda, “isentão”, para designar aqueles que não querem o lulopetismo ou o bolsonarismo. Também não adianta reclamar da antecipação do debate eleitoral, pois a tecnologia fez da eleição uma realidade permanente. A tensão máxima será no período do julgamento de Jair Bolsonaro e dos demais acusados de tentativa de golpe de Estado. As atitudes dos ministros do STF, as interferências e sanções de Donald Trump, as reações no Congresso Nacional e do governo Lula também estarão sendo julgadas pela opinião pública. Reações desesperadas tendem a acontecer. Qual espaço para a razão? Como valorizar estadistas na política quando o caminho para o sucesso nas eleições é ser celebridade ou influenciador digital? A resposta é participar da política: escolher, opinar e se envolver. As eleições são um momento muito especial. O inimigo comum é a desesperança e o descrédito, o pessimismo profundo que aprisiona as pessoas no isolamento egoísta. A participação política é a resposta iluminista. *Luiz Paulo Vellozo Lucas é engenheiro de Produção e professor universitário. Mestrado em Desenvolvimento Sustentável. Ex-prefeito de Vitória-ES e ex-deputado federal pelo PSDB-ES. Membro da ABQ – Academia Brasileira da Qualidade. *A opinião dos articulistas é de total responsabilidade dos autores e não reflete necessariamente a posição do portal News Espírito Santo
Gustavo Varella: “Sem tiro, porrada ou bomba”
Uma das frases mais comumente ouvidas ultimamente é: “como falar em golpe quando não foi disparado nenhum tiro no 8 de janeiro (de 2023)?” Como a maioria de nós ou não conhece a história ou se basta a ouvir narrativas, muitas delas romanceadas em filmes produzidos com o propósito de apresentar uma versão dos fatos conforme as perspectivas de seus autores, a primeira imagem que se tem de episódios comumente apelidados de “revoluções” é a de blindados e soldados disparando contra grupos igualmente armados ou desses enfrentando as forças regulares do Estado, entrincheiradas em quartéis ou palácios para proteger o regime e seus dirigentes. Cenas de corpos espalhados pela rua, posteriormente identificados como terroristas ou heróis conforme o resultado da intentona, dos vitoriosos comemorando o sucesso de suas ações ou de pessoas presas como defensores ou revolucionários frustrados no seu intento, também compõem o imaginário popular. Passados alguns meses ou anos da tomada do poder ou de sua manutenção, vão se somando livros, artigos e tantos outros inventários contando episódios e revelando personagens até então desconhecidos, que povoaram o que se chama de “bastidores” desses movimentos, sua participação sendo aumentada ou diminuída conforme a relevância que se pretende registrar para a posteridade, maior quando essas pessoas incorporavam a imagem dos vitoriosos e seus propósitos salvadores ou, exatamente o contrário, quando encarnavam o mal que se combatia. Assim, muitas pessoas ao longo de nossa história (nacional ou mundial) foram tachadas de heróis inspiradores ou inimigos públicos, conforme os “lados” que pertenciam quando do desfecho desses movimentos ou, ainda, conforme a romantização de suas participações nos eventos, principalmente quando pagaram com suas vidas nesses episódios. Alguém acredita que Deodoro da Fonseca, acaso a Proclamação da República não se efetivasse — da qual não participou senão por liderar a tropa que ocupou o chamado Campo da Aclamação (hoje Praça da República, no Rio de Janeiro), convencido de que sua prisão havia sido decretada a pedido de um antigo desafeto com quem disputara, na juventude, o amor de uma mulher — seria conhecido como herói? E Tiradentes, se tivesse seguido para o exílio junto com outros líderes da chamada Inconfidência ao invés de morrer na forca e ter seu corpo esquartejado, seria porventura sequer lembrado como mártir brasileiro? Portanto, a maior parte dos chamados heróis ou inimigos são assim passados para o povo não propriamente pelos seus feitos — gloriosos ou nefandos — mas porque convinha para os vitoriosos tais rótulos, transformando-os em símbolos máximos de virtude ou de vícios, quando muitos deles estavam apenas nos lugares e momentos certos ou errados naquela quadra histórica. Num brevíssimo recorte histórico e, mais ainda, apertando a moldura geográfica para nela abrigar apenas o Brasil, tivemos por aqui incontáveis golpes e contragolpes, a maioria com a participação de integrantes de nossas Forças Armadas. Alguns deles foram exitosos em seus objetivos — depor o governo e instalar um novo, bem como alterar toda a legislação nacional e interferir na composição de nossas instituições —; outros foram frustrados. Lembro aqui, em um breve recorte histórico, daquele ocorrido entre os dias 31 de março e 1º de abril de 1964. Sem maiores delongas em razão desse curto espaço narrativo, tropas do exército sediadas em Minas Gerais desceram até o Rio de Janeiro, formando um comboio composto por vários caminhões de transporte e unidades blindadas. Entre apoios de outras unidades sublevadas e repúdio de outras, o dia foi seguindo, e o então presidente, João Goulart (vice de Jânio Quadros que assumiu após a renúncia desse), resolveu voar do Distrito Federal até o Rio Grande do Sul, onde ensaiava-se um movimento de resistência. Ainda no Estado Gaúcho, informado da situação política efervescente e temendo um derramamento de sangue no país, programou sua ida para o Uruguai. Na madrugada do dia 2 de abril, com Jango ainda em solo brasileiro — portanto presidente legítimo —, o então presidente do Congresso Nacional, Auro de Moura Andrade, agropecuarista e senador pelo Estado de São Paulo, rasgou o texto da Constituição em vigor e proclamou vaga a presidência, empossando interinamente o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzili. Uma semana depois, aos 9 de abril de 1964, uma junta militar autoproclamada “Revolucionária” editou o Ato Institucional nº 1, transformando o Congresso Nacional numa junta eleitoral que, exatos dois dias depois, elegeu indiretamente o Marechal Castelo Branco como novo presidente da República, mergulhando o país em mais de duas décadas de ditadura. Durante esse período, mandatos de políticos de oposição e ministros do Supremo, dentre centenas de brasileiros e brasileiras legitimamente eleitos ou integrantes de diversas instituições nacionais, foram cassados; milhares foram presos, sequestrados, torturados, mortos, e seus corpos desapareceram. A legislação nacional foi parcialmente alterada para ajustar o Estado e a sociedade aos caprichos do regime militar, uma Constituição foi promulgada (1967) e posteriormente alterada. Tudo isso ocorreu sob a pisadura dos coturnos e na ponta de baionetas, muito embora apoiados entusiasticamente por importantes segmentos da imprensa, da igreja, do empresariado nacional e brasileiros convencidos de que o movimento visava resgatar o país das garras do “comunismo internacional”, protegendo o povo e as famílias da dissolução e do aviltamento dos costumes e da moral. Golpes semelhantes, todos apoiados pelos EUA, ocorreram no Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia e Paraguai, sempre com o mesmo enredo e igual ilegalidade, diferenciando-se do “brasileiro” por três aspectos fundamentais. O primeiro: o número de pessoas assassinadas e torturadas naqueles países foi muito maior do que aquelas levadas aos porões do regime verde-amarelo, no qual se destacaram assassinos célebres, como o marginal torturador “Coronel Brilhante Ustra”, ídolo de muito bandido de quinta categoria ainda saudoso daqueles tempos. O segundo: nossos vizinhos, uns mais, outros menos, julgaram os delinquentes (dentre eles alguns fardados e “estrelados”) e os mandaram para a cadeia por muitos anos. Nós, por força de uma “Anistia”, devolvemos ao país e às ruas muitos oposicionistas exilados, presos e sentenciados, sublimando os crimes — muitos deles imprescritíveis — praticados por alguns militares e seus comparsas, livrando-os de julgamentos e penitenciárias que
Vitória recebe maior festival de churrasco do ES a partir desta quinta
O estacionamento do Shopping Vitória será tomado pelo cheiro de brasa acesa entre os dias 4 e 7 de setembro, quando acontece o Festival Na Brasa Music Beer, considerado o maior evento de churrasco do Espírito Santo. A programação inclui quatro dias de gastronomia, música e lazer para toda a família, com entrada gratuita. Organizado pelo Instituto Panela de Barro, o festival vai reunir oito estações de preparo, com mais de três toneladas de carne. Entre os cortes oferecidos estarão costela no fogo de chão, túnel de costela, frangos e linguiças defumadas, bife ancho, texas brisket, salmão na prancha, cordeiro e leitão no crucifixo, cupim defumado, hambúrguer artesanal, leitão à pururuca e costelinha BBQ. Além da variedade de pratos, o público poderá acompanhar aulas-show com chefs renomados, como Alessandro Eller, Paulo Cordillera, Sérgio Farias, Big BBQ, Cláudia Rocha, Edson Ramos, Flávio Dantas, Renan Lubi e Rosana Neres, que vão compartilhar técnicas e tendências do universo da brasa. Os preços dos pratos começam em R$ 25, e o evento ainda contará com cervejas geladas e um circuito de artesanais capixabas. Para animar, a programação musical terá rock dos anos 1980 e 1990, MPB, samba e pagode, além de um espaço kids com recreação para as crianças. O festival tem apoio do Governo do Estado, por meio da Aderes (Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo do Espírito Santo). Programação musical Quinta (04/09) 16h – Abertura da Feira 17h – Serginho Oliveira (MPB) 19h – Trio Mafuá (Pé de Serra) 21h – SambaSoul (Brasilidades) Sexta (05/09) 16h – Abertura 17h – Novelo (Brasilidades) 19h – Marcelo Ribeiro (PopRock) 21h – Dani Moraes (Especial Rita Lee) Sábado (06/09) 12h – Almoço 14h30 – Aula show 15h30 – Aula show 17h – Anfrisio Banda (Estilos variados) 19h – Saulo Simonassi (Rock/Blues) 21h – Jackson Lima (PopRock) Domingo (07/09) 12h – Abertura 12h30 – Na Intimidade do Samba (Choro/Samba) 16h – Regional da Nair (Roda de Samba) 18h – Samba Juh (Samba) Serviço 📍 Festival Na Brasa Music Beer 🗓 04 a 07 de setembro de 2025 📌 Estacionamento do Shopping Vitória – Vitória/ES 🎟 Entrada gratuita
Com 259 obras entregues desde 2021, Vitória contabiliza R$ 2 bi em investimentos
Em clima de comemoração do aniversário de 474 anos, que será no próximo dia 8 de setembro, a Prefeitura tem divulgado em seu site uma série de balanços sobre as gestões do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos). Um dos levantamentos mostra que, desde 2021, a capital contabiliza 448 obras entre concluídas, em execução e projetadas, somando mais de R$ 2 bilhões em investimentos nos 72 bairros da cidade. Segundo os números oficiais, já foram entregues 259 empreendimentos, outros 159 estão em andamento e mais 30 em fase de projeto. O Plano Mobilidade Leste reúne 41 intervenções voltadas para o acesso à Terceira Ponte e bairros como Enseada do Suá e Praia do Canto. As mudanças incluem baias de ônibus, nova pavimentação, drenagem e sinalização. A cidade também recebeu recapeamento em 304 ruas e avenidas, o equivalente a 150 km de vias. Entre as obras em andamento está o Mergulhão de Camburi, apontado como a maior intervenção de mobilidade da Grande Vitória. Encostas e orlas Foram executadas 75 contenções de encostas, usadas tanto para reduzir riscos de deslizamentos quanto para liberar áreas destinadas a escolas, unidades de saúde e centros de assistência social em bairros como São Benedito, Moscoso e Santo Antônio. O projeto Vitória de Frente para o Mar prevê requalificação das orlas, com calçadões, ciclovias e áreas de lazer. A nova orla de São Pedro já foi entregue, com 1,1 km revitalizado. Outras frentes estão em execução em Redenção, Nova Palestina, Resistência e Santa Luíza. A Curva da Jurema recebeu obras de reurbanização, com novo calçadão e estacionamento mais amplos Drenagem No setor de drenagem, os investimentos chegam a R$ 389 milhões desde 2021. O destaque é a macrodrenagem da Grande Santo Antônio, contrato de R$ 139 milhões que inclui galerias, estações de bombeamento e reservatórios para controle de alagamentos. Também estão previstas obras em bairros como Ilha de Santa Maria, Monte Belo e Jucutuquara, com orçamento superior a R$ 236 milhões. A lista completa das intervenções pode ser acompanhada em tempo real pelo dashboard da prefeitura.
Centro Cultural Ases da Serra ganha força com apoio de empresários
O projeto do futuro Centro Cultural Ases foi oficialmente apresentado no último dia 28, em um coquetel realizado na Casa do Empresário, em Morada de Laranjeiras. A iniciativa é da Associação dos Empresários da Serra (ASES), responsável pela idealização e futura construção do espaço. Para sair do papel, no entanto, a proposta depende diretamente do engajamento do empresariado local. A ideia é mobilizar empresas e lideranças para tornar realidade um espaço cultural inédito no município, dedicado à arte, à história e à educação. O encontro reuniu empresários, autoridades e representantes da sociedade civil em torno de uma causa comum: democratizar o acesso à cultura. O Centro Cultural Ases será construído em terreno próprio da ASES e contará com auditório para 403 pessoas, áreas de exposição, salas de oficinas, estrutura completa de acessibilidade e ambientes voltados ao lazer e ao desenvolvimento humano. Com orçamento estimado em R$ 7,7 milhões e já aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), o projeto só será viabilizado com a adesão efetiva das empresas capixabas — seja por meio de patrocínios incentivados ou de aportes diretos. Para a conselheira fiscal da ASES, Rosa Picoli, o centro nasce com uma missão clara: “Promover o acesso gratuito à cultura, estimular a preservação da história do município, incentivar a arte local e proporcionar experiências educativas para públicos de todas as idades”. Já o presidente da associação, Fábio Junger, destacou o caráter coletivo e transformador da iniciativa: “Mais do que um prédio, o Centro Cultural Ases será um legado que vai impactar gerações, fortalecendo a identidade cultural da Serra e ampliando as oportunidades de formação e inclusão”.
Exportações capixabas cresceram em julho, e principal destino foram os EUA
O comércio exterior do Espírito Santo deu sinais de recuperação em julho. As exportações capixabas somaram US$ 894 milhões, alta de 10,9% em relação a junho, enquanto as importações recuaram quase pela metade, totalizando US$ 1,04 bilhão. O resultado reduziu o déficit da balança comercial em 87,3%, passando de US$ 1,17 bilhão em junho para US$ 150 milhões no mês passado. Os dados são do Connect Fecomércio-ES, em parceria com o Sindiex, com base no sistema oficial Comex Stat, que reúne estatísticas do comércio exterior brasileiro. Segundo o coordenador de pesquisa do Connect Fecomércio-ES, André Spalenza, o desempenho mostra um cenário de fortalecimento do setor. “A combinação entre o aumento das exportações e a queda significativa das importações resultou em uma melhora expressiva do saldo comercial capixaba”, destacou. Exportações: concentração em minério, café e aço Entre janeiro e julho, os principais destinos das exportações capixabas foram Estados Unidos (32,3%), Malásia (5,8%), China (5,6%), Coreia do Sul (4,8%), Egito (3,7%) e Argentina (3,2%). Entre os produtos, chamam atenção cal e cimento para os EUA, óleos de petróleo para a Malásia e minério de ferro para a China. A pauta exportadora manteve-se concentrada em poucos itens. O minério de ferro liderou com US$ 265 milhões (29,7%), seguido por café não torrado (US$ 191 milhões; 21,4%) e produtos semiacabados de ferro e aço (US$ 111 milhões; 12,5%). Outros destaques foram cal e cimento (US$ 100 milhões), celulose (US$ 71,3 milhões) e óleos brutos de petróleo (US$ 55,7 milhões). Importações: veículos e aeronaves puxam compras Do lado das importações, os maiores volumes foram de veículos para transporte de mercadorias (US$ 187 milhões), automóveis de passageiros (US$ 129 milhões) e aeronaves e equipamentos (US$ 128 milhões). A China foi o principal parceiro de fornecimento, com 40,6% das compras, seguida por Estados Unidos (16,1%) e Argentina (9,8%). Municípios em destaque Entre os exportadores, Vitória, Anchieta e Serra responderam por 61,9% das vendas externas (US$ 553 milhões), com foco em minérios, ferro, aço, pastas de madeira e papel. Já nas importações, Cariacica, Vitória e Serra concentraram 94% das compras internacionais, movimentando juntas US$ 1,87 bilhão. Cariacica liderou com a entrada de veículos e componentes, Vitória se destacou nas aeronaves e Serra em combustíveis, óleos e ceras minerais. A pesquisa completa pode ser acessada no Portal do Comércio-ES. Sobre a Fecomércio-ES A Fecomércio-ES, integrante da Confederação Nacional do Comércio (CNC), representa 405.455 empresas, responsáveis por 58% do ICMS arrecadado no estado e pelo emprego de 652 mil pessoas. Com presença em todos os municípios capixabas, a entidade reúne 24 sindicatos empresariais e atua pelo desenvolvimento social e econômico do Espírito Santo. O Connect é um projeto da Fecomércio-ES em parceria com a Faesa, com apoio do Senac-ES, Secti-ES, Fapes e da Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI).